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15/08/2003 - 17h21

Blecaute causa perdas de US$ 25 bi a US$ 30 bi diários aos EUA

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da Folha Online

O blecaute que atingiu o nordeste dos Estados Unidos e parte do Canadá, na quinta-feira, provocará um prejuízo estimado entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões diários.

De acordo com estimativa do banco Merrill Lynch, esse montante leva em consideração todos os bens e serviços que deixaram de ser produzidos no final da tarde da quinta e na sexta, antes do retorno da energia elétrica.

No início da noite desta sexta, Nova York tinha apenas 85% da distribuição de energia restaurada, segundo o prefeito Michael Bloomberg. A energia está sendo restabelecida setor por setor, com apenas alguns quarteirões ainda sem luz em Manhattan e no Brooklin. Os trens do metrô de Nova York, no entanto, ainda aguardam um comunicado para retomar as operações.

Ontem, em Manhattan, vários escritórios liberaram seus funcionários mais cedos na quinta. Vários deles, inclusive, nem chegaram a abrir na sexta por conta da falta de energia.

Levantamento das companhias aéreas mostram que cerca de 500 vôos foram cancelados por conta do blecaute.

"Acredito que o perda máxima ficará entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões por dia no PIB (Produto Interno Bruto)", apontou David Rosenburg, analista da Merrill Lynch.

De acordo com especialistas, com o restabelecimento progressivo da eletricidade as conseqüências não serão muito importantes.

"Claro, tudo tem um custo, mas acredito que possa se recuperar a maior parte das perdas", afirmou Sung Won Sohn, analista do Banco Wells Fargo.

Vôos

Companhias aéreas cancelaram ou planejam cancelar mais de 500 vôos nesta sexta por causa do blecaute no nordeste dos EUA e no Canadá. Afirmaram que o número poderia aumentar devido às problemáticas operações nos aeroportos.

Os aeroportos mais afetados pelo apagão foram JFK e La Guardia (Nova York), Detroit (Michigan) e Cleveland (Ohio), de acordo com as companhias aéreas.

O blecaute acentuou ainda mais a crise no setor de transportes aéreos americano.
"Foi um desastre [...], é o mínimo que posso falar", declarou Tim Wagner, porta-voz da maior companhia aérea do mundo, a American Airlines.

"A empresa cancelou ontem 141 vôos e outros 182 hoje. O número ainda pode aumentar à medida que avaliamos a situação, especialmente nos aeroportos JFK e La Guardia", disse Wagner.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA na sigla em inglês) anunciou que já foram levantadas as retrições de chegada em sete grandes aeroportos, impostas ontem. A medida inclui os três principais de Nova York e dois do Canadá.

O controle aéreo operava normalmente, com alguns terminais áreos, como o de Nova York, com a ajuda de instrumentos, declarou o porta-voz da FAA, Paul Turk.

Wagner reforçou, no entanto, o anúncio da FAA de que os aeroportos estão abertos. "Tecnicamente está tudo certo [...], as pistas e a eletricidade funcionam. Mesmo que o apagão tenha mantido alguns funcionários de tarefas críticas parados."

O porta-voz explicou que as máquinas de registro de equipamentos não funcionam e que as aeronaves também não estão podendo abastecer.

"Uma vez que se restabeleça toda a energia nesses aeroportos, será questão de quatro ou seis horas para tudo voltar ao normal", afirmou Wagner.

Crise

Os custos de operação das companhias aéreas aumentarão em centenas de milhões de dólares, segundo informações da porta-voz da empresa de consultoria de aviação Avmark, Barbara Beyer. "Estamos na alta temporada."

As companhias aéreas americanas, já afetadas pela crise do setor de aviação desencadeado pelos ataques de 11 de setembro em 2001 e depois pela Guerra do Iraque, contavam com ganhos no trimestre julho-setembro. "Este será um novo duro golpe para as empresas aéreas", disse.

"Quando o sistema aéreo voltar à normalidade totalmente, as prioridades se concentrarão nos vôos de partidas dos aeroportos que passaram pelo apagão", declarou Wagner.

"Os pousos serão permitidos aos poucos [...], somente no momento em que os funcionários constatarem que o abastecimento de energia já é confiável", disse.

"Caso haja nova pane, não queremos prender muita gente nos aeroportos", afirmou.

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