Publicidade
Publicidade
27/04/2004
-
22h30
da Folha Online
A venda da Embratel, a maior operadora brasileira de telefonia de longa distância, para os mexicanos da Telmex encerra a maior disputa no setor desde a privatização da Telebrás, em julho de 1998.
Representa ainda a segunda grande etapa no esforço para a reestruturação do setor no país que agora se mostra nas mãos de seis grandes grupos: os mexicanos com a Claro e a Embratel; os espanhóis e portugueses na Telefônica e Vivo; os italianos da TIM nos celulares, além da participação na Brasil Telecom; o banco Opportunity e fundos de pensão na Brasil Telecom; e finalmente o grupo formado pela Telemar e Oi.
A saga da venda da Embratel começou em novembro do ano passado, quando a MCI (ex-WorldCom), controladora da Embratel, confirmou sua intenção de vender o controle societário da empresa, como já vinha sendo veiculado na imprensa.
Entre os interessados no processo, apareceram a Telmex, a Telos (fundo de pensão dos trabalhadores da Embratel) e o consórcio das teles fixas (Telefônica, Telemar e Brasil Telecom).
Em janeiro, a Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) levou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e à SDE (Secretaria de Direito Econômico) representação sobre o risco de eliminação da concorrência com a possibilidade de compra da empresa pelas teles fixas.
A iniciativa da Fittel foi acompanhada depois pela Telcomp (associação que reúne as empresas espelho da telefonia fixa, entre outras).
Diante das informações publicadas na imprensa, a Anatel decidiu, então, interferir no processo, encaminhando, no dia 29 de janeiro, ofício à Embratel requerendo informações sobre essa transferência de controle e recomendando que as condições sobre abertura de data room para a transferência do controle deveriam ser submetidas ao órgão regulador para evitar que dados estratégicos da companhia fossem acessados por empresas concorrentes.
Ainda no final de janeiro, a SDE instaurou procedimento administrativo para investigar práticas anticompetitivas por parte das três concessionárias locais com base no acordo firmado entre elas para a compra da Embratel.
No dia 5 de fevereiro, a MCI apresentou à Anatel as condições de abertura de data room, tendo recebido da agência a aprovação para prosseguir com o processo transferência do controle da Embratel.
Preocupado com o controle da Star One, subsidiária responsável pela operação de satélites, o governo brasileiro manifestou a intenção de obter uma "golden share" ou até mesmo participação acionária na Star One por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para preservar os interesses nacionais quanto à operação dos satélites responsáveis pela comunicação militar principalmente.
Em meados de março, a Embratel emitiu fato relevante comunicando ao mercado a decisão da MCI de assinar contrato de compra e venda do controle da empresa para a Telmex.
O processo precisaria, no entanto, de aprovação da Corte de Falências americana, uma vez que a MCI encontrava-se em processo de concordata.
A Calais, que havia perdido a disputa na escolha da MCI, elevou sua proposta para tentar reverter a decisão da controladora da Embratel, mas conseguiu apenas o adiamento do julgamento pela justiça, antes previsto para a primeira quinzena de abril.
As teles fixas, que já tinham uma proposta mais elevada que a da Telmex (US$ 550 milhões, contra US$ 360 milhões) ofereceram, então, garantias de que a MCI receberia a mesma oferta da concorrente, caso o processo de venda para a Calais não fosse aprovado pelas autoridades brasileiras de defesa da concorrência e de regulação.
A Telmex também chegou a elevar a sua proposta de US$ 360 milhões para US$ 400 milhões, que acabou sendo a oferta aprovada pela Corte de Falências de Nova York.
Leia mais
Corte de NY aprova venda da Embratel para mexicanos
Governo vai querer "golden share" da Telmex
Calais diz que decisão prejudica acionistas da Embratel
Mexicanos podem trazer maior competição no setor
Venda da Embratel encerra maior disputa na telefonia desde a venda da Telebrás
Publicidade
A venda da Embratel, a maior operadora brasileira de telefonia de longa distância, para os mexicanos da Telmex encerra a maior disputa no setor desde a privatização da Telebrás, em julho de 1998.
Representa ainda a segunda grande etapa no esforço para a reestruturação do setor no país que agora se mostra nas mãos de seis grandes grupos: os mexicanos com a Claro e a Embratel; os espanhóis e portugueses na Telefônica e Vivo; os italianos da TIM nos celulares, além da participação na Brasil Telecom; o banco Opportunity e fundos de pensão na Brasil Telecom; e finalmente o grupo formado pela Telemar e Oi.
A saga da venda da Embratel começou em novembro do ano passado, quando a MCI (ex-WorldCom), controladora da Embratel, confirmou sua intenção de vender o controle societário da empresa, como já vinha sendo veiculado na imprensa.
Entre os interessados no processo, apareceram a Telmex, a Telos (fundo de pensão dos trabalhadores da Embratel) e o consórcio das teles fixas (Telefônica, Telemar e Brasil Telecom).
Em janeiro, a Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) levou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e à SDE (Secretaria de Direito Econômico) representação sobre o risco de eliminação da concorrência com a possibilidade de compra da empresa pelas teles fixas.
A iniciativa da Fittel foi acompanhada depois pela Telcomp (associação que reúne as empresas espelho da telefonia fixa, entre outras).
Diante das informações publicadas na imprensa, a Anatel decidiu, então, interferir no processo, encaminhando, no dia 29 de janeiro, ofício à Embratel requerendo informações sobre essa transferência de controle e recomendando que as condições sobre abertura de data room para a transferência do controle deveriam ser submetidas ao órgão regulador para evitar que dados estratégicos da companhia fossem acessados por empresas concorrentes.
Ainda no final de janeiro, a SDE instaurou procedimento administrativo para investigar práticas anticompetitivas por parte das três concessionárias locais com base no acordo firmado entre elas para a compra da Embratel.
No dia 5 de fevereiro, a MCI apresentou à Anatel as condições de abertura de data room, tendo recebido da agência a aprovação para prosseguir com o processo transferência do controle da Embratel.
Preocupado com o controle da Star One, subsidiária responsável pela operação de satélites, o governo brasileiro manifestou a intenção de obter uma "golden share" ou até mesmo participação acionária na Star One por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para preservar os interesses nacionais quanto à operação dos satélites responsáveis pela comunicação militar principalmente.
Em meados de março, a Embratel emitiu fato relevante comunicando ao mercado a decisão da MCI de assinar contrato de compra e venda do controle da empresa para a Telmex.
O processo precisaria, no entanto, de aprovação da Corte de Falências americana, uma vez que a MCI encontrava-se em processo de concordata.
A Calais, que havia perdido a disputa na escolha da MCI, elevou sua proposta para tentar reverter a decisão da controladora da Embratel, mas conseguiu apenas o adiamento do julgamento pela justiça, antes previsto para a primeira quinzena de abril.
As teles fixas, que já tinham uma proposta mais elevada que a da Telmex (US$ 550 milhões, contra US$ 360 milhões) ofereceram, então, garantias de que a MCI receberia a mesma oferta da concorrente, caso o processo de venda para a Calais não fosse aprovado pelas autoridades brasileiras de defesa da concorrência e de regulação.
A Telmex também chegou a elevar a sua proposta de US$ 360 milhões para US$ 400 milhões, que acabou sendo a oferta aprovada pela Corte de Falências de Nova York.
Leia mais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice