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13/03/2005
-
06h47
MAELI PRADO
da Folha de S. Paulo
Em apenas 11 empresas em que comprovadamente possui participação acionária, sem contar a Vasp, o presidente da companhia, Wagner Canhedo, acumula capital de R$ 87,8 milhões.
Na última quinta-feira, a Justiça do Trabalho concedeu uma liminar que, além de determinar a intervenção na Vasp, torna indisponíveis todos os bens de Canhedo e da diretoria da companhia aérea. O objetivo é garantir o pagamento do passivo trabalhista.
A dívida da aérea com os seus cerca de 2.000 funcionários, de acordo com informações do Ministério Público do Trabalho, é de aproximadamente R$ 75 milhões.
Canhedo tem negócios em várias áreas: entre essas empresas, há quatro viações de ônibus, uma transportadora de cargas, uma empresa de transmissão de dados, uma fazenda, uma locadora de veículos e um hotel.
Além da Vasp, esse é parte do patrimônio comprovado do empresário, segundo certidões emitidas pela Junta Comercial do Distrito Federal em 19 de outubro do ano passado. Credores da Vasp alegam que o empresário possui muitas outras empresas, o que ainda não foi comprovado.
Nessas certidões de 11 empresas obtidas pela Folha, aparecem também os nomes de seus filhos César Antonio Canhedo Azevedo e Wagner Canhedo Azevedo Filho, e sua mulher, Izaura Valério Azevedo.
Somando-se a participação deles e do empresário, chega-se a um montante de R$ 101 milhões. A participação direta e indireta (via outras empresas) de Canhedo e seus familiares nessas empresas é de R$ 226,3 milhões.
As principais empresas que aparecem na lista são a viação Expresso Brasília, com R$ 62,4 milhões de capital (85% de participação de Canhedo), a viação Condor Transportes Urbanos, com R$ 48,1 milhões, e o Hotel Nacional, localizado em Brasília, cujo capital é de R$ 45 milhões.
Algumas companhias de Canhedo e seus familiares aparecem como principais acionistas de outras empresas relacionadas ao empresário. É o caso da Condor, que é controlada praticamente apenas pela Transportadora Wadel, cujo acionista majoritário, por sua vez, é a Expresso Brasília, com 94% da transportadora.
Em todas essas empresas aparecem como acionistas, com menor ou maior participação, Wagner Canhedo, seus filhos Wagner Canhedo Azevedo Filho e César Antonio Canhedo Azevedo, ou sua mulher, Izaura Valério Azevedo.
Credores da Vasp que queiram pedir na Justiça a restituição de seus créditos podem requerer apenas os bens de Canhedo.
Corrida de credores
Com a saída da Vasp de operação -o DAC (Departamento de Aviação Civil) cassou as últimas oito rotas da companhia-, inaugurou-se uma corrida dos credores pelos ativos da companhia aérea e pelos bens do empresário e diretores da empresa. A dívida declarada da aérea com todos os seus credores é de R$ 2,5 bilhões.
Além da decisão da Justiça do Trabalho, no início da semana passada, a juíza Renata Lotufo, da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal, concedeu liminar que tornou indisponíveis os bens de Canhedo. A decisão foi resultado de uma ação movida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com quem a aérea tem dívida de R$ 820 milhões.
De acordo com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/ MS), a medida se estende a 14 empresas que estão no nome do empresário. A partir dessa liminar, Canhedo não pode vender ou transferir os ativos de suas empresas. O INSS move outras duas ações em que pede a penhora dos bens do empresário.
A Justiça Federal não revela o nome das 14 empresas que estão em nome de Canhedo pois a aérea ainda não foi intimada.
Em janeiro, a Justiça do Trabalho havia negado o pedido de arresto dos bens da empresa, feito pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo e pelo Sindicato dos Aeroviários.
A GE, principal credora privada da companhia, já conseguiu penhorar alguns bens da Vasp (a maior parte, turbinas dos aviões).
O escritório de advocacia Manhães Moreira, que representa a empresa, pediu recentemente na Justiça a substituição da penhora dos bens da Vasp pelos bens de Wagner Canhedo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Wagner Canhedo
Canhedo tem R$ 88 milhões em 11 empresas registradas
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da Folha de S. Paulo
Em apenas 11 empresas em que comprovadamente possui participação acionária, sem contar a Vasp, o presidente da companhia, Wagner Canhedo, acumula capital de R$ 87,8 milhões.
Na última quinta-feira, a Justiça do Trabalho concedeu uma liminar que, além de determinar a intervenção na Vasp, torna indisponíveis todos os bens de Canhedo e da diretoria da companhia aérea. O objetivo é garantir o pagamento do passivo trabalhista.
A dívida da aérea com os seus cerca de 2.000 funcionários, de acordo com informações do Ministério Público do Trabalho, é de aproximadamente R$ 75 milhões.
Canhedo tem negócios em várias áreas: entre essas empresas, há quatro viações de ônibus, uma transportadora de cargas, uma empresa de transmissão de dados, uma fazenda, uma locadora de veículos e um hotel.
Além da Vasp, esse é parte do patrimônio comprovado do empresário, segundo certidões emitidas pela Junta Comercial do Distrito Federal em 19 de outubro do ano passado. Credores da Vasp alegam que o empresário possui muitas outras empresas, o que ainda não foi comprovado.
Nessas certidões de 11 empresas obtidas pela Folha, aparecem também os nomes de seus filhos César Antonio Canhedo Azevedo e Wagner Canhedo Azevedo Filho, e sua mulher, Izaura Valério Azevedo.
Somando-se a participação deles e do empresário, chega-se a um montante de R$ 101 milhões. A participação direta e indireta (via outras empresas) de Canhedo e seus familiares nessas empresas é de R$ 226,3 milhões.
As principais empresas que aparecem na lista são a viação Expresso Brasília, com R$ 62,4 milhões de capital (85% de participação de Canhedo), a viação Condor Transportes Urbanos, com R$ 48,1 milhões, e o Hotel Nacional, localizado em Brasília, cujo capital é de R$ 45 milhões.
Algumas companhias de Canhedo e seus familiares aparecem como principais acionistas de outras empresas relacionadas ao empresário. É o caso da Condor, que é controlada praticamente apenas pela Transportadora Wadel, cujo acionista majoritário, por sua vez, é a Expresso Brasília, com 94% da transportadora.
Em todas essas empresas aparecem como acionistas, com menor ou maior participação, Wagner Canhedo, seus filhos Wagner Canhedo Azevedo Filho e César Antonio Canhedo Azevedo, ou sua mulher, Izaura Valério Azevedo.
Credores da Vasp que queiram pedir na Justiça a restituição de seus créditos podem requerer apenas os bens de Canhedo.
Corrida de credores
Com a saída da Vasp de operação -o DAC (Departamento de Aviação Civil) cassou as últimas oito rotas da companhia-, inaugurou-se uma corrida dos credores pelos ativos da companhia aérea e pelos bens do empresário e diretores da empresa. A dívida declarada da aérea com todos os seus credores é de R$ 2,5 bilhões.
Além da decisão da Justiça do Trabalho, no início da semana passada, a juíza Renata Lotufo, da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal, concedeu liminar que tornou indisponíveis os bens de Canhedo. A decisão foi resultado de uma ação movida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com quem a aérea tem dívida de R$ 820 milhões.
De acordo com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/ MS), a medida se estende a 14 empresas que estão no nome do empresário. A partir dessa liminar, Canhedo não pode vender ou transferir os ativos de suas empresas. O INSS move outras duas ações em que pede a penhora dos bens do empresário.
A Justiça Federal não revela o nome das 14 empresas que estão em nome de Canhedo pois a aérea ainda não foi intimada.
Em janeiro, a Justiça do Trabalho havia negado o pedido de arresto dos bens da empresa, feito pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo e pelo Sindicato dos Aeroviários.
A GE, principal credora privada da companhia, já conseguiu penhorar alguns bens da Vasp (a maior parte, turbinas dos aviões).
O escritório de advocacia Manhães Moreira, que representa a empresa, pediu recentemente na Justiça a substituição da penhora dos bens da Vasp pelos bens de Wagner Canhedo.
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