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16/11/2004
-
09h44
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma guerra foi deflagrada dentro e fora do Banco do Brasil com o objetivo de derrubar Cássio Casseb do comando da instituição. No meio do confronto, três contratações feitas pelo banco no final do ano passado são utilizadas como munição.
Com a dispensa de licitação, o BB empregou os consultores Boanerges Ramos Freire, James Rubio e Joaquim Xavier da Silveira por salários de até R$ 820 mil, por ano, para cada um. A remuneração mínima foi estabelecida em R$ 540 mil.
Os três foram executivos da Credicard, empresa que Casseb presidiu. James Rubio e Joaquim da Silveira trabalharam diretamente com Casseb na administradora de cartão de crédito. Silveira foi colega do atual presidente do BB também no Citibank. Casseb foi vice-presidente de Tesouraria do banco americano.
Os consultores foram contratados para a implantação do Banco Popular do Brasil, braço do BB criado no ano passado para operar com microcrédito.
Os defensores de Casseb, como o presidente do BPB, o petista Ivan Guimarães, argumentam que tudo foi feito às claras, inclusive com a aprovação dos nomes dos consultores pelo Conselho Diretor do BB e com o conhecimento do Conselho de Administração da instituição.
Já os desafetos de Casseb sustentam que o banco contava com quadros próprios para executar o projeto do BPB e que os consultores foram recomendados diretamente por Casseb. Companheiros de Casseb confirmaram à Folha que ele realmente se empenhou pessoalmente para a contratação dos três.
O presidente do BB fez inimizades não somente dentro do banco mas também na Esplanada dos Ministérios e no próprio Palácio do Planalto. Sua queda é tida pelo grupo opositor como inevitável.
Além das contratações dos consultores, seus adversários afirmam que Casseb não foi convincente em suas explicações sobre remessas de recursos para o exterior por meio do MTB Bank --denúncias levantadas no decorrer das investigações da CPI do Banestado, todas negadas pelo presidente do BB.
O interesse em minar Casseb, profissional do mercado financeiro, é que a presidência do banco seja assumida por alguém do PT, que daria à instituição perfil mais social, inclusive com política mais agressiva de redução dos juros para os clientes.
Salários
Ivan Guimarães confirma os salários pagos aos consultores, mas defende a contratação dos três. "Quando a gente começou o projeto do Banco Popular, chegamos à conclusão de que era um tipo de operação que o Banco do Brasil não sabia fazer. Estamos falando de crédito de pequeno valor, muito semelhante a uma financeira. E o Banco do Brasil não tinha financeira, não tem financeira", disse à Folha.
A remuneração de cada um dos três foi definida da seguinte forma: R$ 35 mil fixos mensais, mais um bônus anual de acordo com o cumprimento de metas previamente estabelecidas. Se atingidas todas as metas, o prêmio é de R$ 400 mil. Mesmo que não cumpram as metas, recebem pelo menos R$ 120 mil.
Os R$ 35 mil mensais dão remuneração anual de R$ 420 mil, o que somado ao bônus máximo eleva o salário para R$ 820 mil por ano. Mesmo que os objetivos não sejam alcançados, cada um embolsa, no mínimo, R$ 540 mil.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Cássio Casseb
Contratação vira arma contra Casseb no BB
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma guerra foi deflagrada dentro e fora do Banco do Brasil com o objetivo de derrubar Cássio Casseb do comando da instituição. No meio do confronto, três contratações feitas pelo banco no final do ano passado são utilizadas como munição.
Com a dispensa de licitação, o BB empregou os consultores Boanerges Ramos Freire, James Rubio e Joaquim Xavier da Silveira por salários de até R$ 820 mil, por ano, para cada um. A remuneração mínima foi estabelecida em R$ 540 mil.
Os três foram executivos da Credicard, empresa que Casseb presidiu. James Rubio e Joaquim da Silveira trabalharam diretamente com Casseb na administradora de cartão de crédito. Silveira foi colega do atual presidente do BB também no Citibank. Casseb foi vice-presidente de Tesouraria do banco americano.
Os consultores foram contratados para a implantação do Banco Popular do Brasil, braço do BB criado no ano passado para operar com microcrédito.
Os defensores de Casseb, como o presidente do BPB, o petista Ivan Guimarães, argumentam que tudo foi feito às claras, inclusive com a aprovação dos nomes dos consultores pelo Conselho Diretor do BB e com o conhecimento do Conselho de Administração da instituição.
Já os desafetos de Casseb sustentam que o banco contava com quadros próprios para executar o projeto do BPB e que os consultores foram recomendados diretamente por Casseb. Companheiros de Casseb confirmaram à Folha que ele realmente se empenhou pessoalmente para a contratação dos três.
O presidente do BB fez inimizades não somente dentro do banco mas também na Esplanada dos Ministérios e no próprio Palácio do Planalto. Sua queda é tida pelo grupo opositor como inevitável.
Além das contratações dos consultores, seus adversários afirmam que Casseb não foi convincente em suas explicações sobre remessas de recursos para o exterior por meio do MTB Bank --denúncias levantadas no decorrer das investigações da CPI do Banestado, todas negadas pelo presidente do BB.
O interesse em minar Casseb, profissional do mercado financeiro, é que a presidência do banco seja assumida por alguém do PT, que daria à instituição perfil mais social, inclusive com política mais agressiva de redução dos juros para os clientes.
Salários
Ivan Guimarães confirma os salários pagos aos consultores, mas defende a contratação dos três. "Quando a gente começou o projeto do Banco Popular, chegamos à conclusão de que era um tipo de operação que o Banco do Brasil não sabia fazer. Estamos falando de crédito de pequeno valor, muito semelhante a uma financeira. E o Banco do Brasil não tinha financeira, não tem financeira", disse à Folha.
A remuneração de cada um dos três foi definida da seguinte forma: R$ 35 mil fixos mensais, mais um bônus anual de acordo com o cumprimento de metas previamente estabelecidas. Se atingidas todas as metas, o prêmio é de R$ 400 mil. Mesmo que não cumpram as metas, recebem pelo menos R$ 120 mil.
Os R$ 35 mil mensais dão remuneração anual de R$ 420 mil, o que somado ao bônus máximo eleva o salário para R$ 820 mil por ano. Mesmo que os objetivos não sejam alcançados, cada um embolsa, no mínimo, R$ 540 mil.
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