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18/01/2003 - 13h33

Fim de crise depende da Argentina, diz FMI

da MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, aproveitou o anúncio de que a diretoria do Fundo recomendará a aprovação do acordo de US$ 16,1 bilhões com a Argentina para mandar um recado velado ao governo do país. O Fundo, segundo Köhler, fará o que puder para ajudar a Argentina, mas as soluções para a crise que o país enfrenta dependem de medidas dos próprios argentinos.

"Eu gostaria de assegurar para a população argentina que o Fundo fará sua parte para que esse programa seja bem-sucedido. A chave para uma solução duradoura para as dificuldades atuais depende, claro, das ações que a Argentina tomar", disse Köhler.

Ele deu ontem o aval da diretoria do Fundo para um acordo modesto com a Argentina. Ele durará apenas oito meses, e o país não receberá um centavo de dinheiro novo. Com o acordo, o país refinancia dívidas que vencem até o final de agosto com o Fundo e os demais organismos multilaterais. São US$ 11 bilhões em empréstimos que vencem até agosto e US$ 5,1 bilhões que venceram em 2002 e que já haviam sido refinanciados pelo FMI.

O acordo, segundo o Fundo e o governo argentino, deve preparar terreno para que o novo governo, que deve assumir no final de maio, negocie um programa definitivo com o organismo.

As metas com as quais o governo argentino se comprometeu ainda não foram divulgadas. O ministro Roberto Lavagna (Economia) adiantou apenas que se trata de um acordo temporário e, portanto, com metas modestas.

A avaliação, na Argentina, é de que o país tenha se comprometido a atingir um superávit primário fiscal -diferença positiva entre receitas e despesas do governo sem incluir pagamento de juros- de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta de inflação seria de 35%, e o governo deve adotar uma política monetária mais restritiva, emitindo menos pesos e tirando parte da moeda que hoje está no mercado.

Tanto em Washington quanto na Argentina as autoridades lamentaram o fato de o país não assinar um acordo definitivo. Köhler e Lavagna "culparam" os políticos argentinos pelo fracasso de um acordo mais abrangente.
"Queríamos um programa até dezembro de 2003. Atento ao fato de que não havia vontade política de assumir os compromissos [que o acordo exigiria", o governo optou por fazer um programa mais curto", disse Lavagna.

Em Washington, o diretor-gerente do Fundo iniciou o discurso do anúncio da aprovação do acordo dizendo que "as dificuldades para assegurar consenso político na Argentina foram o principal problema que impediu o progresso do programa".

Lavagna diz que o acordo facilitará o início das negociações com os credores privados. O governo argentino declarou a moratória da dívida com credores privados no início de 2002. Segundo ele, o governo anunciará, até terça-feira, qual instituição financeira será escolhida para assessorar o governo na renegociação da dívida.
 

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