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20/06/2005
-
15h42
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta segunda-feira que o Mercosul tem "enfrentado dificuldades" e que "muitos dos esperados ganhos da integração" entre os países do bloco "não se materializaram".
"Não podemos negar que temos enfrentado dificuldades nessa caminhada. Não há como esconder a existência de um certo mal-estar. Nosso esforço não se tem traduzido em benefícios reais, principalmente para os países menores. Basta olharmos para os números de comércio", disse o presidente hoje, na reunião do Conselho de Cúpula do Mercosul, em Assunção (Paraguai).
Lula disse que faltou "agilidade para pôr em prática" decisões e compromissos assumidos. "Persistem, por isso, questionamentos e mesmo recriminações mútuas."
O tom dos questionamentos e recriminações entre Brasil e Argentina subiu no mês passado. O presidente argentino, Néstor Kirchner, teria dito, segundo o diário portenho "Clarín", que teria chegado a hora de "endurecer" as relações com o Brasil.
Kirchner já se manifestou criticamente ao Brasil em diversas ocasiões, sobre diversos pontos, como barreiras comerciais, para pressionar por investimentos da Petrobras em seu país e até mesmo quando Lula defendeu que o sucessor do papa João Paulo 2° fosse brasileiro.
BNDES
Lula também reafirmou o compromisso de fomentar o desenvolvimento regional com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Reitero nosso compromisso de fazer com que o BNDES seja não apenas um banco de desenvolvimento nacional mas, também, junto com outros instrumentos e instituições, um banco de fomento regional", disse.
Na semana passada, o presidente Kirchner, e o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, se reuniram com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e com o ministro venezuelano da Economia, Nelson Merentes, para analisar a criação de um banco para financiar obras de infra-estrutura na América do Sul.
Os ministros analisam a criação de um banco de países sul-americanos, que poderia ser criado a partir da fusão entre a CAF (Corporação Andina de Fomento), a CAN (Comunidade Andina de Nações) e o Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia).
Como os demais países da América do Sul não possuem uma fonte de fomento ao setor produtivo tão expressiva, o Brasil tem sido pressionado a conceder empréstimos por meio do BNDES também aos vizinhos, o que já vem acontecendo.
Hegemonia
O presidente Lula disse que o Brasil "tem consciência de suas obrigações e responsabilidades como economia maior do bloco", mas disse que não há espeaço no Mercosul para "hegemonismos".
"Em nosso processo de integração não há lugar para hegemonismos, nem podem prevalecer interesses imediatos e visões de curto prazo. Queremos construir um Mercosul solidário, em que todos estejam dispostos a ceder algo em prol do desenvolvimento coletivo", afirmou o presidente.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Leia o que já foi publicado sobre o Mercosul
Ganhos esperados do Mercosul "não se materializaram", diz Lula
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da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta segunda-feira que o Mercosul tem "enfrentado dificuldades" e que "muitos dos esperados ganhos da integração" entre os países do bloco "não se materializaram".
"Não podemos negar que temos enfrentado dificuldades nessa caminhada. Não há como esconder a existência de um certo mal-estar. Nosso esforço não se tem traduzido em benefícios reais, principalmente para os países menores. Basta olharmos para os números de comércio", disse o presidente hoje, na reunião do Conselho de Cúpula do Mercosul, em Assunção (Paraguai).
Lula disse que faltou "agilidade para pôr em prática" decisões e compromissos assumidos. "Persistem, por isso, questionamentos e mesmo recriminações mútuas."
O tom dos questionamentos e recriminações entre Brasil e Argentina subiu no mês passado. O presidente argentino, Néstor Kirchner, teria dito, segundo o diário portenho "Clarín", que teria chegado a hora de "endurecer" as relações com o Brasil.
Kirchner já se manifestou criticamente ao Brasil em diversas ocasiões, sobre diversos pontos, como barreiras comerciais, para pressionar por investimentos da Petrobras em seu país e até mesmo quando Lula defendeu que o sucessor do papa João Paulo 2° fosse brasileiro.
BNDES
Lula também reafirmou o compromisso de fomentar o desenvolvimento regional com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Reitero nosso compromisso de fazer com que o BNDES seja não apenas um banco de desenvolvimento nacional mas, também, junto com outros instrumentos e instituições, um banco de fomento regional", disse.
Na semana passada, o presidente Kirchner, e o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, se reuniram com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e com o ministro venezuelano da Economia, Nelson Merentes, para analisar a criação de um banco para financiar obras de infra-estrutura na América do Sul.
Os ministros analisam a criação de um banco de países sul-americanos, que poderia ser criado a partir da fusão entre a CAF (Corporação Andina de Fomento), a CAN (Comunidade Andina de Nações) e o Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia).
Como os demais países da América do Sul não possuem uma fonte de fomento ao setor produtivo tão expressiva, o Brasil tem sido pressionado a conceder empréstimos por meio do BNDES também aos vizinhos, o que já vem acontecendo.
Hegemonia
O presidente Lula disse que o Brasil "tem consciência de suas obrigações e responsabilidades como economia maior do bloco", mas disse que não há espeaço no Mercosul para "hegemonismos".
"Em nosso processo de integração não há lugar para hegemonismos, nem podem prevalecer interesses imediatos e visões de curto prazo. Queremos construir um Mercosul solidário, em que todos estejam dispostos a ceder algo em prol do desenvolvimento coletivo", afirmou o presidente.
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