Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/07/2003 - 11h46

Lojista antecipa promoção para queimar estoque no inverno

da Revista da Folha

Bem-vindo à megatemporada de liquidações e promoções. Nas próximas semanas, o paulistano vai assistir ao maior e mais diversificado festival de ofertas da cidade, da lojinha de lingerie da esquina às chiquérrimas grifes de shoppings e dos Jardins.

"É o maior fenômeno de liquidações da história", define Nabil Sahyoun, 52, presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

Há bons motivos que justificam a pressa dos comerciantes, que, geralmente, começam a liquidar a coleção de inverno no final de agosto e começo de setembro.

Primeiro, a redução nas vendas. Entre os shoppings, que não costumam sentir tanto os efeitos das crises econômicas, há perda de 2% no faturamento no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. É o primeiro desempenho negativo do setor em dez anos. "Agora estamos precisando fazer caixa", explica Sahyoun.

Segundo motivo de preocupação: os estoques altos demais, que, na linguagem do mercado, precisam ser "desovados" para dar lugar às novas coleções.

Para completar o cenário ruim para os lojistas, o frio demorou para chegar, e as prateleiras continuam abarrotadas de casacos, blusas de lã e jaquetas.

Uma parte dos comerciantes apostou que o inverno não chegaria e resolveu dar descontos desde o início deste mês. "Como o frio deu as caras com atraso, não há como recuar. Outros já estão liquidando por causa das vendas em baixa", explica Antonio Carlos Borges, 61, diretor-executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

Para atrair o consumidor, pela primeira vez, o Liquida São Paulo, que reúne em uma promoção boa parte dos shoppings da capital e do interior, vai oferecer prêmios, como carros e até apartamento.

Com início previsto para 16 de agosto, o Liquida aposta que no mês que vem os compradores estarão com mais dinheiro no bolso. "Haverá uma injeção na economia com o pagamento da diferença do Fundo de Garantia e a restituição do Imposto de Renda", diz Sahyoun.

As rebaixas vão compensar uma alta de preços no setor. Mesmo com uma deflação geral de 0,16% em junho último em relação a maio, o vestuário subiu 1,09% no período, sendo que os agasalhos femininos tiveram alta de 2,61%, contra 1,84% do masculino, segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Quem pode pagar à vista consegue ainda mais desconto. "Sempre tem uns jurinhos em cima do famoso "até três vezes sem juros". Desconfie sempre", diz Eugênio Foganholo, 44, consultor especialista em varejo. Seu colega Marcos Gouvea, 54, aconselha: não compre logo de cara. Os descontos tendem a aumentar ainda mais.

"Praticamente todos os segmentos duráveis e não-duráveis estão dentro da "promomania", disputando o consumidor, uma espécie cada vez mais rara", diz.

Leia mais
  • Veja a lista com 80 estabelecimentos em promoção

    Especial
  • Programe-se para o inverno e acompanhe o dia-a-dia da estação
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página