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23/03/2010 - 18h08

América Latina deve integrar-se para absorver alta oferta de gás

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da France Presse, no Rio

A América Latina deve apostar na integração energética para poder absorver o aumento da oferta de gás natural, causada pela queda das importações do produto por parte dos Estados Unidos, principal comprador da região. O país intensificou a exploração de suas reservas próprias, afirmaram nesta terça-feira especialistas presentes no evento Latin Oil Week, realizado no Rio de Janeiro.

De acordo com as fontes, os Estados Unidos estão produzindo um volume maior do chamado shale gas, ou gás de xisto, descoberto há 30 anos e diferente do gás natural mais utilizado na América Latina e nos países desenvolvidos.

Isso aumentará a oferta de gás disponível, e causará uma queda da demanda americana pelo combustível.

Os principais exportadores latino-americanos de gás para os EUA, Peru e Trinindad e Tobago, precisarão ter sua oferta absorvida por Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Brasil -- principais importadores latino-americanos--, afirmou Alvaro Ríos Roca, ex-ministro de Minas e Hidrocarbonetos da Bolívia e atual sócio da consultoria Gas Energy.

O Brasil continuará demandando gás da Bolívia, até que tenha suas reservas de pré-sal plenamente exploradas, salientou.

Para Roca, o gás já não compete mais com o petróleo. "Agora, a disputa é entre o gás e o shale gas [gás de xisto]', disse durante o fórum, que ocorre até quarta-feira no Rio de Janeiro.

O aumento da oferta ocorrerá porque os Estados Unidos ampliaram seus investimentos nessa matriz energética, concordou, por sua vez, Christopher Smith, secretário-adjunto da área de Petróleo e Gás do Departamento de Energia americano.

"Existe uma vontade do governo [de Barack] Obama de diminuir a utilização de petróleo, diversificando fontes de energia, especialmente [voltando-se] para o gás", explicou, durante o evento.

"Nos últimos dois anos, houve um forte aumento da produção de gás de xisto, com o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração", declarou.

Recentemente, grandes companhias como ExxonMobil decidiram entrar no setor.

Esse tipo de gás, diferente do gás natural associado em alguns casos ao petróleo subjacente, é visto como mais rentável no longo prazo.

"O gás natural baixou de preço especialmente depois do aumento da exploração do shale gas", disse Roca.

As maiores reservas estão nos Estados Unidos e China, que recentemente firmaram um convênio para sua exploração. O gás xisto também é encontrado em Austrália, Polônia e Áustria, explicou Smith. A Argentina é o único país latino-americano a possuir reservas desse tipo de combustível, completou Roca.

 

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