Publicidade
Publicidade
27/06/2004
-
07h39
da Folha de S.Paulo
O Real estabilizou a economia, mas deixou um legado de 2,6 milhões de desempregados no país entre 1995 e 2002, número próximo ao da população de Curitiba, capital do Paraná. Só na região metropolitana de São Paulo, o estoque de desempregados chegou a 847 mil nos dez anos do plano.
Para chegar ao cálculo nacional, Luiz Parreiras, economista do Ipea, considerou, para setembro de 2002, a mesma taxa de desemprego de setembro de 1995 --de 6,7%, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
Ao aplicar essa taxa sobre a PEA (População Economicamente Ativa) de 2002, o economista chegou ao número de 5,5 milhões de desempregados. Como a taxa em 2002 foi de 9,9% --com 8,1 milhões de desempregados-- o "esqueleto" do desemprego equivale à diferença: 2,6 milhões. "Só no governo FHC [95-2002], o Real produziu 2,6 milhões de desempregados", diz Parreiras.
Para eliminar esse estoque de desempregados, o economista do Ipea estima que seriam necessários seis anos e meio. Nesse caso, considerou três fatores: 1) o crescimento anual do PIB de 3,5% nos próximos anos; 2) para cada um ponto percentual de crescimento do PIB, o emprego cresce 0,8% -essa relação é chamada de elasticidade emprego/produto; 3) o ingresso anual de 1,7 milhão de pessoas no mercado de trabalho.
Nas estimativas do professor da Unicamp Anselmo Luis dos Santos, serão necessários de sete a oito anos para que a Grande São Paulo volte a ter a mesma taxa de desemprego verificada em 1994 -14,2% em junho, medida pelo Dieese e pela Fundação Seade. Em abril deste ano, essa taxa foi de 20,7%. Para chegar a esse prazo, ele estimou que o Brasil cresceria 3,5% ao ano e que a relação produto/emprego seria de 0,87% (percentual obtido da média histórica dos últimos dez anos).
"Só vamos chegar ao mesmo estoque de desempregados de 1994 [1,197 milhão] em um prazo de 14 a 15 anos", diz Santos. Para zerar o número de desempregados em São Paulo seriam necessários mais de 20 anos.
Leia mais
Plano Real vence inflação, mas não a desigualdade
Plano Real nasce da mistura de economia e política
Real não existiria sem Itamar, diz Ricupero
Controle da inflação foi obtido com atraso
Especial
Veja o que já foi publicado sobre o Plano Real
Em dez anos de Plano Real, 2,6 mi ficam sem emprego
Publicidade
O Real estabilizou a economia, mas deixou um legado de 2,6 milhões de desempregados no país entre 1995 e 2002, número próximo ao da população de Curitiba, capital do Paraná. Só na região metropolitana de São Paulo, o estoque de desempregados chegou a 847 mil nos dez anos do plano.
Para chegar ao cálculo nacional, Luiz Parreiras, economista do Ipea, considerou, para setembro de 2002, a mesma taxa de desemprego de setembro de 1995 --de 6,7%, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
Ao aplicar essa taxa sobre a PEA (População Economicamente Ativa) de 2002, o economista chegou ao número de 5,5 milhões de desempregados. Como a taxa em 2002 foi de 9,9% --com 8,1 milhões de desempregados-- o "esqueleto" do desemprego equivale à diferença: 2,6 milhões. "Só no governo FHC [95-2002], o Real produziu 2,6 milhões de desempregados", diz Parreiras.
Para eliminar esse estoque de desempregados, o economista do Ipea estima que seriam necessários seis anos e meio. Nesse caso, considerou três fatores: 1) o crescimento anual do PIB de 3,5% nos próximos anos; 2) para cada um ponto percentual de crescimento do PIB, o emprego cresce 0,8% -essa relação é chamada de elasticidade emprego/produto; 3) o ingresso anual de 1,7 milhão de pessoas no mercado de trabalho.
Nas estimativas do professor da Unicamp Anselmo Luis dos Santos, serão necessários de sete a oito anos para que a Grande São Paulo volte a ter a mesma taxa de desemprego verificada em 1994 -14,2% em junho, medida pelo Dieese e pela Fundação Seade. Em abril deste ano, essa taxa foi de 20,7%. Para chegar a esse prazo, ele estimou que o Brasil cresceria 3,5% ao ano e que a relação produto/emprego seria de 0,87% (percentual obtido da média histórica dos últimos dez anos).
"Só vamos chegar ao mesmo estoque de desempregados de 1994 [1,197 milhão] em um prazo de 14 a 15 anos", diz Santos. Para zerar o número de desempregados em São Paulo seriam necessários mais de 20 anos.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice