Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/09/2003 - 20h05

Conferência da OMC termina sem acordo em Cancún

Publicidade

da Folha Online

A 5ª Conferência Ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio) terminou hoje em Cancún (México) com um completo fracasso nas negociações devido às diferenças nas prioridades comerciais entre os países ricos e pobres.

O grande embate da reunião de Cancún foi em relação aos subsídios agrícolas dados pelos países ricos, que tanto prejudica os países pobres, exportadores de commodities.

O fracasso das negociações, no entanto, aconteceu devido a temas não menos polêmicos como regras para a participação em concorrências públicas governamentais, acesso de investidores estrangeiros a mercados e facilitação de procedimentos burocráticos no comércio exterior --conhecidos como a Agenda da Cingapura, local em que aconteceu a primeira conferência ministerial, em 1996.

Países pobres não aceitaram conceder nesses assuntos pois não obtiveram nenhum avanço significativo em relação a sua própria agenda, como a dos subsídios agrícolas.

Os países ricos, porém, reivindicavam maior estabilidade nas regras internacionais para participação de concorrências públicas governamentais, não especificamente o mesmo tratamento dado aos concorrentes locais; pediam ainda menor burocracia em procedimentos alfandegários e maior facilidade e regras claras para investidir em países estrangeiros.

Atraso na agenda de Doha

É o segundo colapso nas negociações da OMC. O primeiro aconteceu em Seattle, em 1998. Os ministros de 146 países decidiram convocar nova conferência até 15 de dezembro para não atrasar a agenda de desenvolvimento do comércio estabelecida em Doha (Qatar), em 2001.

A Rodada Doha estabeleceu como meta a data limite de 2005 para o término das negociações sobre agricultura e outros temas no âmbito da OMC.

Agricultura

O fracasso das negociações acontece após o impasse entre países pobres e ricos em torno dos subsídios agrícolas. Rascunho da declaração de Cancún, divulgado ontem, propunha a diminuição dos subsídios agrícolas, mas apenas para uma lista de alguns produtos.

A proposta foi combatida pelo G-21, o grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil, Índia e China, que reivindicavam um cronograma para o fim completo desses subsídios.

A conferência de Cancún tinha como objetivo definir um marco nas negociações em torno da liberalização comercial, iniciadas em novembro de 2001 em Doha (Qatar).

Uma delegação de países africanos e do Caribe decidiu abandonar a conferência em protesto contra a recusa da União Européia em retirar os chamados temas de Cingapura do texto da declaração, que vinha sendo negociada desde a tarde de sábado.

A agricultura é uma questão-chave por representar a fonte de sustento de bilhões de pessoas nos países subdesenvolvidos, que exigem que os Estados Unidos e a União Européia cortem os altíssimos subsídios pagos a seus produtores.

Os países mais pobres argumentam que os subsídios limitam o acesso dos menos favorecidos aos mercados mundiais e ajudam a perpetuar a pobreza. Os países ricos retrucam que já tomaram medidas substanciais para reduzir os subsídios.

Com agências internacionais

Leia mais
  • G-21 se declara fortalecido apesar do fracasso da reunião da OMC
  • Ministros convocam nova reunião da OMC para dezembro
  • ONGs e manifestantes comemoram fracasso de negociações

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página