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06/02/2004
-
09h51
IVONE PORTES
da Folha Online
A produção industrial brasileira encerrou o primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com leve crescimento de 0,3%, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do crescimento apurado no ano passado, a indústria brasileira teve seu pior desempenho anual desde 1999, quando registrou retração de 0,7% na atividade industrial.
O resultado de 2003 é também bastante inferior ao verificado em 2002, ano em que houve expansão de 2,5% na atividade industrial. Em 2000 e 2001, a indústria havia registrado altas de 6,6% e 1,6%, respectivamente.
O juro alto, a falta de crédito, a queda no poder aquisitivo dos brasileiros e o desemprego impediram uma recuperação da demanda doméstica no início do ano. Esse movimento travou os negócios no comércio e, conseqüentemente, na indústria, principalmente no primeiro semestre, período em que a produção do setor apontou retração de 0,1% em relação a igual período de 2002.
O estimulo para a indústria em 2003 veio principalmente das exportações, que cresceram 21,1% e atingiram volume recorde de US$ 73,084 bilhões no ano. O superávit da balança comercial brasileira chegou a US$ 24,831 bilhões, crescimento de 89% em relação a 2002, maior saldo da história do país.
Melhora de demanda
No segundo semestre, porém, além do bom desempenho das exportações, houve uma melhora na demanda interna, que impulsionou o segmento de bens de consumo duráveis (como eletrodomésticos e automóveis), avalia o economista do IBGE, André Macedo.
Tanto que, no acumulado do quarto trimestre, o crescimento da atividade industrial foi mais intenso em relação o trimestre anterior (+3,3%) e na comparação com igual período de 2002 (+1,5%).
Ele destaca, por exemplo, a produção de eletrodomésticos, que acumulou expansão de 5,8% no segundo semestre, contra queda de 10,5% nos primeiros seis meses do ano.
Macedo atribui essa melhora ao "afrouxamento da política monetária e à criação de linhas de créditos especiais para consumo".
Em fevereiro, o juro básico da economia subiu de 25,5% para 26,5% ao ano. Ficou nesse patamar até maio e recuou em junho para 26% ao ano, encerrando 2003 em 16,5% ao ano.
Tradicionalmente, no último trimestre a economia é mais aquecida também em razão da entrada do pagamento do 13º salário e das vendas de Natal.
Já os setores que dependem de massa salarial continuaram com desempenho desfavorável no final do ano. É o caso dos semiduráveis e não-duráveis (alimentos, têxtil, vestuário e calçados, entre outros), que encerraram o período com queda de 5,5% na atividade industrial.
Setores
Dos 20 setores que fazem parte da pesquisa do IBGE, apenas nove tiveram crescimento em 2003, com a mecânica mantendo a liderança (+8,9%), tanto em termos de impacto sobre o índice geral como em relação à magnitude da expansão.
Outros destaques de crescimento foram metalúrgica (+4,5%) e extrativa mineral (+2,4%).
Das 11 quedas, as mais significativas ficaram com as indústrias de vestuário e calçados (-12,5%), produtos alimentares (-2,7%), farmacêutica (-18,5%) e têxtil (-6,9%).
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Produção industrial cai 1% em dezembro após 5 meses de altas
Indústria fecha 2003 com pior desempenho desde 1999
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A produção industrial brasileira encerrou o primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com leve crescimento de 0,3%, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do crescimento apurado no ano passado, a indústria brasileira teve seu pior desempenho anual desde 1999, quando registrou retração de 0,7% na atividade industrial.
O resultado de 2003 é também bastante inferior ao verificado em 2002, ano em que houve expansão de 2,5% na atividade industrial. Em 2000 e 2001, a indústria havia registrado altas de 6,6% e 1,6%, respectivamente.
O juro alto, a falta de crédito, a queda no poder aquisitivo dos brasileiros e o desemprego impediram uma recuperação da demanda doméstica no início do ano. Esse movimento travou os negócios no comércio e, conseqüentemente, na indústria, principalmente no primeiro semestre, período em que a produção do setor apontou retração de 0,1% em relação a igual período de 2002.
O estimulo para a indústria em 2003 veio principalmente das exportações, que cresceram 21,1% e atingiram volume recorde de US$ 73,084 bilhões no ano. O superávit da balança comercial brasileira chegou a US$ 24,831 bilhões, crescimento de 89% em relação a 2002, maior saldo da história do país.
Melhora de demanda
No segundo semestre, porém, além do bom desempenho das exportações, houve uma melhora na demanda interna, que impulsionou o segmento de bens de consumo duráveis (como eletrodomésticos e automóveis), avalia o economista do IBGE, André Macedo.
Tanto que, no acumulado do quarto trimestre, o crescimento da atividade industrial foi mais intenso em relação o trimestre anterior (+3,3%) e na comparação com igual período de 2002 (+1,5%).
Ele destaca, por exemplo, a produção de eletrodomésticos, que acumulou expansão de 5,8% no segundo semestre, contra queda de 10,5% nos primeiros seis meses do ano.
Macedo atribui essa melhora ao "afrouxamento da política monetária e à criação de linhas de créditos especiais para consumo".
Em fevereiro, o juro básico da economia subiu de 25,5% para 26,5% ao ano. Ficou nesse patamar até maio e recuou em junho para 26% ao ano, encerrando 2003 em 16,5% ao ano.
Tradicionalmente, no último trimestre a economia é mais aquecida também em razão da entrada do pagamento do 13º salário e das vendas de Natal.
Já os setores que dependem de massa salarial continuaram com desempenho desfavorável no final do ano. É o caso dos semiduráveis e não-duráveis (alimentos, têxtil, vestuário e calçados, entre outros), que encerraram o período com queda de 5,5% na atividade industrial.
Setores
Dos 20 setores que fazem parte da pesquisa do IBGE, apenas nove tiveram crescimento em 2003, com a mecânica mantendo a liderança (+8,9%), tanto em termos de impacto sobre o índice geral como em relação à magnitude da expansão.
Outros destaques de crescimento foram metalúrgica (+4,5%) e extrativa mineral (+2,4%).
Das 11 quedas, as mais significativas ficaram com as indústrias de vestuário e calçados (-12,5%), produtos alimentares (-2,7%), farmacêutica (-18,5%) e têxtil (-6,9%).
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