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19/07/2005 - 13h35

Valorização do real derruba exportação de eletroeletrônicos

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

A valorização do real --e conseqüente depreciação do dólar-- já derrubou as exportações de produtos eletroeletrônicos. De janeiro a abril, as empresas do setor exportaram o equivalente a US$ 186,3 milhões, segundo balanço divulgado hoje pela Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). Na comparação com o mesmo período de 2004, houve uma queda de 2% nas exportações de eletroeletrônicos produzidos no Brasil.

"A queda do dólar já está afetando o desempenho das exportações de eletroeletrônicos", disse o presidente da Eletros, Paulo Saab.

Segundo a Eletros, a valorização do real na indústria brasileira já teria provocado cancelamento de contratos de exportação e de investimentos nas linhas de produção destinadas ao mercado externo.

A Eletros estima que até o final do ano o setor deixe de exportar cerca de 1 milhão de produtos --o equivalente a cerca de US$ 150 milhões.

Saab disse que o setor teme pela manutenção desse cenário de piora do desempenho das exportações. "Esses resultados refletem contratos feitos no longo prazo. Mas os contratos atuais estão sendo ainda mais afetados pela queda do dólar", afirmou Saab.

Entre os produtos que registraram queda de exportações, em função da defasagem cambial, incluem-se lavadoras automáticas e secadoras de roupa, liquidificadores, televisores, CD players, rádios-gravadores e auto-rádios, entre outros.

Para compensar a perda de competitividade provocada pela valorização do real, os fabricantes de eletroeletrônicos de consumo --principalmente de linha branca e de portáteis-- estão ampliando os esforços para conquistar novos mercados. Em conseqüência, as vendas de alguns produtos conseguiram inclusive crescer, caso dos refrigeradores, fogões e batedeiras de bolos.

Apenas esses três itens responderam por vendas de US$ 106,83 milhões no mercado externo, registrando um incremento de 21,73% em relação ao primeiro quadrimestre de 2004. As importações desses itens somaram US$ 2,2 milhões, o que garantiu um saldo comercial positivo de US$ 104,6 milhões.

Mercado interno

No mercado interno, as vendas de eletroeletrônicos no primeiro trimestre cresceram 11,76% comparado a igual período do ano passado. O setor que mais se destacou foi o de imagem e som, cujas vendas aumentaram 27,57%.

Os produtos que tiveram maior crescimento foram os DVD's, com vendas 128,88% maiores em relação ao primeiro trimestre de 2004. A venda de televisores, por sua vez, foi beneficiada pela demanda por aparelhos com tela plana.

Na linha branca, o incremento foi de 4,29% e, em eletroportáteis, de 1,67%. O destaque foram as vendas de lavadoras automáticas, que registraram crescimento de 8,81%.

Saab disse que o resultado do período foi favorecido pela forte expansão do crédito ao consumidor, queda da taxa de inflação e das tarifas administradas e prazos mais longos de pagamento.

Projeção

A Eletros projeta para 2005 um crescimento moderado das vendas ao comércio varejista interno. "Se houver uma redução das taxas de juros a partir de setembro, a demanda no varejo deve crescer nesse período para atender as encomendas do Natal. Nesse caso, o setor deverá crescer entre 8,5% a 10% este ano", estima Saab.

Ele ressalta que o crescimento não será maior em função da perspectiva de manutenção das taxas de juros em nível elevado e da redução das oportunidades de emprego provocada pela queda nos investimento.

No mercado externo, a manutenção do dólar no atual patamar também deverá afetar as exportações ao longo do ano. "O risco é termos uma redução expressiva nos resultados da balança comercial, não só pela queda das exportações, mas também pelo incremento das exportações", disse Saab.

Em 2004, as exportações da indústria eletroeletrônica cresceram 20%, atingindo US$ 671 milhões. A balança comercial do setor ficou positiva em US$ 391 milhões.

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