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Personagens da Crise de 29 - Coolidge
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da Folha Online
Calvin Coolidge (presidente entre 1923 e 1929)
Calvin Coolidge nasceu em Plymouth, no Estado de Vermont (costa leste dos EUA), em 4 de julho de 1872.
Na forma como retratou o país em seu discurso sobre o Estado da União ao Congresso em 4 de dezembro de 1928 (menos de um ano antes da quebra da Bolsa), ninguém imaginaria um futuro menos que brilhante para os EUA:
Reprodução |
Calvin Coolidge |
"Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido para avaliar o Estado da União se deparou com uma perspectiva mais agradável que a que se apresenta no tempo atual. No campo doméstico há tranquilidade e contentamento, relações harmoniosas entre os administradores e os assalariados, liberdade em relação aos conflitos na indústria e o maior registro de anos de prosperidade (...) O país pode considerar o presente com satisfação e antecipar o futuro com otimismo".
O Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês), o instituto de pesquisa nos EUA que avalia quando começam e acabam as recessões, mostra que, nos 72 meses que durou a administração Coolidge, houve 27 de recessão -entre maio de 1923 e junho de 1924, e entre outubro de 1926 e novembro de 1927. A economia em seu governo cresceu, no total, por 45 meses, sendo que, quando deixou a Casa Branca, no início de 1929, entregou o país a seu sucessor, Herbert Hoover, em um ciclo de expansão que já durava mais de um ano.
Na opinião do democrata Alfred E. Smith, contemporâneo de Coolidge, a grande tarefa do presidente era "restaurar a dignidade e o prestígio da Presidência quando esta atingiu o ponto mais baixo (...) em uma época de extravagância e desperdício". Ele referia-se à administração do presidente anterior, Warren Harding (1921-1923), que foi marcado por acusações de corrupção e de uso da máquina pública por parte de amigos, por ele colocados em cargos oficiais, para enriquecimento próprio.
Em sua primeira mensagem ao Congresso, Coolidge defendeu cortes de impostos e contenção de gastos:
"Por sete anos as pessoas suportaram com coragem o tremendo fardo dos impostos nacionais e locais. Ambos têm de ser reduzidos. Os impostos do país têm de ser reduzidos agora tanto quanto a prudência o permita, e os gastos têm de ser reduzidos de acordo. Impostos altos alcançam todos os lugares e sobrecarregam a todos. Eles pesam mais sobre os pobres. Comprimem a indústria e o comércio. Tornam a agricultura não lucrativa. Elevam as tarifas de transporte. São um encargo sobre todas as necessidades da vida. De todos os serviços que o Congresso pode prestar ao país, não tenho dúvidas em dizer que negligenciar este, ou adiá-lo, ou dificultá-lo com propostas frágeis, é o mesmo que se tornar indigno da confiança pública."
Segundo a biografia de Coolidge na página da Casa Branca na internet, ele se tornou popular --o período de sua administração ficou conhecido como a "Prosperidade de Coolidge" e, em 1924, ele tinha 54% de apoio popular.
Críticos como o jornalista Walter Lippmann, no entanto, diziam que Coolidge tinha um "talento para não fazer nada, na verdade". "Sua 'ativa inatividade' se encaixa com o espírito e certas necessidades do país de forma admirável. Se adapta às necessidades das empresas, que querem ser deixadas em paz (...) e todos aqueles que acham que o governo se tornou perigosamente complicado."
Ele morreu em janeiro de 1933.
Fonte: site da Casa Branca
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