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11/05/2005 - 09h09

Brasileiro "ignora" aposentadoria, diz estudo

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da Folha de S.Paulo

A maioria dos brasileiros ainda não tomou nenhuma medida para se preparar para os anos de aposentadoria e acha que, diante do envelhecimento crescente da população do país, o melhor que o governo tem a fazer é reduzir os benefícios previdenciários.

Essa é uma das várias conclusões de estudo inédito feito pelas empresas de consultoria Age Wave e Harris Interactive, por encomenda do HSBC.
No total, foram entrevistados 11.453 adultos em dez países --Brasil, Canadá, China, Hong Kong, França, Índia, Japão, México, Reino Unido e Estados Unidos-- que abrigam mais da metade da população mundial.

No Brasil, foram ouvidas 1.032 pessoas com mais de 18 anos, residentes em 20 cidades e bastante representativas da segmentação social do país.
Diferentemente do que foi constatado em muitos países, no Brasil a maioria dos entrevistados não começou a se preparar para os anos pós-mercado de trabalho.

Apenas 44% da população adulta brasileira disse já ter dado algum passo para programar sua aposentadoria. Em uma lista de dez países, o Brasil só perde nesse item para o Japão, onde esse percentual é de 32%.

Embora a maior parte dos entrevistados brasileiros acredite que os benefícios previdenciários pagos pelo governo lhes garantam recursos menores do que necessitarão no futuro, mais da metade deles disse que, nos 12 meses anteriores à pesquisa, não havia procurado amigos ou consultores para falar sobre o tema da aposentadoria nem contribuído para algum plano de previdência privada com o objetivo de aumentar a renda pós-aposentadoria.

Poucos fazem cálculos

Apenas 13% dos brasileiros disseram que já calcularam quanto dinheiro deverão precisar para sobreviver depois que pararem de trabalhar. Novamente, o Brasil só perde para o Japão nesse item, onde o percentual foi de apenas 7%.

Uma das possíveis explicações para o baixo planejamento previdenciário no Brasil --embora 72% do total dos consultados estivessem empregados em tempo integral (56%) ou parcial (16%) durante o levantamento-- é a baixa renda da maior parte da população.

Segundo Ken Dychtwald, diretor da Age Wave, uma das características da população brasileira que chama a atenção e se destaca nos resultados do país é o alto percentual que disse contar com a ajuda de suas famílias no seu futuro como aposentado.

"No Brasil, muitos contam com os membros das gerações mais novas para receberem cuidados durante suas aposentadorias", disse Dychtwald.

Apesar de 52% dos entrevistados acharem que o governo deveria ser o grande responsável por seu bem-estar durante a aposentadoria, apenas 33% acreditam que isso ocorrerá.

A conseqüência direta disso é que 29% das pessoas afirmam que seus filhos e outros membros da família vão bancar a maior parte dos custos de sua aposentadoria no futuro, embora apenas 13% dos brasileiros achem que isso é o correto.

Por outro lado, generosos 68% dos brasileiros --o maior percentual registrado pela pesquisa-- disseram que, para eles, deixar herança para os filhos é muito importante.

Reduzir pensões

Um dos pontos da pesquisa em que o Brasil mais se diferencia dos outros países é em relação a medidas que os entrevistados acham que os governos devem tomar diante dos crescentes custos provocados pelo envelhecimento acelerado de suas populações.

Em nove nações, a primeira solução defendida pelos entrevistados foi o aumento da idade mínima para a aposentadoria.

Apenas no Brasil, a maior parte das pessoas disse que a melhor medida seria a redução nos valores dos benefícios pagos aos aposentados.

"Apenas no Brasil, a maioria das pessoas acredita que reduzir os benefícios seria a melhor linha de ação, possivelmente porque aqueles que têm benefícios tendem a ser trabalhadores aposentados do governo que vivem nas cidades e não são representativos da população como um todo", segundo a pesquisa.

Apesar dessas diferenças, o Brasil acompanhou outras tendências que parecem globais.

Como em todos os outros países que fizeram parte da amostra, a maior parte da população brasileira (66%) disse querer flexibilidade para poder alternar períodos de trabalho com outros de folga durante seu período de aposentadoria.

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