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02/06/2003
-
05h20
Para conseguir repor a inflação nos salários, as categorias profissionais estão parcelando os reajustes conseguidos na data-base e complementando as perdas causadas pela inflação com abonos e participação nos lucros.
Sete das 28 categorias profissionais que informaram ao Dieese ter fechado acordo no primeiro semestre aceitaram parcelamento do reajuste na data-base.
Na construção civil de São Paulo, por exemplo, o reajuste de 18,72% foi parcelado em 12% em maio (data-base da categoria) e 6% em agosto.
No caso dos trabalhadores do setor de calçados de Franca, os 17,66% negociados foram parcelados em fevereiro (11%) e agosto (6%). Também foi acertado pagamento de PLR (participação nos lucros e resultados) equivalente a 80 horas de trabalho pagas em duas parcelas.
"Como a inflação acumulada nos últimos 12 meses tem ficado entre 16% e 20%, a tendência tem sido parcelar para conseguir zerar a perda da inflação nos salários", diz José Silvestre Prado de Oliveira, técnico do Dieese.
Outro fator que inibe as negociações salariais, diz Wilson Amorim, coordenador de atendimento técnico do Dieese, é o desemprego, que bateu recorde e atingiu 20,6% da PEA (População Economicamente Ativa) na região metropolitana de São Paulo.
As categorias profissionais com data-base em junho e julho devem ter mais dificuldade para negociar reposição das perdas salariais, segundo estimativa feita pelo Dieese a pedido da Folha.
Entre os trabalhadores com data-base em junho estão trabalhadores na indústria da borracha, no setor de alimentação, eletricitários e vigilantes. Em julho, estão os trabalhadores da indústria têxtil e as costureiras.
Isso porque, considerando que a inflação medida pelo INPC seja de 0,50% de maio até dezembro, a perda acumulada nos últimos 12 meses encerrados em junho e julho será, respectivamente de 19,85% e 19,72%, de acordo com projeção feita por Silvestre.
Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo (Força Sindical), categoria que reúne 70 mil profissionais na capital e Osasco, prevê dificuldades nas negociações. "Pedimos reposição de 20% da inflação e 10% de aumento real. Desde o Plano Real, que não sentávamos na mesa para negociar patamares como esse", diz. "Estamos preparadas para a guerra."
Categorias precisam parcelar reposição e negociar abonos
da Folha de S.PauloPara conseguir repor a inflação nos salários, as categorias profissionais estão parcelando os reajustes conseguidos na data-base e complementando as perdas causadas pela inflação com abonos e participação nos lucros.
Sete das 28 categorias profissionais que informaram ao Dieese ter fechado acordo no primeiro semestre aceitaram parcelamento do reajuste na data-base.
Na construção civil de São Paulo, por exemplo, o reajuste de 18,72% foi parcelado em 12% em maio (data-base da categoria) e 6% em agosto.
No caso dos trabalhadores do setor de calçados de Franca, os 17,66% negociados foram parcelados em fevereiro (11%) e agosto (6%). Também foi acertado pagamento de PLR (participação nos lucros e resultados) equivalente a 80 horas de trabalho pagas em duas parcelas.
"Como a inflação acumulada nos últimos 12 meses tem ficado entre 16% e 20%, a tendência tem sido parcelar para conseguir zerar a perda da inflação nos salários", diz José Silvestre Prado de Oliveira, técnico do Dieese.
Outro fator que inibe as negociações salariais, diz Wilson Amorim, coordenador de atendimento técnico do Dieese, é o desemprego, que bateu recorde e atingiu 20,6% da PEA (População Economicamente Ativa) na região metropolitana de São Paulo.
As categorias profissionais com data-base em junho e julho devem ter mais dificuldade para negociar reposição das perdas salariais, segundo estimativa feita pelo Dieese a pedido da Folha.
Entre os trabalhadores com data-base em junho estão trabalhadores na indústria da borracha, no setor de alimentação, eletricitários e vigilantes. Em julho, estão os trabalhadores da indústria têxtil e as costureiras.
Isso porque, considerando que a inflação medida pelo INPC seja de 0,50% de maio até dezembro, a perda acumulada nos últimos 12 meses encerrados em junho e julho será, respectivamente de 19,85% e 19,72%, de acordo com projeção feita por Silvestre.
Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo (Força Sindical), categoria que reúne 70 mil profissionais na capital e Osasco, prevê dificuldades nas negociações. "Pedimos reposição de 20% da inflação e 10% de aumento real. Desde o Plano Real, que não sentávamos na mesa para negociar patamares como esse", diz. "Estamos preparadas para a guerra."
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