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08/01/2004
-
12h00
da Folha Online
Os C-Bonds (Capitalization Bond --bônus de capitalização) foram emitidos no dia 15 abril de 1994, durante o programa de reestruturação da dívida externa brasileira após a moratória de 1987. Antes disso, o Brasil não tinha acesso a linhas de crédito no mercado financeiro internacional.
O C-Bond é o papel da dívida brasileira mais negociado no exterior e o mais líquido entre os papéis de dívida dos países considerados emergentes.
Os papéis vencem em abril de 2014. Os pagamentos de juros são feitos a cada seis meses --sempre nos dias 15 de abril e 15 de outubro. A dívida com C-Bond está avaliada em US$ 6,5 bilhões.
No contrato de emissão dos papéis, o governo se comprometeu com a amortização do valor total da dívida emitida em C-Bond a partir deste ano.
Ao todo, segundo cálculos da consultoria Global Invest, serão desembolsados US$ 620 milhões em 2004 para a redução da dívida, além dos recursos que serão disponibilizados para o pagamento de juros.
As cláusulas de emissão do C-Bond também consideravam a opção de recompra dos papéis quando a cotação atingisse 100% do valor de face, como ocorreu hoje.
Para isso, o governo terá de comunicar ao mercado a intenção de recompra com um prazo entre 30 e 60 dias antes da data de resgate, que é 15 de abril.
Para o governo, a recompra de C-Bonds é uma alternativa pois ajudaria a melhorar o perfil da dívida brasileira. O C-Bond poderia ser substituído por outro título, os vencimentos seriam redistribuídos e o país se livraria da amortização de capital que começa neste ano.
Apesar de ser um título com alta liquidez no mercado, o C-Bond paga um "spread" (taxa de risco adicional cobrada no mercado financeiro internacional) maior que outros títulos da dívida brasileira. Isso porque o C-Bond é um título que foi criado para reestruturar uma dívida anterior, que o governo não tinha como pagar.
Só para exemplificar, o spread pago pelo C-Bond, que vence em 2014, varia em torno dos 430 pontos básicos, valor maior que o Global 30, que vence em 2030, que paga 420 pontos básicos. O spread do Global 2010, por exemplo, é de 300 pontos básicos.
Outros títulos do Brasil que também são negociados no exterior são os Globais (com vencimentos até 2040), Eurobonus, bônus Samurais (emitidos na moeda japonesa, o iene), o Par e o Discount.
Os dois últimos, como o C-Bond, foram lançados para o programa de reestruturação da dívida externa, no final da década de 80.
No total, o Brasil tem US$ 67,4 bilhões em títulos emitidos no exterior. A maior emissão é em Globais --US$ 32,9 bilhões--, seguida pelo Eurobonus, que soma US$ 7,7 bilhões.
Em bônus Samurai, o Brasil deve US$ 1,1 bilhão. A dívida com Par e Discount são, respectivamente, de US$ 1,5 bilhão e US$ 1,3 bilhão.
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O C-Bond é o papel da dívida brasileira mais negociado no exterior e o mais líquido entre os papéis de dívida dos países considerados emergentes.
Os papéis vencem em abril de 2014. Os pagamentos de juros são feitos a cada seis meses --sempre nos dias 15 de abril e 15 de outubro. A dívida com C-Bond está avaliada em US$ 6,5 bilhões.
No contrato de emissão dos papéis, o governo se comprometeu com a amortização do valor total da dívida emitida em C-Bond a partir deste ano.
Ao todo, segundo cálculos da consultoria Global Invest, serão desembolsados US$ 620 milhões em 2004 para a redução da dívida, além dos recursos que serão disponibilizados para o pagamento de juros.
As cláusulas de emissão do C-Bond também consideravam a opção de recompra dos papéis quando a cotação atingisse 100% do valor de face, como ocorreu hoje.
Para isso, o governo terá de comunicar ao mercado a intenção de recompra com um prazo entre 30 e 60 dias antes da data de resgate, que é 15 de abril.
Para o governo, a recompra de C-Bonds é uma alternativa pois ajudaria a melhorar o perfil da dívida brasileira. O C-Bond poderia ser substituído por outro título, os vencimentos seriam redistribuídos e o país se livraria da amortização de capital que começa neste ano.
Apesar de ser um título com alta liquidez no mercado, o C-Bond paga um "spread" (taxa de risco adicional cobrada no mercado financeiro internacional) maior que outros títulos da dívida brasileira. Isso porque o C-Bond é um título que foi criado para reestruturar uma dívida anterior, que o governo não tinha como pagar.
Só para exemplificar, o spread pago pelo C-Bond, que vence em 2014, varia em torno dos 430 pontos básicos, valor maior que o Global 30, que vence em 2030, que paga 420 pontos básicos. O spread do Global 2010, por exemplo, é de 300 pontos básicos.
Outros títulos do Brasil que também são negociados no exterior são os Globais (com vencimentos até 2040), Eurobonus, bônus Samurais (emitidos na moeda japonesa, o iene), o Par e o Discount.
Os dois últimos, como o C-Bond, foram lançados para o programa de reestruturação da dívida externa, no final da década de 80.
No total, o Brasil tem US$ 67,4 bilhões em títulos emitidos no exterior. A maior emissão é em Globais --US$ 32,9 bilhões--, seguida pelo Eurobonus, que soma US$ 7,7 bilhões.
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