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01/04/2004 - 08h51

Summers elogia política econômica do Brasil

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ÉRICA FRAGA
da Folha de S.Paulo

O economista Lawrence Summers, presidente da Universidade Harvard e ex-secretário do Tesouro norte-americano, fez críticas à política de comércio exterior do Brasil e mandou recado à administração petista, ao dizer que espera que o país não abandone o rigor das políticas macroeconômicas praticadas atualmente.

Para Summers, a estratégia do país em relação ao comércio internacional deveria ser menos defensiva e mais voltada à redução de barreiras protecionistas. De acordo com o economista, o fato de a economia brasileira ainda ser relativamente fechada é a principal explicação para o seu desempenho pouco satisfatório.

"Não posso deixar de me perguntar se as políticas de comércio externo do país não deveriam colocar mais ênfase no que o Brasil pode fazer por si mesmo ao reduzir as barreiras comerciais, ainda que o país, muito apropriadamente, enfatize os pecados protecionistas de outros países", disse, em evento da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

O economista ressaltou o fato de que, atualmente, a participação do Brasil no comércio mundial é menos da metade que a do Chile e afirmou que uma maior abertura da economia ajudaria o país a voltar a crescer de forma sustentada nos próximos anos.

As críticas ao Brasil foram estendidas a outros países -inclusive os Estados Unidos- que têm, segundo ele, se preocupado em exportar o máximo possível e importar o mínimo possível.

Recado

Se por um lado criticou a orientação brasileira no comércio externo, por outro Summers elogiou as políticas macroeconômicas adotadas pelo país, como as metas de inflação e o comprometimento com o ajuste fiscal.

Segundo ele, as autoridades brasileiras têm motivos para comemorar a conquista do crescimento da confiança dos mercados globais nos últimos 15 meses.

No entanto, Summers fez uma ressalva ao afirmar que espera "que os responsáveis pela formulação das políticas do país e a população não se tornem complacentes e achem que o trabalho já está feito". "Espero que o foco das políticas continue disciplinado."

Para Summers, o abandono do regime de metas de inflação, por exemplo, poderia significar a volta do descontrole inflacionário.

Em relação à política fiscal e à necessidade de redução da dívida pública, ele afirmou não acreditar que haja "uma estratégia alternativa a trabalhar junto com o FMI".

Sobre a economia norte-americana, disse ter esperanças que o governo tome passos para aumentar a poupança externa e reduzir o déficit orçamentário.
 

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