Publicidade
Publicidade
06/07/2004
-
14h50
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
As empresas brasileiras de eletrodomésticos podem ser obrigadas a demitir cerca de 1.000 funcionários devido às restrições criadas pelo governo argentino para a importação de eletrodomésticos.
Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), a decisão, tomada por um dos principais importadores de eletrodomésticos do Brasil, pode representar também o fechamento de pelo menos uma fábrica no país.
Ontem o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras, que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los.
Lavagna também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
No ano passado, o Brasil exportou para a Argentina o equivalente a US$ 68 milhões em fogões, lavadoras e refrigeradores. O resultado de 2003 significou um aumento de 580% em relação a 2002, quando as exportações atingiram US$ 10 milhões.
Em volume de vendas, o avanço foi de 437%, passando de 93 mil para 500 mil unidades de 2002 para 2003.
"Esse crescimento em 2003 foi atípico por causa da baixíssima base de comparação de 2002. Já em 2004, as exportações foram influenciadas pela própria ameaça argentina. O varejo argentino tratou de acelerar as compras antes que as restrições fossem impostas", disse o presidente da Eletros, Paulo Saab.
Pelos cálculos da Eletros, a Argentina responde hoje por cerca de 26% das exportações brasileiras de fogões, refrigeradores e lavadoras de roupa.
Negociação frustrada
Saab disse que as associações de fabricantes de eletrodomésticos da Argentina romperam 'subitamente' as negociações sobre a venda de produtos brasileiros para o país vizinho.
'Estávamos negociando o assunto há seis meses. Tínhamos até fechado um acordo para a venda de fogões. Fomos surpreendidos pelos argentinos, que romperam unilateralmente as negociações quando souberam que o ministro deles [Lavagna] iria anunciar medidas duras em relação ao Brasil', afirmou ele.
Segundo Saab, o governo brasileiro já foi informado ontem sobre os detalhes da negociação entre os fabricantes de eletrodomésticos dos dois países. 'Coincidentemente, tivemos uma reunião ontem com o [Luiz Fernando] Furlan [ministro do Desenvolvimento] na mesma hora em que o Lavagna estava anunciando o pacote argentino.'
Saab disse que o governo brasileiro deverá incluir em sua missão à Argentina a negociação de medidas para derrubar as restrições criadas pelo outro país à exportação de eletrodomésticos.
'A Argentina não tem motivo para querer proteger sua indústria local. A indústria deles perdeu capacidade de produção nos últimos anos e eles são dependentes de nossos produtos', afirmou ele.
Leia mais
Argentina dificulta compra de eletrodomésticos brasileiros
Argentina descarta represália de Lula por barreiras
Argentina também pode barrar carros e grãos
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre o comércio com a Argentina
Brasil deve perder 1.000 empregos com novas barreiras argentinas
Publicidade
da Folha Online
As empresas brasileiras de eletrodomésticos podem ser obrigadas a demitir cerca de 1.000 funcionários devido às restrições criadas pelo governo argentino para a importação de eletrodomésticos.
Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), a decisão, tomada por um dos principais importadores de eletrodomésticos do Brasil, pode representar também o fechamento de pelo menos uma fábrica no país.
Ontem o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, decidiu pela retirada da licença prévia para a importação de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. O principal fornecedor desses produtos são empresas brasileiras, que, agora, terão de enfrentar maior burocracia para exportá-los.
Lavagna também instituiu um imposto de 21% para a importação de televisores da Zona Franca de Manaus. A taxa valerá por um período de 200 dias.
No ano passado, o Brasil exportou para a Argentina o equivalente a US$ 68 milhões em fogões, lavadoras e refrigeradores. O resultado de 2003 significou um aumento de 580% em relação a 2002, quando as exportações atingiram US$ 10 milhões.
Em volume de vendas, o avanço foi de 437%, passando de 93 mil para 500 mil unidades de 2002 para 2003.
"Esse crescimento em 2003 foi atípico por causa da baixíssima base de comparação de 2002. Já em 2004, as exportações foram influenciadas pela própria ameaça argentina. O varejo argentino tratou de acelerar as compras antes que as restrições fossem impostas", disse o presidente da Eletros, Paulo Saab.
Pelos cálculos da Eletros, a Argentina responde hoje por cerca de 26% das exportações brasileiras de fogões, refrigeradores e lavadoras de roupa.
Negociação frustrada
Saab disse que as associações de fabricantes de eletrodomésticos da Argentina romperam 'subitamente' as negociações sobre a venda de produtos brasileiros para o país vizinho.
'Estávamos negociando o assunto há seis meses. Tínhamos até fechado um acordo para a venda de fogões. Fomos surpreendidos pelos argentinos, que romperam unilateralmente as negociações quando souberam que o ministro deles [Lavagna] iria anunciar medidas duras em relação ao Brasil', afirmou ele.
Segundo Saab, o governo brasileiro já foi informado ontem sobre os detalhes da negociação entre os fabricantes de eletrodomésticos dos dois países. 'Coincidentemente, tivemos uma reunião ontem com o [Luiz Fernando] Furlan [ministro do Desenvolvimento] na mesma hora em que o Lavagna estava anunciando o pacote argentino.'
Saab disse que o governo brasileiro deverá incluir em sua missão à Argentina a negociação de medidas para derrubar as restrições criadas pelo outro país à exportação de eletrodomésticos.
'A Argentina não tem motivo para querer proteger sua indústria local. A indústria deles perdeu capacidade de produção nos últimos anos e eles são dependentes de nossos produtos', afirmou ele.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice