Publicidade
Publicidade
02/05/2005
-
08h31
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, que está em Washington (EUA), reuniu seis embaixadores argentinos neste fim de semana para discutir um assunto específico na agenda do país: um endurecimento nas relações com o Brasil. A informação foi publicada hoje pelo site do maior jornal argentino, o "Clarín".
"O que está em jogo é a aliança estratégica bilateral que, apesar das declarações de princípios, acaba por nunca se concretizar", diz o jornal.
Questionado sobre a reportagem, o Itamaraty preferiu não polemizar e afirmou que as relações entre Brasil e Argentina são "excelentes".
De acordo com o "Clarín", no entanto, o presidente argentino, Néstor Kirchner, está cansado das travas econômicas brasileiras, da falta de apoio do governo à Argentina no FMI (Fundo Monetário Internacional) e do papel central que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer exercer na região, segundo um funcionário do Ministério das Relações Exteriores não-identificado.
O porta-voz do ministério, Oscar Feito, tentou, no entanto, minimizar o tom de crítica ao Brasil da reunião. "[O encontro] foi convocado para analisar a posição da Argentina no mundo, após a saída do ´default` [moratória]. O Brasil ocupou apenas 20% das deliberações", disse Feito.
A iniciativa do governo brasileiro de tentar mediar a crise no Equador teria sido uma das "gotas que fizeram transbordar o copo", diz o "Clarín". Para o governo Kirchner, esse era um trabalho que cabia à OEA (Organização dos Estados Americanos).
A fonte diplomática ouvida pelo "Clarín" ainda disse que Kirchner nunca teve uma boa relação pessoal com Lula e que o presidente argentino pensa que o Brasil quer ocupar quantos cargos houver nas organizações internacionais, seja na ONU, seja na FAO (Organização de Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), seja até mesmo no Vaticano.
Mesmo tendo fronteira com a Venezuela e estando perto do Equador, as ambições do Brasil na América Latina são desmesuradas, segundo outro representante diplomático argentino ouvido pelo "Clarín".
A reunião de diplomatas argentinos ocorreu no sábado e no domingo, nas residências do embaixador argentino em Washington, José Octavio Bordón, e do embaixador argentino para a OEA, Rodolfo Gil, respectivamente.
Com agências internacionais
Leia mais
Brasil evita polêmica e vê relações "excelentes" com Argentina
Produtores brasileiros de vinho querem barreiras a rivais argentinos
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o presidente argentino, Néstor Kirchner
Leia o que já foi publicado sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Leia o que já foi publicado sobre o Mercosul
Argentina diz que é hora de endurecer relação com o Brasil, diz "Clarín"
Publicidade
da Folha Online
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, que está em Washington (EUA), reuniu seis embaixadores argentinos neste fim de semana para discutir um assunto específico na agenda do país: um endurecimento nas relações com o Brasil. A informação foi publicada hoje pelo site do maior jornal argentino, o "Clarín".
"O que está em jogo é a aliança estratégica bilateral que, apesar das declarações de princípios, acaba por nunca se concretizar", diz o jornal.
Silvia Izquierdo/AP Photo |
Kirchner diz que é hora de endurecer com o Brasil |
De acordo com o "Clarín", no entanto, o presidente argentino, Néstor Kirchner, está cansado das travas econômicas brasileiras, da falta de apoio do governo à Argentina no FMI (Fundo Monetário Internacional) e do papel central que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer exercer na região, segundo um funcionário do Ministério das Relações Exteriores não-identificado.
O porta-voz do ministério, Oscar Feito, tentou, no entanto, minimizar o tom de crítica ao Brasil da reunião. "[O encontro] foi convocado para analisar a posição da Argentina no mundo, após a saída do ´default` [moratória]. O Brasil ocupou apenas 20% das deliberações", disse Feito.
A iniciativa do governo brasileiro de tentar mediar a crise no Equador teria sido uma das "gotas que fizeram transbordar o copo", diz o "Clarín". Para o governo Kirchner, esse era um trabalho que cabia à OEA (Organização dos Estados Americanos).
A fonte diplomática ouvida pelo "Clarín" ainda disse que Kirchner nunca teve uma boa relação pessoal com Lula e que o presidente argentino pensa que o Brasil quer ocupar quantos cargos houver nas organizações internacionais, seja na ONU, seja na FAO (Organização de Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), seja até mesmo no Vaticano.
Mesmo tendo fronteira com a Venezuela e estando perto do Equador, as ambições do Brasil na América Latina são desmesuradas, segundo outro representante diplomático argentino ouvido pelo "Clarín".
A reunião de diplomatas argentinos ocorreu no sábado e no domingo, nas residências do embaixador argentino em Washington, José Octavio Bordón, e do embaixador argentino para a OEA, Rodolfo Gil, respectivamente.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice