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03/10/2004
-
09h00
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Depois da quebradeira das lojas "virtuais" em 2002 e 2003, o comércio on-line registra uma safra de bons resultados neste ano. O gasto médio por internauta já supera o valor recorde registrado no último Natal.
A quebra dos anos anteriores forçou o setor a reduzir custos. Agora que as vendas disparam, impulsionadas pelo aumento no número de internautas, a estrutura mais enxuta permite repassar benefícios. Maior prova disso é que a inflação nas lojas on-line é menor do que a do comércio em geral. Em setembro houve até deflação no "e-commerce".
"Hoje o consumidor vai para a rua, pesquisa os preços, volta para casa e compra na internet", afirma Pedro Guasti, diretor da consultoria E-bit.
Neste ano, o chamado e-flation (Índice de Inflação na Internet) acumula alta de 6,3% até agosto. O número é calculado pelos economistas do Provar (Programa de Administração de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo). O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice do IBGE que apura a inflação no varejo, verifica alta de 16,77% no período.
A base analisada dos dois índices (IPCA e e-flation) foi a mesma. Foram alvos do levantamento os aparelhos eletrônicos, de informática, CDs, livros não-didáticos e utensílios domésticos.
O último dado a respeito da inflação virtual corresponde ao mês de setembro e atingiu deflação de 1,82%. Ainda não há dados do IPCA para a variação dos preços no varejo para o mesmo mês. Mas certamente não trará deflação.
O Provar consegue levantar essas taxas com base em uma pesquisa feita nos três sites mais visitados em cada segmento de consumo. São levantados os preços de 81 produtos. Para se chegar a uma taxa final, cada segmento tem peso diferente para o cálculo.
As taxas inflacionárias são diferentes porque se tratam de canais de venda com diferentes políticas de relacionamento com fornecedores e com estruturas de gastos e fôlego financeiro próprios para bancar preços mais competitivos.
Como as vendas virtuais dispararam nos sites que sobreviveram à enxurrada de falências em 2002 e 2003, o volume comprado pelas empresas deu um salto. Com mais encomendas, passaram a conseguir descontos substanciais dos fornecedores desde 2003.
Devido aos custos físicos menores --não têm de pagar por pontos comerciais nem ter rede grande de funcionários--, os sites têm menos gordura e a chance de repassar essa vantagem ao cliente.
Além disso, o setor tem uma dinâmica própria que ajuda a conter preços. Se uma loja de departamento promove forte queima de estoques por um período, essa estratégia puxa os outros sites.
Já o comércio tradicional mantêm uma estratégia de preços que passa, basicamente, pela ampliação dos prazos de pagamento. Os juros, em ambos os casos, estão no mesmo patamar.
Mais pedidos
Campanhas promocionais agressivas foram uma das principais estratégias para manter as vendas virtuais num alto patamar neste ano. Em setembro, segundo dados obtido pela Folha, as vendas on-line no país atingiram R$ 150 milhões, uma alta de 49% sobre mesmo mês de 2003. A consultoria E-bit, de pesquisa on-line, fez o levantamento. Os dados são coletados com de 40 a 45 mil usuários de internet a cada mês.
A E-bit estima que o comércio virtual no Brasil fature neste ano R$ 1,8 bilhão. É como se, por dia, os internautas brasileiros gastassem R$ 4,9 milhões em compras. No ano passado, foram R$ 3,2 milhões ao dia --o que equivale a quase R$ 1,18 bilhão no ano. Assim, a estimativa de crescimento neste ano é de 52,5% sobre 2003.
Em termos de comparação, nas lojas físicas, o IBGE informou um aumento de 11,7% nas vendas do varejo no país até julho em relação a igual período de 2003.
Outro termômetro do setor, o tíquete médio (valor do gasto médio por cliente) nas lojas analisadas ultrapassou a marca dos R$ 300 neste ano. Em agosto, o montante foi de R$ 316. Em dezembro de 2003, R$ 315.
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Depois da quebradeira das lojas "virtuais" em 2002 e 2003, o comércio on-line registra uma safra de bons resultados neste ano. O gasto médio por internauta já supera o valor recorde registrado no último Natal.
A quebra dos anos anteriores forçou o setor a reduzir custos. Agora que as vendas disparam, impulsionadas pelo aumento no número de internautas, a estrutura mais enxuta permite repassar benefícios. Maior prova disso é que a inflação nas lojas on-line é menor do que a do comércio em geral. Em setembro houve até deflação no "e-commerce".
"Hoje o consumidor vai para a rua, pesquisa os preços, volta para casa e compra na internet", afirma Pedro Guasti, diretor da consultoria E-bit.
Neste ano, o chamado e-flation (Índice de Inflação na Internet) acumula alta de 6,3% até agosto. O número é calculado pelos economistas do Provar (Programa de Administração de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo). O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice do IBGE que apura a inflação no varejo, verifica alta de 16,77% no período.
A base analisada dos dois índices (IPCA e e-flation) foi a mesma. Foram alvos do levantamento os aparelhos eletrônicos, de informática, CDs, livros não-didáticos e utensílios domésticos.
O último dado a respeito da inflação virtual corresponde ao mês de setembro e atingiu deflação de 1,82%. Ainda não há dados do IPCA para a variação dos preços no varejo para o mesmo mês. Mas certamente não trará deflação.
O Provar consegue levantar essas taxas com base em uma pesquisa feita nos três sites mais visitados em cada segmento de consumo. São levantados os preços de 81 produtos. Para se chegar a uma taxa final, cada segmento tem peso diferente para o cálculo.
As taxas inflacionárias são diferentes porque se tratam de canais de venda com diferentes políticas de relacionamento com fornecedores e com estruturas de gastos e fôlego financeiro próprios para bancar preços mais competitivos.
Como as vendas virtuais dispararam nos sites que sobreviveram à enxurrada de falências em 2002 e 2003, o volume comprado pelas empresas deu um salto. Com mais encomendas, passaram a conseguir descontos substanciais dos fornecedores desde 2003.
Devido aos custos físicos menores --não têm de pagar por pontos comerciais nem ter rede grande de funcionários--, os sites têm menos gordura e a chance de repassar essa vantagem ao cliente.
Além disso, o setor tem uma dinâmica própria que ajuda a conter preços. Se uma loja de departamento promove forte queima de estoques por um período, essa estratégia puxa os outros sites.
Já o comércio tradicional mantêm uma estratégia de preços que passa, basicamente, pela ampliação dos prazos de pagamento. Os juros, em ambos os casos, estão no mesmo patamar.
Mais pedidos
Campanhas promocionais agressivas foram uma das principais estratégias para manter as vendas virtuais num alto patamar neste ano. Em setembro, segundo dados obtido pela Folha, as vendas on-line no país atingiram R$ 150 milhões, uma alta de 49% sobre mesmo mês de 2003. A consultoria E-bit, de pesquisa on-line, fez o levantamento. Os dados são coletados com de 40 a 45 mil usuários de internet a cada mês.
A E-bit estima que o comércio virtual no Brasil fature neste ano R$ 1,8 bilhão. É como se, por dia, os internautas brasileiros gastassem R$ 4,9 milhões em compras. No ano passado, foram R$ 3,2 milhões ao dia --o que equivale a quase R$ 1,18 bilhão no ano. Assim, a estimativa de crescimento neste ano é de 52,5% sobre 2003.
Em termos de comparação, nas lojas físicas, o IBGE informou um aumento de 11,7% nas vendas do varejo no país até julho em relação a igual período de 2003.
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