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14/01/2005
-
09h32
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou para 0,86% em dezembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia). Com isso, o índice oficial de inflação brasileiro encerrou 2004 em 7,60%, contra 9,30% em 2003.
O resultado do ano passado superou o centro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 5,5%, e ficou muito próximo de seu teto, de 8%.
Desde a criação do sistema de metas de inflação, em 1999, o BC só conseguiu manter a inflação abaixo do centro da meta em 2000. Nos outros cinco anos, o objetivo central não foi atingido.
Para analistas de mercado, nos últimos anos o BC tem fixado metas muito rígidas para mostrar que não está disposto a tolerar a inflação. No entanto, durante o ano, o banco não faz o esforço necessário para alcançar essas metas porque seu cumprimento implicaria em juros muito altos e sacrifício ao crescimento da economia.
Para 2005, o CMN (Conselho Monetário Nacional, que reúne os principais membros da equipe econômica) estabeleceu uma meta de inflação de 4,5%, novamente com margem de erro de 2,5 pontos percentuais.
No entanto, o BC avisou ainda no ano passado que trabalharia para que a inflação ficasse em 5,1% neste ano, praticamente abandonando o centro inicial da meta.
Mesmo assim, para garantir o cumprimento da meta de inflação de 2005, o BC lançou mão de quatro aumentos consecutivos da taxa básica de juros e elevou a Selic em 1,75 ponto percentual desde setembro.
De acordo com o último levantamento realizado pelo BC, o mercado aposta em um novo aumento de 0,5 ponto percentual em janeiro, o que elevaria os juros para 18,25%.
Pressões
No ano, o principal fator de pressão da inflação foi a alta dos preços internacionais de petróleo, que causou três reajustes dos combustíveis nas refinarias. A gasolina acumulou alta de 14,64% nos postos. Trata-se do maior impacto individual no IPCA, com participação de 0,59 ponto percentual no índice de 2004.
A alta nos preços da cana-de-açúcar em razão de problemas climáticos também pressionou o índice oficial de inflação. O álcool subiu 31,58%.
Além disso, o aumento dos preços de insumos metálicos e derivados do petróleo contribuiu para elevar os preços dos automóveis novos, que subiram 13,65%, e dos eletrodomésticos, que avançaram 9,62%.
O consumidor teve que arcar também com a alta nas tarifas de energia elétrica, de 9,64%, e de telefone fixo, de 14,76%. Segundo o IBGE, a energia elétrica teve aumento significativo mesmo com a revisão tarifária favorável em algumas regiões e com a diminuição do valor da parcela da conta referente ao encargo de capacidade emergencial.
Em contrapartida, a boa oferta de produtos agrícolas, a valorização do real e a ausência de reajustes anuais de transporte público em algumas regiões ajudaram a segurar a inflação deste ano.
Das 11 regiões metropolitanas que fazem parte da pesquisa, o maior índice do IPCA foi verificado em Curitiba (9,44%) e Goiânia (8,95%). São Paulo e Rio de Janeiro tiveram alta de 7,41% e 6,95%, respectivamente.
O levantamento do IBGE é realizado em São Paulo, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Brasília, Goiânia, Fortaleza e Belém. O índice se refere a preços de produtos e serviços consumidos por família com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.
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da Folha Online, no Rio
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou para 0,86% em dezembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia). Com isso, o índice oficial de inflação brasileiro encerrou 2004 em 7,60%, contra 9,30% em 2003.
O resultado do ano passado superou o centro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 5,5%, e ficou muito próximo de seu teto, de 8%.
Desde a criação do sistema de metas de inflação, em 1999, o BC só conseguiu manter a inflação abaixo do centro da meta em 2000. Nos outros cinco anos, o objetivo central não foi atingido.
Para analistas de mercado, nos últimos anos o BC tem fixado metas muito rígidas para mostrar que não está disposto a tolerar a inflação. No entanto, durante o ano, o banco não faz o esforço necessário para alcançar essas metas porque seu cumprimento implicaria em juros muito altos e sacrifício ao crescimento da economia.
Para 2005, o CMN (Conselho Monetário Nacional, que reúne os principais membros da equipe econômica) estabeleceu uma meta de inflação de 4,5%, novamente com margem de erro de 2,5 pontos percentuais.
No entanto, o BC avisou ainda no ano passado que trabalharia para que a inflação ficasse em 5,1% neste ano, praticamente abandonando o centro inicial da meta.
Mesmo assim, para garantir o cumprimento da meta de inflação de 2005, o BC lançou mão de quatro aumentos consecutivos da taxa básica de juros e elevou a Selic em 1,75 ponto percentual desde setembro.
De acordo com o último levantamento realizado pelo BC, o mercado aposta em um novo aumento de 0,5 ponto percentual em janeiro, o que elevaria os juros para 18,25%.
Pressões
No ano, o principal fator de pressão da inflação foi a alta dos preços internacionais de petróleo, que causou três reajustes dos combustíveis nas refinarias. A gasolina acumulou alta de 14,64% nos postos. Trata-se do maior impacto individual no IPCA, com participação de 0,59 ponto percentual no índice de 2004.
A alta nos preços da cana-de-açúcar em razão de problemas climáticos também pressionou o índice oficial de inflação. O álcool subiu 31,58%.
Além disso, o aumento dos preços de insumos metálicos e derivados do petróleo contribuiu para elevar os preços dos automóveis novos, que subiram 13,65%, e dos eletrodomésticos, que avançaram 9,62%.
O consumidor teve que arcar também com a alta nas tarifas de energia elétrica, de 9,64%, e de telefone fixo, de 14,76%. Segundo o IBGE, a energia elétrica teve aumento significativo mesmo com a revisão tarifária favorável em algumas regiões e com a diminuição do valor da parcela da conta referente ao encargo de capacidade emergencial.
Em contrapartida, a boa oferta de produtos agrícolas, a valorização do real e a ausência de reajustes anuais de transporte público em algumas regiões ajudaram a segurar a inflação deste ano.
Das 11 regiões metropolitanas que fazem parte da pesquisa, o maior índice do IPCA foi verificado em Curitiba (9,44%) e Goiânia (8,95%). São Paulo e Rio de Janeiro tiveram alta de 7,41% e 6,95%, respectivamente.
O levantamento do IBGE é realizado em São Paulo, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Brasília, Goiânia, Fortaleza e Belém. O índice se refere a preços de produtos e serviços consumidos por família com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.
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