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25/02/2005 - 19h38

Lucro da Petrobras cresce apenas 0,37% em 2004, mas bate recorde

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O aumento nas vendas e nos preços dos derivados de petróleo no mercado interno garantiram um lucro recorde para a Petrobras, de R$ 17,9 bilhões. O resultado, no entanto, é apenas 0,37% superior ao registrado pela estatal em 2003, de R$ 17,8 bilhões. No quarto trimestre, a companhia lucrou R$ 4,6 bilhões, uma queda de 17% na comparação com o terceiro trimestre.

No ano em que o petróleo chegou a bater US$ 50, a estatal foi bastante criticada por analistas pelo atraso para reajustar os preços no mercado interno. Apesar do chamado choque do petróleo de 2004, a companhia realizou apenas três reajustes da gasolina: em junho, outubro e novembro. No acumulado de 2004, a gasolina foi reajustada em 23,3%.

Desde que os preços dos derivados no Brasil foram liberados, em janeiro de 2002, a Petrobras deveria reajustar seus preços de acordo com a variação do mercado internacional. O objetivo da medida é equiparar os preços da estatal ao custo de importação dos combustíveis para tentar evitar o monopólio da empresa.

No ano passado a estatal reiterou inúmeras vezes que "não repassaria ao consumidor a volatilidade do mercado internacional" e chegou a admitir que as eleições influenciaram o anúncio dos reajustes.

Os problemas que a Petrobras enfrentou no ano passado, no entanto, não se restringiram ao cenário político ou a movimentos de alta do preço do petróleo no mercado internacional. Paradas programadas de algumas unidades de produção, fechamento de poços nos campos de Marlim Sul e Albacora e o atraso na entrega das plataformas P-43, P-48 e P-50 impediram a empresa de superar o nível de produção de 2003. Em 2004, a produção de óleo e gás caiu 3% e ficou em 1,493 milhão de barris/dia.

Vendas

O volume de vendas de derivados no mercado interno aumentou 10% em relação a 2003, com destaque para o crescimento das vendas de óleo diesel, gasolina e GLP, como reflexo do crescimento da economia. A exceção foram as vendas de óleo combustível, que diminuíram em razão da expansão de produtos substitutivos, como o gás natural.

A geração de caixa cresceu 10% na comparação com 2003 e chegou a R$ 36 bilhões, o que possibilitou investimentos da ordem de R$ 21,8 bilhões. Além disso, as vendas líquidas somaram R$ 108,2 bilhões, um valor R$ 12,5 bilhões superior em relação a 2003. Segundo a Petrobras, além da elevação dos volumes vendidos, a expansão foi influenciada "pelos preços dos derivados no mercado interno balizados pelos preços internacionais".

Em 2004, a Petrobras investiu R$ 21,8 bilhões. A maior parte dos recursos foi destinada ao desenvolvimento da capacidade de produção de petróleo e gás natural, com 64% dos investimentos totais da companhia. Além disso, a estatal investiu R$ 865 milhões no segmento de distribuição com a aquisição da Liquigás (ex-Agip do Brasil).

Outro fator que contribuiu positivamente para o resultado foi a não repetição do provisionamento para perdas com exposição financeira em negócios de energia. Em 2003, a empresa havia provisionado R$ 2,1 bilhões. Em 2004, ela reconheceu uma provisão de R$ 330 milhões para ajuste ao valor de mercado de turbogeradores a gás.

As despesas financeiras líquidas somaram R$ 2,4 bilhões e aumentaram 279% em razão das perdas em operações com derivativos, no valor de R$ 654 milhões, e do pagamento de juros sobre diversos empréstimos da Petrobras Energía Participaciones, no total de R$ 495 milhões.

O lucro bruto registrado em 2004, de R$ 45,1 bilhões, foi 5% maior que o de 2003. Segundo a estatal, ele foi influenciado também pelo aumento das vendas. A companhia destaca que o lucro bruto sobre a receita operacional foi afetado não só pelo aumento dos custos dos produtos vendidos em razão do aumento das vendas, como também pelo aumento de 42% na importação de petróleo, gás natural e derivados. As despesas maiores com extração de petróleo e com participações governamentais também influenciaram o resultado.

O valor de mercado da Petrobras fechou o ano passado em R$ 112,5 bilhões, um aumento de 29% em relação ao fim de 2003.

O endividamento total da Petrobras chegou a R$ 55,4 bilhões e registrou uma queda de 13% em relação a 2003. A redução foi proporcionada pela valorização de 8,1% do real frente ao dólar no saldo das dívidas.

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