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07/11/2000
-
08h28
Veja especial sobre as eleições nos EUA
MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington
No ano passado, o vice-presidente dos EUA, Al Gore, entrou na campanha eleitoral à sucessão de Bill Clinton como o subcomandante político do maior período de expansão econômica da história do país.
O candidato democrata esperava que a menor taxa de desemprego dos últimos 20 anos, a revolução da Internet e o boom recorde das Bolsas o elegessem sem maiores turbulências.
A história também contava a seu favor. Na única vez em que um candidato governista perdeu a Casa Branca num período de expansão econômica (Hubert Humphrey para Richard Nixon, em 1968), o assunto que monopolizou a campanha foi a Guerra do Vietnã, não a economia.
No entanto o caminho não foi suave para Gore. Pesquisas e análises mostram que ele não conseguiu se beneficiar eleitoralmente da prosperidade.
Agora, Gore corre o risco de perder as eleições para o governador republicano do Texas, George W. Bush, numa campanha que, ao contrário da de 1968, não teve temas suficientemente fortes para ofuscar a bandeira da prosperidade.
As razões para o aparente fracasso de Gore ainda são incertas. Sabe-se que, para parte da população, não foi o Executivo, mas sim o presidente do Fed (banco central norte-americano), Alan Greenspan, quem produziu a prosperidade.
Para outros, a prosperidade é importante, mas a personalidade do candidato é mais importante na hora do voto. E eles preferem a de Bush.
Bush ameaça reinado democrata
Ao longo dos 18 meses de campanha, Gore manteve o discurso, mas mudou ligeiramente sua tática eleitoral ao constatar que a prosperidade não lhe trazia benefícios automáticos. Junto com outros democratas notórios, passou a dizer que, independentemente dos responsáveis pela prosperidade, Bush a destruirá se eleito.
"Vocês se lembram dos tempos de déficits orçamentários e de desemprego alto da década de 80? Pois é isso o que Bush trará de volta para vocês", disse Gore em um comício no Estado de Missouri.
"O momento de prosperidade não seria possível sem a responsabilidade política ou a disciplina fiscal que perseguimos nos últimos sete anos e meio", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, na Universidade de Chicago.
Segundo os democratas, as propostas de Bush para privatizar parcialmente o Seguro Social e cortar impostos destruiriam a prosperidade porque desajustariam as contas públicas.
Robert Zoelick, assessor de Bush, disse à Folha que a nova tática de Gore não irá alterar o voto do eleitor. "Não há nada no programa de Bush que coloque em risco a prosperidade."
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
Economia vai bem mas, não ajuda democrata Al Gore
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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington
No ano passado, o vice-presidente dos EUA, Al Gore, entrou na campanha eleitoral à sucessão de Bill Clinton como o subcomandante político do maior período de expansão econômica da história do país.
O candidato democrata esperava que a menor taxa de desemprego dos últimos 20 anos, a revolução da Internet e o boom recorde das Bolsas o elegessem sem maiores turbulências.
A história também contava a seu favor. Na única vez em que um candidato governista perdeu a Casa Branca num período de expansão econômica (Hubert Humphrey para Richard Nixon, em 1968), o assunto que monopolizou a campanha foi a Guerra do Vietnã, não a economia.
No entanto o caminho não foi suave para Gore. Pesquisas e análises mostram que ele não conseguiu se beneficiar eleitoralmente da prosperidade.
Agora, Gore corre o risco de perder as eleições para o governador republicano do Texas, George W. Bush, numa campanha que, ao contrário da de 1968, não teve temas suficientemente fortes para ofuscar a bandeira da prosperidade.
As razões para o aparente fracasso de Gore ainda são incertas. Sabe-se que, para parte da população, não foi o Executivo, mas sim o presidente do Fed (banco central norte-americano), Alan Greenspan, quem produziu a prosperidade.
Para outros, a prosperidade é importante, mas a personalidade do candidato é mais importante na hora do voto. E eles preferem a de Bush.
Bush ameaça reinado democrata
Ao longo dos 18 meses de campanha, Gore manteve o discurso, mas mudou ligeiramente sua tática eleitoral ao constatar que a prosperidade não lhe trazia benefícios automáticos. Junto com outros democratas notórios, passou a dizer que, independentemente dos responsáveis pela prosperidade, Bush a destruirá se eleito.
"Vocês se lembram dos tempos de déficits orçamentários e de desemprego alto da década de 80? Pois é isso o que Bush trará de volta para vocês", disse Gore em um comício no Estado de Missouri.
"O momento de prosperidade não seria possível sem a responsabilidade política ou a disciplina fiscal que perseguimos nos últimos sete anos e meio", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, na Universidade de Chicago.
Segundo os democratas, as propostas de Bush para privatizar parcialmente o Seguro Social e cortar impostos destruiriam a prosperidade porque desajustariam as contas públicas.
Robert Zoelick, assessor de Bush, disse à Folha que a nova tática de Gore não irá alterar o voto do eleitor. "Não há nada no programa de Bush que coloque em risco a prosperidade."
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