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27/02/2004
-
09h34
ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio
A economia brasileira teve retração de 0,2% em 2003, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi o pior resultado desde 1992, ano do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, quando o país passava por uma crise institucional que parou a economia. Na época, o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas) recuou 0,52%.
A retração foi fruto de um ano marcado por juros altos, queda na renda, diminuição do consumo e aumento nas taxas de desemprego. Segundo o responsável pela pesquisa, Roberto Olinto, esses fatores atingiram principalmente o consumo das famílias.
"O consumo é basicamente determinado pela massa salarial e pela disponibilidade de crédito. E no ano passado, houve uma redução da massa salarial e um crédito com taxas mais altas. O efeito dessas duas variáveis se refletiu na queda de consumo das famílias e na construção civil", disse Olinto.
O desempenho da economia só não foi pior devido ao aumento das exportações, que cresceram 21,1% no ano passado e atingiram US$ 73 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
Embora decepcionante, o resultado era esperado pelos economistas, que acompanharam a deterioração dos indicadores ao longo do ano. Previsões de instituições ouvidas pela Folha variavam de taxa negativa de 0,2% a crescimento de 0,3% no ano passado.
Entre os setores da economia, a agropecuária foi a que teve o melhor resultado, com incremento de 5%. Olinto observou que o setor foi puxado, especialmente, pelas exportações.
A indústria sofreu retração de 1% e os serviços, queda de 0,1%. Entre os subsetores, a construção foi a única que apresentou retração, de 8,6%. A indústria de transformação, a mais importante, teve incremento de 0,7% no ano passado.
Pela ótica da demanda, houve retração de 3,3% no consumo das famílias brasileiras devido à queda na renda, que recuou 12,9% ao longo do ano passado, e ao desemprego elevado. Trata-se da maior retração no consumo das famílias desde o início da série histórica, em 1992.
Já os investimentos na economia, que também acompanharam a retração, tiveram queda de 6,6%. Foi a maior diminuição dos investimentos desde 1999, ano da desvalorização cambial, quando recuou 7,2%.
O PIB per capita teve queda de 1,5% em 2003, o pior resultado também desde 1992, quando recuou 2%.
PIB recua 0,2% no primeiro ano de Lula, pior resultado desde 1992
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da Folha Online, no Rio
A economia brasileira teve retração de 0,2% em 2003, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi o pior resultado desde 1992, ano do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, quando o país passava por uma crise institucional que parou a economia. Na época, o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas) recuou 0,52%.
A retração foi fruto de um ano marcado por juros altos, queda na renda, diminuição do consumo e aumento nas taxas de desemprego. Segundo o responsável pela pesquisa, Roberto Olinto, esses fatores atingiram principalmente o consumo das famílias.
"O consumo é basicamente determinado pela massa salarial e pela disponibilidade de crédito. E no ano passado, houve uma redução da massa salarial e um crédito com taxas mais altas. O efeito dessas duas variáveis se refletiu na queda de consumo das famílias e na construção civil", disse Olinto.
O desempenho da economia só não foi pior devido ao aumento das exportações, que cresceram 21,1% no ano passado e atingiram US$ 73 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
Embora decepcionante, o resultado era esperado pelos economistas, que acompanharam a deterioração dos indicadores ao longo do ano. Previsões de instituições ouvidas pela Folha variavam de taxa negativa de 0,2% a crescimento de 0,3% no ano passado.
Entre os setores da economia, a agropecuária foi a que teve o melhor resultado, com incremento de 5%. Olinto observou que o setor foi puxado, especialmente, pelas exportações.
A indústria sofreu retração de 1% e os serviços, queda de 0,1%. Entre os subsetores, a construção foi a única que apresentou retração, de 8,6%. A indústria de transformação, a mais importante, teve incremento de 0,7% no ano passado.
Pela ótica da demanda, houve retração de 3,3% no consumo das famílias brasileiras devido à queda na renda, que recuou 12,9% ao longo do ano passado, e ao desemprego elevado. Trata-se da maior retração no consumo das famílias desde o início da série histórica, em 1992.
Já os investimentos na economia, que também acompanharam a retração, tiveram queda de 6,6%. Foi a maior diminuição dos investimentos desde 1999, ano da desvalorização cambial, quando recuou 7,2%.
O PIB per capita teve queda de 1,5% em 2003, o pior resultado também desde 1992, quando recuou 2%.
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