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06/07/2004
-
10h09
da Folha Online
O governo argentino não acredita que haverá uma represália do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às barreiras impostas pelo país vizinho à exportação de fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupa e televisores brasileiros.
"Creio que haverá uma reação imediata da imprensa brasileira. No entanto, estou seguro de que não haverá represálias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse o embaixador argentino em Brasília, Juan Pablo Lohlé, ao jornal "Clarín".
"O Brasil compreende bem que a Argentina não pode gastar sua reativação [econômica] exclusivamente com a importação de produtos brasileiros. Sabem que necessitamos produzir mais e gerar mais empregos", completou o diplomata.
Ontem o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras, que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los.
Lavagna também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
A justificativa para as barreiras foi o crescimento de mais de 100% verificado na importação desses produtos no primeiro semestre.
Até o momento, nenhum representante do governo brasileiro comentou a decisão do país vizinho.
Aviso prévio
Segundo o "Clarín", o embaixador argentino afirmou que seu governo avisou o Palácio do Planalto que tomaria a medida antes de seu anúncio.
Ele disse que a Argentina só decidiu pelas barreiras aos eletrodomésticos brasileiros porque os fabricantes dos dois países não conseguiram chegar a um acordo.
Anticlímax
O anúncio argentino gerou um anticlímax em pleno início da cúpula do Mercosul. Enquanto os negociadores da Argentina e do Brasil se reuniam em Puerto Iguazú para avançar no processo de integração do bloco, o ministro da Economia Roberto Lavagna anunciava, em Buenos Aires, as restrições às importações brasileiras de linha branca.
'Deselegante' foi o comentário de um dos diplomatas brasileiros, assim que soube da notícia. Segundo ele, o anfitrião da cúpula escolheu o pior momento político para impor a barreira ao comércio. Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com o seu colega Néstor Kirchner e os chefes de Estado do Mercosul e membros associados.
A barreira anunciada ontem é a segunda medida comercial do principal parceiro comercial e político do Brasil adotada em menos de duas semanas. Há cerca de dez dias, as autoridades sanitárias argentinas suspenderam as importações brasileiras de carne, devido a um foco de febre aftosa no Pará. Na última sexta, voltaram atrás.
No caso dos eletrodomésticos, o governo brasileiro já esperava algum tipo de medida da Argentina, pelo fato de não ter ocorrido acordo no setor privado. As barreiras eram um pedido da UIA (União Industrial Argentina), que está preocupada com o crescente déficit comercial com o Brasil.
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O governo argentino não acredita que haverá uma represália do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às barreiras impostas pelo país vizinho à exportação de fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupa e televisores brasileiros.
"Creio que haverá uma reação imediata da imprensa brasileira. No entanto, estou seguro de que não haverá represálias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse o embaixador argentino em Brasília, Juan Pablo Lohlé, ao jornal "Clarín".
"O Brasil compreende bem que a Argentina não pode gastar sua reativação [econômica] exclusivamente com a importação de produtos brasileiros. Sabem que necessitamos produzir mais e gerar mais empregos", completou o diplomata.
Ontem o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras, que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los.
Lavagna também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
A justificativa para as barreiras foi o crescimento de mais de 100% verificado na importação desses produtos no primeiro semestre.
Até o momento, nenhum representante do governo brasileiro comentou a decisão do país vizinho.
Aviso prévio
Segundo o "Clarín", o embaixador argentino afirmou que seu governo avisou o Palácio do Planalto que tomaria a medida antes de seu anúncio.
Ele disse que a Argentina só decidiu pelas barreiras aos eletrodomésticos brasileiros porque os fabricantes dos dois países não conseguiram chegar a um acordo.
Anticlímax
O anúncio argentino gerou um anticlímax em pleno início da cúpula do Mercosul. Enquanto os negociadores da Argentina e do Brasil se reuniam em Puerto Iguazú para avançar no processo de integração do bloco, o ministro da Economia Roberto Lavagna anunciava, em Buenos Aires, as restrições às importações brasileiras de linha branca.
'Deselegante' foi o comentário de um dos diplomatas brasileiros, assim que soube da notícia. Segundo ele, o anfitrião da cúpula escolheu o pior momento político para impor a barreira ao comércio. Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com o seu colega Néstor Kirchner e os chefes de Estado do Mercosul e membros associados.
A barreira anunciada ontem é a segunda medida comercial do principal parceiro comercial e político do Brasil adotada em menos de duas semanas. Há cerca de dez dias, as autoridades sanitárias argentinas suspenderam as importações brasileiras de carne, devido a um foco de febre aftosa no Pará. Na última sexta, voltaram atrás.
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