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05/09/2004
-
09h33
FABÍOLA SALANI
da Folha de S.Paulo
Com uma tiragem média de 7 milhões de volumes por ano, o Brasil é líder mundial da produção de Bíblias. O aumento de fiéis em igrejas evangélicas e o crescimento da Renovação Carismática, da Igreja Católica, estão entre as principais explicações para o aumento de demanda no país do livro mais vendido do mundo.
A inauguração, em 1995, da Gráfica da Bíblia, em Tamboré (Grande SP), ajudou a impulsionar a produção do livro no Brasil.
De acordo com o IBGE, a participação dos evangélicos na população brasileira passou de 9%, em 1991, para 15%, em 2000. Os católicos representavam, em 2000, 73,5% da população total.
"Em 2002, o país bateu o recorde e superou os EUA na distribuição de Bíblias", afirma Mário Barbosa, 42, diretor-executivo da SBI (Sociedade Bíblica Internacional).
No ano passado, a venda de livros religiosos em geral caiu em volume, mas o faturamento aumentou devido à venda de Bíblias mais luxuosas, de maior valor, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
O mercado todo foi de R$ 192 milhões no ano passado. Não há um dado separado sobre a venda de Bíblias na pesquisa, mas Vitor Tavares, gerente comercial da Loyola, dá uma boa pista: "A Bíblia é o carro-chefe de qualquer editora católica".
Compilando dados de diversas editoras, a Folha chegou a um número aproximado de 5 milhões de Bíblias vendidas no ano passado --um período, a exemplo do que houve nos demais setores da economia, de queda nas vendas.
Lado sagrado
Mário Barbosa, da SBI, explica esse nicho. "Uma característica importante é respeitar muito o sagrado. Não tratamos a Bíblia como produto de mercado."
Outro que fala do mesmo jeito sobre o setor é Tavares, da Loyola. "Há o lado profissional e até mesmo mercadológico nesse setor, mas sempre respeitando o dogma e o sagrado", afirma.
Prova disso é que não se vêem editoras laicas produzindo o livro. Elas são sempre confessionais, ainda que não ligadas diretamente a essa ou àquela igreja, à exceção das editoras católicas.
As editoras evangélicas dominam a distribuição --a palavra usada no meio para definir as vendas--, com 70%, em média, do total. Sozinha, a SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) distribui 50% das Bíblias completas do país.
Associada às Sociedades Bíblicas Unidas, uma comunidade presente em 136 países, a SBB é uma das dez integrantes desse grupo que possuem gráfica própria, que já editou Bíblias em 14 línguas --incluindo em árabe, que são enviadas para o Egito.
Diversificação
Hoje, existem diversos tipos de Bíblia: para mulheres, para jovens, para crianças, de estudo, para pastores, bilíngüe, em braile.
"Neste ano, devemos fazer quatro lançamentos", disse Sérgio Panvarini, diretor de marketing da Editora Vida, especializada em Bíblias especiais e comentadas.
Para cada lançamento, a editora investe R$ 1,5 milhão, em média. Ela pertence à Zondervan, a maior editora cristã do mundo, que faturou US$ 200 milhões no ano passado.
Há quatro semanas, a Vida inaugurou sua loja virtual dentro do Submarino --uma das cinco existentes no site e a única de editoras. No Mundo Vida, é possível comprar uma edição da Bíblia em ordem cronológica, a única em português, por R$ 95.
Na Paulus, o carro-chefe das vendas é a Bíblia pastoral, com linguagem mais acessível, segundo a assessoria de imprensa. A Bíblia júnior, para crianças, foi a terceira mais vendida no ano passado pela Paulinas. As versões em CD-ROM ainda são pouco significativas, embora ganhem espaço.
Mas nem tudo é completo no mercado bíblico brasileiro. Não há, informa a SBB, uma versão completa da Bíblia gravada em áudio em português.
Especial
Veja o que já foi publicado sobre o a Bíblia
Brasil lidera produção de Bíblias no mundo
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da Folha de S.Paulo
Com uma tiragem média de 7 milhões de volumes por ano, o Brasil é líder mundial da produção de Bíblias. O aumento de fiéis em igrejas evangélicas e o crescimento da Renovação Carismática, da Igreja Católica, estão entre as principais explicações para o aumento de demanda no país do livro mais vendido do mundo.
A inauguração, em 1995, da Gráfica da Bíblia, em Tamboré (Grande SP), ajudou a impulsionar a produção do livro no Brasil.
De acordo com o IBGE, a participação dos evangélicos na população brasileira passou de 9%, em 1991, para 15%, em 2000. Os católicos representavam, em 2000, 73,5% da população total.
"Em 2002, o país bateu o recorde e superou os EUA na distribuição de Bíblias", afirma Mário Barbosa, 42, diretor-executivo da SBI (Sociedade Bíblica Internacional).
No ano passado, a venda de livros religiosos em geral caiu em volume, mas o faturamento aumentou devido à venda de Bíblias mais luxuosas, de maior valor, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
O mercado todo foi de R$ 192 milhões no ano passado. Não há um dado separado sobre a venda de Bíblias na pesquisa, mas Vitor Tavares, gerente comercial da Loyola, dá uma boa pista: "A Bíblia é o carro-chefe de qualquer editora católica".
Compilando dados de diversas editoras, a Folha chegou a um número aproximado de 5 milhões de Bíblias vendidas no ano passado --um período, a exemplo do que houve nos demais setores da economia, de queda nas vendas.
Lado sagrado
Mário Barbosa, da SBI, explica esse nicho. "Uma característica importante é respeitar muito o sagrado. Não tratamos a Bíblia como produto de mercado."
Outro que fala do mesmo jeito sobre o setor é Tavares, da Loyola. "Há o lado profissional e até mesmo mercadológico nesse setor, mas sempre respeitando o dogma e o sagrado", afirma.
Prova disso é que não se vêem editoras laicas produzindo o livro. Elas são sempre confessionais, ainda que não ligadas diretamente a essa ou àquela igreja, à exceção das editoras católicas.
As editoras evangélicas dominam a distribuição --a palavra usada no meio para definir as vendas--, com 70%, em média, do total. Sozinha, a SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) distribui 50% das Bíblias completas do país.
Associada às Sociedades Bíblicas Unidas, uma comunidade presente em 136 países, a SBB é uma das dez integrantes desse grupo que possuem gráfica própria, que já editou Bíblias em 14 línguas --incluindo em árabe, que são enviadas para o Egito.
Diversificação
Hoje, existem diversos tipos de Bíblia: para mulheres, para jovens, para crianças, de estudo, para pastores, bilíngüe, em braile.
"Neste ano, devemos fazer quatro lançamentos", disse Sérgio Panvarini, diretor de marketing da Editora Vida, especializada em Bíblias especiais e comentadas.
Para cada lançamento, a editora investe R$ 1,5 milhão, em média. Ela pertence à Zondervan, a maior editora cristã do mundo, que faturou US$ 200 milhões no ano passado.
Há quatro semanas, a Vida inaugurou sua loja virtual dentro do Submarino --uma das cinco existentes no site e a única de editoras. No Mundo Vida, é possível comprar uma edição da Bíblia em ordem cronológica, a única em português, por R$ 95.
Na Paulus, o carro-chefe das vendas é a Bíblia pastoral, com linguagem mais acessível, segundo a assessoria de imprensa. A Bíblia júnior, para crianças, foi a terceira mais vendida no ano passado pela Paulinas. As versões em CD-ROM ainda são pouco significativas, embora ganhem espaço.
Mas nem tudo é completo no mercado bíblico brasileiro. Não há, informa a SBB, uma versão completa da Bíblia gravada em áudio em português.
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