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27/09/2000
-
14h58
Feira da Caixa financia 70 mil imóveis
Caixa vai "alugar" imóveis invadidos
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A Caixa Econômica Federal vai permitir na próxima semana que 136.049 mutuários que assinaram contratos de financiamento habitacional a partir de 1996 com recursos da própria instituição possam liquidar o empréstimo com o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A medida será possível porque o banco vai transferir o estoque de contratos financiados com recursos da Caixa para o SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Estão nesse estoque os empréstimos concedidos pelo programa Carta de Crédito Caixa, Poupança Azul Imobiliária e Poupança de Crédito Imobiliário.
Pelas regras atuais do FGTS, apenas os contratos financiados pelo SFH podem utilizar o saldo do fundo para quitar o financiamento da casa própria.
E os mutuários de financiamentos feitos fora do SFH só podiam utilizar o FGTS como entrada, na compra do imóvel.
Os contratos do SFH são financiados com recursos da poupança ou do FGTS, diferentemente dos 136.049 contratos, que utilizaram o dinheiro da Caixa.
Segundo a Caixa, o universo de contratos financiados com recursos do banco de 1996 para cá chega a 762 mil, mas apenas 136.049 podem se enquadrar nas regras do SFH.
Além da fonte de financiamento, o SFH estipula limites de financiamento diferentes da Caixa.
Dessa forma, podem migrar para o SFH os contratos assinados até 30 de março de 2000 com financiamento de até R$ 90 mil e valor máximo de avaliação de R$ 180 mil.
Os contratos da Caixa assinados a partir 31 de março com financiamento de R$ 150 mil e avaliação de até R$ 300 mil também podem migrar para o SFH.
Além dos limites de financiamento, a migração exige que o mutuário não seja titular de outro financiamento do SFH em qualquer parte do país.
O mutuário também não pode ser proprietário de outro imóvel localizado no município em exerce sua profissão.
Outra condição é não ter usado o FGTS para amortizar ou quitar outro contrato do SFH nos últimos dois anos.
Pelos cálculos da Caixa, a quitação imediata dos 136.049 contratos que se enquadram nessa situação vai significar a entrada de R$ 4 bilhões aos cofres da instituição.
Os técnicos da Caixa só não sabem dizer ainda quantos dos 136.049 mutuários possuem saldo de FGTS suficiente para quitar o financiamento habitacional.
Mas se o mutuário quiser, ele poderá completar a diferença do saldo do FGTS com recursos próprios para liquidar o financiamento.
O único problema é que o benefício está limitada aos mutuários com dinheiro e FGTS suficientes para a quitação.
"Foi uma precipitação da Caixa implantar essa medida agora. O Conselho Curador do FGTS está para aprovar uma mudança que permitirá que o fundo seja utilizado para quitar, amortizar ou abater prestações atrasadas de contratos assinados fora do SFH", disse André de Souza.
Ele é o representante técnico da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Conselho Curador do FGTS.
"A mudança só não foi aprovada porque o ministro do Trabalho (Francisco Dornelles) adiou a reunião que estava marcada para 30 de agosto e até agora não marcou uma nova data para o encontro."
Na opinião de Souza, a Caixa mais uma vez pensa apenas nos mutuários de maior poder aquisitivo.
"O banco deveria então permitir que o FGTS pudesse ser usado pelos mutuários inadimplentes regularizarem sua situação, que é a proposta que a CUT aprovaria no Conselho", afirmou ele.
A Caixa garante que não vai lucrar nada com a medida.
Técnicos da instituição garantem que a medida atende às reivindicações de mutuários que não puderam emprestar dinheiro do SFH, que ficou vários anos com os limites de empréstimo e avaliação congelados.
Mas o mercado imobiliário acredita que o banco esteja arranjando uma forma de formar funding para implantar o SFI (Sistema Financeira de Imobiliário), que acaba com o programa Carta de Crédito Caixa e facilita a retomado dos imóveis dos inadimplente.
Pelo SFI, o mutuário só se torna dono do imóvel ao final da quitação do contrato.
Segundo o presidente da Caixa, Emílio Carazai, o SFI entra em vigor em outubro e deve alavancar o financiamento imobiliário para a classe média.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
Leia mais notícias de economia na Folha Online
Caixa facilita quitação de financiamento da casa própria
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FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A Caixa Econômica Federal vai permitir na próxima semana que 136.049 mutuários que assinaram contratos de financiamento habitacional a partir de 1996 com recursos da própria instituição possam liquidar o empréstimo com o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A medida será possível porque o banco vai transferir o estoque de contratos financiados com recursos da Caixa para o SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Estão nesse estoque os empréstimos concedidos pelo programa Carta de Crédito Caixa, Poupança Azul Imobiliária e Poupança de Crédito Imobiliário.
Pelas regras atuais do FGTS, apenas os contratos financiados pelo SFH podem utilizar o saldo do fundo para quitar o financiamento da casa própria.
E os mutuários de financiamentos feitos fora do SFH só podiam utilizar o FGTS como entrada, na compra do imóvel.
Os contratos do SFH são financiados com recursos da poupança ou do FGTS, diferentemente dos 136.049 contratos, que utilizaram o dinheiro da Caixa.
Segundo a Caixa, o universo de contratos financiados com recursos do banco de 1996 para cá chega a 762 mil, mas apenas 136.049 podem se enquadrar nas regras do SFH.
Além da fonte de financiamento, o SFH estipula limites de financiamento diferentes da Caixa.
Dessa forma, podem migrar para o SFH os contratos assinados até 30 de março de 2000 com financiamento de até R$ 90 mil e valor máximo de avaliação de R$ 180 mil.
Os contratos da Caixa assinados a partir 31 de março com financiamento de R$ 150 mil e avaliação de até R$ 300 mil também podem migrar para o SFH.
Além dos limites de financiamento, a migração exige que o mutuário não seja titular de outro financiamento do SFH em qualquer parte do país.
O mutuário também não pode ser proprietário de outro imóvel localizado no município em exerce sua profissão.
Outra condição é não ter usado o FGTS para amortizar ou quitar outro contrato do SFH nos últimos dois anos.
Pelos cálculos da Caixa, a quitação imediata dos 136.049 contratos que se enquadram nessa situação vai significar a entrada de R$ 4 bilhões aos cofres da instituição.
Os técnicos da Caixa só não sabem dizer ainda quantos dos 136.049 mutuários possuem saldo de FGTS suficiente para quitar o financiamento habitacional.
Mas se o mutuário quiser, ele poderá completar a diferença do saldo do FGTS com recursos próprios para liquidar o financiamento.
O único problema é que o benefício está limitada aos mutuários com dinheiro e FGTS suficientes para a quitação.
"Foi uma precipitação da Caixa implantar essa medida agora. O Conselho Curador do FGTS está para aprovar uma mudança que permitirá que o fundo seja utilizado para quitar, amortizar ou abater prestações atrasadas de contratos assinados fora do SFH", disse André de Souza.
Ele é o representante técnico da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Conselho Curador do FGTS.
"A mudança só não foi aprovada porque o ministro do Trabalho (Francisco Dornelles) adiou a reunião que estava marcada para 30 de agosto e até agora não marcou uma nova data para o encontro."
Na opinião de Souza, a Caixa mais uma vez pensa apenas nos mutuários de maior poder aquisitivo.
"O banco deveria então permitir que o FGTS pudesse ser usado pelos mutuários inadimplentes regularizarem sua situação, que é a proposta que a CUT aprovaria no Conselho", afirmou ele.
A Caixa garante que não vai lucrar nada com a medida.
Técnicos da instituição garantem que a medida atende às reivindicações de mutuários que não puderam emprestar dinheiro do SFH, que ficou vários anos com os limites de empréstimo e avaliação congelados.
Mas o mercado imobiliário acredita que o banco esteja arranjando uma forma de formar funding para implantar o SFI (Sistema Financeira de Imobiliário), que acaba com o programa Carta de Crédito Caixa e facilita a retomado dos imóveis dos inadimplente.
Pelo SFI, o mutuário só se torna dono do imóvel ao final da quitação do contrato.
Segundo o presidente da Caixa, Emílio Carazai, o SFI entra em vigor em outubro e deve alavancar o financiamento imobiliário para a classe média.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
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