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10/11/2000
-
05h19
da Folha de S.Paulo
O FMI (Fundo Monetário Internacional) está coordenando junto com o Tesouro dos EUA, o Bird (Banco Mundial), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com bancos privados norte-americanos um pacote de ajuda à Argentina, que pode chegar a US$ 16,4 bilhões.
Mas os órgãos internacionais estariam condicionando esse amparo à adoção por parte da Argentina de um pacote de medidas de ajustes para conter gastos.
Entre as medidas que poderão ser anunciadas hoje pelo presidente Fernando de la Rúa, estão: aumentar de 60 para 65 anos a idade mínima da aposentadoria para as mulheres; a adoção de um novo pacto fiscal entre a União e a províncias (Estados) para reduzir os gastos (o que poderia implicar a demissão de funcionários); impor aos estudantes de universidades públicas o pagamento de uma mensalidade.
As tratativas para o novo empréstimo estavam sendo feitas por técnicos da entidade, baseada em Washington (EUA), e pelo secretário de Fazenda da Argentina, Mário Vicens, que se encontra em viagem oficial à capital americana. Ontem, o secretário de Finanças, Daniel Marx, também deveria viajar para os EUA.
A Argentina estaria disposta a usar US$ 7,4 bilhões de uma linha de espera disponível no organismo. Mas a Folha apurou que os valores atingiriam US$ 16,4 bilhões, com participação maior dos bancos privados (entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões), além da participação do Tesouro (US$ 2 bi) e de outros organismos internacionais (cerca de mais US$ 4 bi), que dividiriam a operação.
O dinheiro seria usado como caixa de reserva, para que o país tenha tranquilidade no cumprimento de seus compromissos internacionais no ano que vem, de cerca de US$ 19,5 bilhões.
Para se financiar, o governo tem tentado levantar dinheiro no mercado doméstico. Para isso, vende papéis de seu Tesouro, pagando juros prefixados. Nesta semana, para vender US$ 1,1 bilhão em títulos, a Argentina teve de pagar juros médios de 13% (quase quatro pontos percentuais acima do leilão anterior).
Oficialmente, o FMI, por meio de seu porta-voz, nega que haja uma negociação envolvendo empréstimo. Diz que a visita do secretário é de cortesia e que ele apenas está atualizando os acontecimentos econômicos no país.
Mas, nas conversas mantidas, foi exposto o temor de que a comunidade financeira internacional acredite que, em algum momento, a Argentina decrete moratória do pagamento de sua dívida externa, de US$ 125 bilhões.
O próprio secretário admitiu, nas conversas, que o governo estava
estudando colocar US$ 1 bilhão em títulos neste ano, para testar o mercado. Mas a previsão era que os juros poderiam chegar a 22% -a idéia foi abandonada.
O pacote de ajuda, porém, está parado. A percepção é que seria melhor esperar a aprovação do Orçamento de 2001. Além disso, a prioridade do secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, nos últimos dias, tem sido a eleição presidencial do país.
Ajuda pode levar Argentina a novo pacote
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O FMI (Fundo Monetário Internacional) está coordenando junto com o Tesouro dos EUA, o Bird (Banco Mundial), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com bancos privados norte-americanos um pacote de ajuda à Argentina, que pode chegar a US$ 16,4 bilhões.
Mas os órgãos internacionais estariam condicionando esse amparo à adoção por parte da Argentina de um pacote de medidas de ajustes para conter gastos.
Entre as medidas que poderão ser anunciadas hoje pelo presidente Fernando de la Rúa, estão: aumentar de 60 para 65 anos a idade mínima da aposentadoria para as mulheres; a adoção de um novo pacto fiscal entre a União e a províncias (Estados) para reduzir os gastos (o que poderia implicar a demissão de funcionários); impor aos estudantes de universidades públicas o pagamento de uma mensalidade.
As tratativas para o novo empréstimo estavam sendo feitas por técnicos da entidade, baseada em Washington (EUA), e pelo secretário de Fazenda da Argentina, Mário Vicens, que se encontra em viagem oficial à capital americana. Ontem, o secretário de Finanças, Daniel Marx, também deveria viajar para os EUA.
A Argentina estaria disposta a usar US$ 7,4 bilhões de uma linha de espera disponível no organismo. Mas a Folha apurou que os valores atingiriam US$ 16,4 bilhões, com participação maior dos bancos privados (entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões), além da participação do Tesouro (US$ 2 bi) e de outros organismos internacionais (cerca de mais US$ 4 bi), que dividiriam a operação.
O dinheiro seria usado como caixa de reserva, para que o país tenha tranquilidade no cumprimento de seus compromissos internacionais no ano que vem, de cerca de US$ 19,5 bilhões.
Para se financiar, o governo tem tentado levantar dinheiro no mercado doméstico. Para isso, vende papéis de seu Tesouro, pagando juros prefixados. Nesta semana, para vender US$ 1,1 bilhão em títulos, a Argentina teve de pagar juros médios de 13% (quase quatro pontos percentuais acima do leilão anterior).
Oficialmente, o FMI, por meio de seu porta-voz, nega que haja uma negociação envolvendo empréstimo. Diz que a visita do secretário é de cortesia e que ele apenas está atualizando os acontecimentos econômicos no país.
Mas, nas conversas mantidas, foi exposto o temor de que a comunidade financeira internacional acredite que, em algum momento, a Argentina decrete moratória do pagamento de sua dívida externa, de US$ 125 bilhões.
O próprio secretário admitiu, nas conversas, que o governo estava
estudando colocar US$ 1 bilhão em títulos neste ano, para testar o mercado. Mas a previsão era que os juros poderiam chegar a 22% -a idéia foi abandonada.
O pacote de ajuda, porém, está parado. A percepção é que seria melhor esperar a aprovação do Orçamento de 2001. Além disso, a prioridade do secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, nos últimos dias, tem sido a eleição presidencial do país.
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