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Meirelles descarta mudança drástica na política econômica
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da Agência Brasil, em Davos e Brasília
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira que acha normal uma certa apreensão dos investidores diante do ano eleitoral. Mas ele minimizou a situação e afirmou que não existe espaço político para uma mudança drástica de política econômica. Meirelles está em Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.
"Não há duvida de que existe sempre uma preocupação. É normal, em qualquer país do mundo, pois sempre se discute o que o próximo governo vai fazer e se vai manter ou não", afirmou.
Citando dados apresentados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participa do mesmo encontro, Meirelles lembrou que existe no país austeridade monetária, responsabilidade fiscal e programas sociais que ajudaram a criar uma base para aumento do consumo no país.
"Tudo isso fez com que hoje boa parte da aprovação do governo tenha se dado pelo aumento da renda, pela preservação do poder de compra pela inflação baixa, do aumento da classe média, da criação de empregos formais", afirmou.
No entender do presidente do BC, não existe mais nenhuma dúvida que o Brasil tem crescido com estabilidade. "Hoje, não existe mais esse lema, que existia no Brasil entre estabilidade e crescimento. Temos crescimento com estabilidade e acredito que tenha pouco espaço de mudança do ponto de vista político, inclusive", concluiu.
Indicadores
Segundo ele, os indicadores econômicos mostram um cenário de estabilidade neste ano. Meirelles afirmou que a relação dívida liquida do setor público pelo PIB (Produto Interno Bruto) deve ficar próxima de 40% no final do ano que vem, abaixo dos 43% registrados em 2009. Essa relação superou o nível de 60% nas eleições de 2002, causando grande turbulência na época.
O presidente do BC acrescentou não ter dúvidas de que a meta de superávit primário de 3,3% do PIB prevista para este ano será cumprida. Essa é a economia feita para pagar os juros da dívida pública e estabilizar a relação dívida/PIB.
"Com um superávit primário de 3,3% do PIB, a nossa projeção é ter uma queda na relação entre a dívida e o PIB em 2010. Assim chegaremos no nível pré-crise internacional, entre 40% e 41% no final de 2011, mantidas todas essas condições", disse. O presidente do BC disse ainda que o processo de redução da dívida pública deve continuar no próximo governo.
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