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08/12/2004 - 09h37

Combustíveis fazem inflação subir para 0,69% em novembro, diz IBGE

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou para 0,69% em novembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse é o segundo mês seguido de aceleração da inflação pelo índice oficial, que baliza as metas do Copom (Comitê de Política Monetária). Em outubro, o IPCA havia registrado alta de 0,44%.

O resultado em novembro ficou levemente acima das expectativas do mercado. De acordo com a última pesquisa Focus, analistas apostavam numa alta de 0,65%.

Os combustíveis voltaram a pressionar os preços no mês passado. Segundo o IBGE, somente o álcool e a gasolina foram responsáveis por 0,21 ponto percentual da taxa, quase um terço da inflação de 0,69% do mês passado.

No último dia 25 de novembro, a Petrobras anunciou um aumento de 4,2% para a gasolina. Entretanto, esse reajuste ainda não foi captado pelo IPCA.

A pressão dos combustíveis veio do aumento anunciado pela Petrobras em outubro. Por conta desse reajuste, a gasolina ficou 2,56% mais cara para o consumidor em novembro, segundo o IBGE.

Além disso, a pressão dos preços do álcool e de outros combustíveis também contribuiu para acelerar ainda mais o índice de inflação. O álcool teve reajuste de 11,17% em novembro.

Segundo a gerente da Coordenação de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos, normalmente o aumento dos combustíveis nas refinarias não costuma ser repassado integralmente ao consumidor. Considerando as variações dos preços da gasolina de outubro e novembro, o reajuste repassado ao consumidor foi de 4,05%. No ano, a gasolina já subiu 9,11% e o álcool, 28%.

As passagens aéreas tiveram alta de 2,86% em novembro, depois de subirem 5,03% em outubro com o impacto do aumento de preços do querosene para aviação.

A tarifa de telefonia fixa também contribuiu para acelerar a inflação de novembro ao subirem 2,66%. A segunda parcela do reajuste autorizado pela Justiça para corrigir a diferença entre o IPCA e o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) resultou num impacto de 0,09 ponto percentual no índice do mês passado. No ano, a telefonia fixa subiu 14,29% e foi o item com maior contribuição individual no IPCA.

Outros itens que pressionaram a inflação em novembro foram os ônibus urbanos. O preço da passagem aumentou 0,59% com os reajustes de tarifas em Belo Horizonte, de 13,8%, e em Recife, de 15,4%.

O impacto da alta do aço neste ano, que já supera os 50%, pôde ser verificado nos preços dos automóveis novos (0,79%) e dos usados (0,87%).

Os alimentos continuaram a funcionar como moderadores da inflação, mas neste mês com menor vigor. Eles ficaram praticamente estáveis em novembro (-0,01%). 'A queda do dólar tornou mais baratos os produtos vinculados ao mercado internacional', disse Santos. O óleo de soja caiu 3,91% e o pão francês, 0,73%. A queda do dólar e a safra grande garantiram a contenção dos preços.

Alguns alimentos, no entanto, registraram aumento de preços como o feijão carioca (11,25%), o pescado (3,47%) e o açúcar cristal (2,95%).

No acumulado do ano, o IPCA já atingiu 6,68%. O resultado supera o centro da meta de inflação defendida pelo Banco Central de 5,5% ao ano. Com a margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais, a expectativa é de que o índice encerre o ano dentro da faixa de inflação estabelecida pelo BC.

Para garantir o cumprimento da meta de inflação de 2005, o BC já lançou mão de três aumentos consecutivos da taxa básica de juros e elevou a Selic em 1,25 ponto percentual desde setembro. Ainda de acordo com a última pesquisa Focus, o mercado aposta em um novo aumento de 0,5 ponto percentual em dezembro. Caso o Copom opte por um novo aumento, os juros encerrariam o ano em 17,75%.

Regiões

Das 11 regiões metropolitanas que fazem parte da pesquisa, o maior índice do IPCA em novembro foi verificado em Brasília (0,95%) e Belo Horizonte (0,90%). São Paulo e Rio de Janeiro tiveram alta de 0,75% e 0,50%, respectivamente.

O levantamento do IBGE é realizado em São Paulo, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Brasília, Goiânia, Fortaleza e Belém. O índice se refere a preços de produtos e serviços consumidos por família com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.

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