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11/04/2004
-
07h00
da Folha de S. Paulo
Em meio a tanto chocolate, um pequeno pedaço de massa feito apenas com farinha de trigo e água é também destaque de vendas na Semana Santa: a hóstia.
Prova disso é o aumento de vendas do produto verificado durante esta época: até 60% a mais do que ao longo do ano, como informa o gerente comercial da Livraria Loyola em São Paulo, Vitor Tavares: "Vendemos normalmente 500 mil hóstias por mês, mas, na época da Quaresma, aumentamos nossa encomenda em mais ou menos 300 mil hóstias".
Outra livraria católica, a Missão Nossa, informa que as vendas de hóstias nesta época do ano aumentam em torno de 30%.
Explica-se: além da maior quantidade de celebrações realizadas neste período, mais fiéis vão à igreja, alguns que não freqüentam as missas com tanta assiduidade durante o resto do ano.
E é durante a missa que a delicada massa de farinha, água e calor se transforma em algo tão importante para os católicos: na consagração, para os fiéis dessa religião, ocorreria a transubstanciação (quando a hóstia passa a ser um pedaço do corpo de Jesus Cristo).
É a reprodução da cena descrita pelos evangelistas, segundo a qual Jesus Cristo instituiu a eucaristia na Santa Ceia, quando fez o mesmo: transformou o pão e o vinho em seu próprio corpo e sangue para servir de alimento para seus discípulos. A passagem teria se dado um dia antes da Paixão --na Quinta-Feira Santa.
Industrial
Antes feita quase só por religiosos ou fiéis a serviço da Igreja Católica, hoje a hóstia também é fabricada em processo industrial, mas obedecendo à receita de levar somente farinha de trigo e água, e comercializada pela internet.
"Usamos farinha de trigo puríssima, superbranca, feita com o miolo do trigo, para que a hóstia fique bem branquinha", descreve João Tadeu Benatti, um dos sócios da Fábrica de Hóstias São Francisco, em Mococa (SP).
A fábrica existe há dez anos e emprega em torno de 15 pessoas na produção de hóstias.
O segredo, ensina Márcio Lúcio Pissolato, da Fábrica de Hóstias São Francisco de Assis, em José Bonifácio (SP), está no jeito de bater e de cortar a massa. "Os ingredientes não mudam", afirma Pissolato, um dos sócios da fábrica.
Depois, ela é embalada e vendida --normalmente entregue por Sedex. As embalagens --milheiro, 500 e até 50 unidades, dependendo da necessidade do cliente-- contêm a data de fabricação e a validade, que é de seis meses.
E, no período que vai do Carnaval a Corpus Christi, a produção da empresa de José Bonifácio aumenta na esteira de um crescimento de até 30% na quantidade de pedidos.
Com nove anos de existência, a fábrica emprega hoje dez pessoas, "todos católicos praticantes", informa Pissolato.
A validade das hóstias fabricadas em Mococa é maior: oito meses. "Nós esterilizamos as hóstias, o que aumenta sua durabilidade", explica Benatti. Além disso, ele cita outros fatores de qualidade: a espessura, a cor, o cozimento --a massa assa em uma máquina programada no tempo certo-- e mesmo a modernidade do maquinário, que abre a massa e faz a limpeza mecanicamente.
O controle de qualidade? "Quem faz é o padre, não é? O padre é nosso principal cliente, se a hóstia quebra ou esfarela, o padre não vai mais querer comprar a nossa hóstia", diz Pissolato.
Encomenda on-line
A empresa de Benatti aceita encomendas via internet. Aliás, para ele, o ideal é que sejam feitas por esse meio. "Alia a velocidade do pedido ao custo, pois é mais barato do que fazer um interurbano da Bahia, por exemplo."
Da Bahia ou de qualquer outro Estado do país, já que as duas empresas vendem para todo o Brasil. A fábrica de Mococa chegou até a exportar para os Estados Unidos, mas a venda externa foi interrompida com a Guerra do Iraque, no ano passado.
"Ficou muito complicado vender para eles qualquer artigo branco que vá em uma caixa", afirma o sócio.
O resultado de todo esse processo pode ser encontrado, enfim, a R$ 6,20 o milheiro em lojas católicas como a dos franciscanos, na igreja São Francisco, no largo de mesmo nome no centro de São Paulo.
Venda de hóstias cresce e chega à internet
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Em meio a tanto chocolate, um pequeno pedaço de massa feito apenas com farinha de trigo e água é também destaque de vendas na Semana Santa: a hóstia.
Prova disso é o aumento de vendas do produto verificado durante esta época: até 60% a mais do que ao longo do ano, como informa o gerente comercial da Livraria Loyola em São Paulo, Vitor Tavares: "Vendemos normalmente 500 mil hóstias por mês, mas, na época da Quaresma, aumentamos nossa encomenda em mais ou menos 300 mil hóstias".
Outra livraria católica, a Missão Nossa, informa que as vendas de hóstias nesta época do ano aumentam em torno de 30%.
Explica-se: além da maior quantidade de celebrações realizadas neste período, mais fiéis vão à igreja, alguns que não freqüentam as missas com tanta assiduidade durante o resto do ano.
E é durante a missa que a delicada massa de farinha, água e calor se transforma em algo tão importante para os católicos: na consagração, para os fiéis dessa religião, ocorreria a transubstanciação (quando a hóstia passa a ser um pedaço do corpo de Jesus Cristo).
É a reprodução da cena descrita pelos evangelistas, segundo a qual Jesus Cristo instituiu a eucaristia na Santa Ceia, quando fez o mesmo: transformou o pão e o vinho em seu próprio corpo e sangue para servir de alimento para seus discípulos. A passagem teria se dado um dia antes da Paixão --na Quinta-Feira Santa.
Industrial
Antes feita quase só por religiosos ou fiéis a serviço da Igreja Católica, hoje a hóstia também é fabricada em processo industrial, mas obedecendo à receita de levar somente farinha de trigo e água, e comercializada pela internet.
"Usamos farinha de trigo puríssima, superbranca, feita com o miolo do trigo, para que a hóstia fique bem branquinha", descreve João Tadeu Benatti, um dos sócios da Fábrica de Hóstias São Francisco, em Mococa (SP).
A fábrica existe há dez anos e emprega em torno de 15 pessoas na produção de hóstias.
O segredo, ensina Márcio Lúcio Pissolato, da Fábrica de Hóstias São Francisco de Assis, em José Bonifácio (SP), está no jeito de bater e de cortar a massa. "Os ingredientes não mudam", afirma Pissolato, um dos sócios da fábrica.
Depois, ela é embalada e vendida --normalmente entregue por Sedex. As embalagens --milheiro, 500 e até 50 unidades, dependendo da necessidade do cliente-- contêm a data de fabricação e a validade, que é de seis meses.
E, no período que vai do Carnaval a Corpus Christi, a produção da empresa de José Bonifácio aumenta na esteira de um crescimento de até 30% na quantidade de pedidos.
Com nove anos de existência, a fábrica emprega hoje dez pessoas, "todos católicos praticantes", informa Pissolato.
A validade das hóstias fabricadas em Mococa é maior: oito meses. "Nós esterilizamos as hóstias, o que aumenta sua durabilidade", explica Benatti. Além disso, ele cita outros fatores de qualidade: a espessura, a cor, o cozimento --a massa assa em uma máquina programada no tempo certo-- e mesmo a modernidade do maquinário, que abre a massa e faz a limpeza mecanicamente.
O controle de qualidade? "Quem faz é o padre, não é? O padre é nosso principal cliente, se a hóstia quebra ou esfarela, o padre não vai mais querer comprar a nossa hóstia", diz Pissolato.
Encomenda on-line
A empresa de Benatti aceita encomendas via internet. Aliás, para ele, o ideal é que sejam feitas por esse meio. "Alia a velocidade do pedido ao custo, pois é mais barato do que fazer um interurbano da Bahia, por exemplo."
Da Bahia ou de qualquer outro Estado do país, já que as duas empresas vendem para todo o Brasil. A fábrica de Mococa chegou até a exportar para os Estados Unidos, mas a venda externa foi interrompida com a Guerra do Iraque, no ano passado.
"Ficou muito complicado vender para eles qualquer artigo branco que vá em uma caixa", afirma o sócio.
O resultado de todo esse processo pode ser encontrado, enfim, a R$ 6,20 o milheiro em lojas católicas como a dos franciscanos, na igreja São Francisco, no largo de mesmo nome no centro de São Paulo.
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