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03/10/2003 - 15h45

Crédito com desconto em folha terá juro de 1,78% para 4%

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Cerca de 27 milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada poderão tomar empréstimos com desconto automático em folha de pagamento com juros que variam de 1,78% a 4% ao mês, dependendo do banco, do perfil do cliente e do prazo de pagamento.

Os juros não haviam sido definidos quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva regulamentou essa nova modalidade de empréstimo, há cerca de três semanas.

Inicialmente, os juros de 1,78% a 4%, considerados abaixo da média de mercado, serão oferecidos apenas por 19 bancos instalados no país.

Outras 33 instituições financeiras que estavam interessadas em oferecer esse tipo de empréstimo não poderão fazê-lo porque foram eliminadas na licitação promovida hoje pelas principais centrais sindicais brasileiras e pela Trevisan Consultoria Empresarial.

Esse grupo de bancos, que inclui o Itaú e o Unibanco, entre outros, propôs cobrar juros superiores aos limites aceitos na licitação: taxa máxima de 4% e taxa mínima superior a 3%.

Os limites foram estabelecidos para garantir que os bancos dividissem com os clientes o ganho com a redução da inadimplência, já que o crédito com o desconto em folha deverá baixar para quase zero o número de tomadores que não pagam seus empréstimos.

Prazos

Segundo expectativa da Trevisan, os 19 bancos qualificados na licitação de hoje deverão começar a oferecer crédito com desconto em folha dentro de 15 dias.

A consultoria não divulgou as taxas propostas pelos 19 bancos. Informou apenas que a Caixa Econômica Federal foi a instituição que ofereceu os menores juros mensais, que vão variar entre 1,78% e 3,5%.

A Folha Online apurou que a média das cinco melhores taxas mínimas foi de 1,9% e a das cinco taxas máximas mais baixas ficou em 3,39%

Nova licitação

Os bancos que ficaram de fora dessa primeira licitação ainda têm chances de oferecer empréstimo com desconto em folha para cerca de 27 milhões de trabalhadores do setor público e privado.

"Basta que se encaixem nos critérios dos bancos que foram selecionados na primeira fase. Ou seja reduzam suas taxas de juros para patamares menores", disse o presidente da CUT, Luiz Marinho.

Segundo ele, na próxima fase serão levados em conta outros critérios, como prazo de pagamento, tarifas, custo de abertura de conta e manutenção, além de serviços adicionais, como atendimento dentro da própria empresa.

Acordo guarda-chuva

Concluída a segunda etapa de negociação, as centrais sindicais deverão fechar um acordo nacional com um ou mais bancos, que terão prioridade na concessão do crédito com desconto em folha.

Segundo Marinho, a negociação nacional funcionará como uma espécie de "acordo guarda-chuva". "Esse acordo nacional servirá de base para a negociação regional que será feita pelos sindicatos."

Marinho disse que as centrais sindicais --CAT, CGT, CGTB e Força Sindical-- que participam do processo de seleção dos bancos poderão negociar critérios diferenciados para o acordo nacional. No caso da CUT, ele orientará os sindicatos a negociarem o empréstimo somente para os trabalhadores sindicalizados.

Já a Força Sindical não exigirá a sindicalização para negociar o empréstimo. "Nesse momento de crise, não dá para separar sindicalizado de não sindicalizado", disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Sem pressa

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força, fechou o primeiro acordo de empréstimo com desconto em folha com o Santander Banespa.

O acordo prevê empréstimos a partir de R$ 300 a uma taxa de juros mensal de 2% a 3,8% pelo prazo de 12 meses a 48 meses.

Juruna disse que o acordo com o Santander Banespa não será revisto porque a pré-seleção nacional identificou taxas menores, como a de 1,78% da Caixa Federal. "Não é só a taxa que precisa ser levada em conta. Existe outros custos e o que vale é o valor final do empréstimo", disse.

Marinho, por sua vez, disse que a CUT não teve pressa para fechar acordos e prefere esperar a conclusão da segunda etapa de seleção. "Nessa primeira etapa, quisemos identificar até que ponto os bancos estavam dispostos a baixar seus juros."

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