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04/03/2005
-
09h55
HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Os agricultores comemoraram a liberação do plantio da soja transgênica prevista no projeto de Lei de Biossegurança, aprovado na última quarta-feira, e avaliam que o consumo de soja convencional poderá vir a se tornar um luxo. De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), não haverá necessariamente uma explosão no plantio de soja com a liberação, e sim "afrouxamento da tensão" dos produtores.
O Brasil produz ao redor de 52 milhões de toneladas de soja. Estima-se que até 30% desse total possa ser transgênico. Há 40 tipos de sementes geneticamente modificadas registradas no Ministério da Agricultura, todas resistentes ao defensivo agrícola Roundup.
A CNA avalia que os agricultores não precisam mais assinar os termos de compromisso para plantar soja e o governo não deveria multar os que descumpriram a proibição, sob pena de ter mais despesa. Pela lei que está em vigor até a sanção da nova legislação, os produtores tinham que assinar um termo de compromisso se responsabilizando por danos ao ambiente para plantar soja transgênica, sob pena de pagar multas.
"Se se perpetuar a multa a esses agricultores, vamos entrar com um pedido ao governo de que se crie uma linha de crédito para financiar o pagamento da multa. Vamos tomar atitude de anular os efeitos disso [das limitações ao plantio] e dar tranqüilidade para quem está produzindo", disse Carlos Rivaci Sperotto, vice-presidente da CNA e presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
De acordo com Marcus Vinícius Coelho, coordenador de biossegurança do Ministério da Agricultura, até que a lei seja sancionada pelo presidente Lula, os agricultores estão obrigados a assinar os termos de compromisso.
Quando a lei for sancionada, o ministério irá avaliar se os termos são necessários ou não para a safra atual. Para as próximas safras, o entendimento é que não será mais preciso assinar documento.
Previsões
Sperotto evitou fazer previsões sobre o crescimento do mercado no Brasil com a aprovação do plantio de soja transgênica. "É o mercado que vai dizer", avaliou.
Na avaliação da CNA, o consumo de soja tradicional poderá ser tornar um luxo. "Se existem nichos de consumidores que queiram ter o luxo de produtos que sigam certa tecnologia [sem transgênicos, mais cara], que seja agregado ao custo de consumo deles, e não ao custo básico de produção os valores", afirmou. "Quem quiser custos mais elevados que pratique isso na gôndola [do supermercado]."
O Ministério da Agricultura informou que está valendo a regulamentação que obriga que os produtos que contenham mais de 1% de soja modificada tenham indicação no rótulo.
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O Brasil produz ao redor de 52 milhões de toneladas de soja. Estima-se que até 30% desse total possa ser transgênico. Há 40 tipos de sementes geneticamente modificadas registradas no Ministério da Agricultura, todas resistentes ao defensivo agrícola Roundup.
A CNA avalia que os agricultores não precisam mais assinar os termos de compromisso para plantar soja e o governo não deveria multar os que descumpriram a proibição, sob pena de ter mais despesa. Pela lei que está em vigor até a sanção da nova legislação, os produtores tinham que assinar um termo de compromisso se responsabilizando por danos ao ambiente para plantar soja transgênica, sob pena de pagar multas.
"Se se perpetuar a multa a esses agricultores, vamos entrar com um pedido ao governo de que se crie uma linha de crédito para financiar o pagamento da multa. Vamos tomar atitude de anular os efeitos disso [das limitações ao plantio] e dar tranqüilidade para quem está produzindo", disse Carlos Rivaci Sperotto, vice-presidente da CNA e presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
De acordo com Marcus Vinícius Coelho, coordenador de biossegurança do Ministério da Agricultura, até que a lei seja sancionada pelo presidente Lula, os agricultores estão obrigados a assinar os termos de compromisso.
Quando a lei for sancionada, o ministério irá avaliar se os termos são necessários ou não para a safra atual. Para as próximas safras, o entendimento é que não será mais preciso assinar documento.
Previsões
Sperotto evitou fazer previsões sobre o crescimento do mercado no Brasil com a aprovação do plantio de soja transgênica. "É o mercado que vai dizer", avaliou.
Na avaliação da CNA, o consumo de soja tradicional poderá ser tornar um luxo. "Se existem nichos de consumidores que queiram ter o luxo de produtos que sigam certa tecnologia [sem transgênicos, mais cara], que seja agregado ao custo de consumo deles, e não ao custo básico de produção os valores", afirmou. "Quem quiser custos mais elevados que pratique isso na gôndola [do supermercado]."
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