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14/10/2004
-
13h32
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sinalizou hoje a possibilidade de um novo reajuste da gasolina ao dizer que a instabilidade no mercado internacional de petróleo impediu que a Petrobras fizesse o "ajuste imaginado" nos preços dos combustíveis.
A estatal anunciou hoje o aumento de 4,8% para o diesel e 2,4% para a gasolina nas refinarias, a partir de amanhã. Para o consumidor, o aumento estimado é de 1,6% (gasolina) e de 3,8% (diesel). Analistas do setor esperavam um aumento bem maior, acima de 10%.
"A Petrobras fez um nível de ajuste. Talvez não todo o ajuste que ela imaginava fazer ao longo do período", disse o ministro. "Nenhum país está fazendo um alinhamento exato dos preços do petróleo, estão só observando, porque não estão claros os elementos de pressão."
Palocci negou qualquer relação entre o anúncio de um reajuste abaixo do esperado e o segundo turno das eleições municipais. O ministro disse que o processo eleitoral não interferiu na tomada de decisão da Petrobras.
Segundo ele, o eleitor tem "uma grande maturidade e está mais preocupado em escolher o seu melhor prefeito ou prefeita".
Inflação
Otimista, Palocci disse que o reajuste não vai pressionar a inflação. Justificou essa opinião citando que a decisão já era esperada pelo mercado. Mas hoje a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) elevou a previsão de inflação para o mês.
O ministro afirmou que a Petrobras não analisou a pressão do reajuste sobre os índices de inflação. "A Petrobras não tem a atribuição de controlar a inflação. Essa atribuição é do Banco Central."
No fim de setembro, relatório de inflação divulgado pelo BC apontava cotação média de US$ 35 para o preço do petróleo neste ano. O barril já supera US$ 50 nas últimas semanas. O descolamento entre o preço planejado e os atuais patamares terá de ser reavaliado.
Segundo Palocci, o preço da commodity ficará no médio prazo acima da média dos últimos anos, o que poderá ter uma influência negativa no ritmo de crescimento da economia mundial.
O BC prevê inflação de 7,2% neste ano e de 5,6% para o ano que vem. A meta da inflação para este ano é de 5,5% e de 4,5% para 2005. Nos dois casos, ela pode variar 2,5 pontos para cima ou para baixo.
Dependência menor
Para o ministro, o Brasil tem hoje maiores condições de enfrentar o aumento dos preços no mercado internacional. "Desde o primeiro choque o Brasil diversificou sua matriz energética e aumentou bastante a sua produção", disse o ministro.
Ele lembra que a dependência externa hoje é menor e que o país já é um exportador de um modelo de combustível alternativo. Na análise de Palocci, pode ainda ocorrer uma reversão dos preços mundiais, mas talvez não tão rápida.
"A história tem mostrado que em momentos de demanda maior ou problemas de produção são seguidos de maior investimento e maior extração, e que há uma acomodação dos preços no médio prazo."
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sinalizou hoje a possibilidade de um novo reajuste da gasolina ao dizer que a instabilidade no mercado internacional de petróleo impediu que a Petrobras fizesse o "ajuste imaginado" nos preços dos combustíveis.
A estatal anunciou hoje o aumento de 4,8% para o diesel e 2,4% para a gasolina nas refinarias, a partir de amanhã. Para o consumidor, o aumento estimado é de 1,6% (gasolina) e de 3,8% (diesel). Analistas do setor esperavam um aumento bem maior, acima de 10%.
"A Petrobras fez um nível de ajuste. Talvez não todo o ajuste que ela imaginava fazer ao longo do período", disse o ministro. "Nenhum país está fazendo um alinhamento exato dos preços do petróleo, estão só observando, porque não estão claros os elementos de pressão."
Palocci negou qualquer relação entre o anúncio de um reajuste abaixo do esperado e o segundo turno das eleições municipais. O ministro disse que o processo eleitoral não interferiu na tomada de decisão da Petrobras.
Segundo ele, o eleitor tem "uma grande maturidade e está mais preocupado em escolher o seu melhor prefeito ou prefeita".
Inflação
Otimista, Palocci disse que o reajuste não vai pressionar a inflação. Justificou essa opinião citando que a decisão já era esperada pelo mercado. Mas hoje a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) elevou a previsão de inflação para o mês.
O ministro afirmou que a Petrobras não analisou a pressão do reajuste sobre os índices de inflação. "A Petrobras não tem a atribuição de controlar a inflação. Essa atribuição é do Banco Central."
No fim de setembro, relatório de inflação divulgado pelo BC apontava cotação média de US$ 35 para o preço do petróleo neste ano. O barril já supera US$ 50 nas últimas semanas. O descolamento entre o preço planejado e os atuais patamares terá de ser reavaliado.
Segundo Palocci, o preço da commodity ficará no médio prazo acima da média dos últimos anos, o que poderá ter uma influência negativa no ritmo de crescimento da economia mundial.
O BC prevê inflação de 7,2% neste ano e de 5,6% para o ano que vem. A meta da inflação para este ano é de 5,5% e de 4,5% para 2005. Nos dois casos, ela pode variar 2,5 pontos para cima ou para baixo.
Dependência menor
Para o ministro, o Brasil tem hoje maiores condições de enfrentar o aumento dos preços no mercado internacional. "Desde o primeiro choque o Brasil diversificou sua matriz energética e aumentou bastante a sua produção", disse o ministro.
Ele lembra que a dependência externa hoje é menor e que o país já é um exportador de um modelo de combustível alternativo. Na análise de Palocci, pode ainda ocorrer uma reversão dos preços mundiais, mas talvez não tão rápida.
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