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21/07/2005
-
17h22
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O presidente da Francal (maior feira de calçados do Brasil), Abdala Jamil Abdala, disse que o mecanismo de cotas que deve ser adotado pela Argentina para restringir a entrada de calçados brasileiros naquele país não deve prejudicar os produtores nacionais. Segundo ele, a Argentina continuará dependendo dos calçados brasileiros para abastecer seu mercado interno.
"A Argentina está nadando na praia seca. Ela não tem produção própria suficiente de calçados e precisa importar o produto de algum lugar do mundo", disse Abdala.
A Argentina quer aplicar o sistema de licenças não automáticas para restringir a importação de calçados do Brasil. O país vizinho já recorreu a esse mecanismo para barrar a entrada de máquinas lava-roupas produzidas no Brasil.
Por esse mecanismo, os importadores argentinos precisam pedir autorização para o governo toda vez que quiserem comprar o produto. No ano passado, os dois países fecharam um acordo limitando a importação de calçados brasileiros em 12 milhões de pares. Mas os argentinos acusam os brasileiros de terem descumprido o acordo, pois as exportações brasileiras atingiram 15,4 milhões de pares em 2004. No entanto, os brasileiros negam que descumpriram o acordo. Alguns alegam que do total exportado, 2 milhões eram sandálias de dedo e não entravam na cota.
Desta vez, os fabricantes argentinos de calçados conseguiram limitar a importação de produtos brasileiros em 15,4 milhões de pares --mesmo volume registrado em 2004.
Entretanto, o acordo beneficiaria ao Brasil ao impor como condição que a produção brasileira não será substituída por produtos de outros mercados, principalmente da China.
Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), houve uma queda de 9% no volume de calçados exportados no 1º semestre deste ano. O setor embarcou 103 milhões de pares de calçados contra 113 milhões de pares vendidos no mesmo período de 2004.
China
Abdala, da Francal, disse que a maior ameaça para o setor calçadista brasileiro vem da China. "A Argentina continuará dependendo do Brasil, com ou sem cotas."
Segundo ele, os produtos chineses ameaçam a produção nacional de calçados. "Além dos preços competitivos, os brasileiros ainda sofrem com a pirataria chinesa. Eles copiam tudo."
Anteontem, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) afirmou que o Brasil estuda aumentar para 35% a TEC (Tarifa Externa Comum do Mercosul) para a importação do produto.
A medida viria para atender os pedidos dos calçadistas brasileiros, que reclamam da concorrência chinesa e do real muito valorizado.
No caso dos calçados, a TEC é de 15% a 20% para os países externos ao Mercosul. Para os sócios do bloco, a tarifa é zero.
Furlan também disse que a elevação da TEC, que é a tarifa comum do Mercosul para produtos importados de fora do bloco, não deve ser desaprovada por Argentina, Uruguai e Paraguai, uma vez que a Argentina, por exemplo, já adota a alíquota de 35%.
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Barreira argentina para calçados não ameaça Brasil, diz presidente da Francal
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da Folha Online
O presidente da Francal (maior feira de calçados do Brasil), Abdala Jamil Abdala, disse que o mecanismo de cotas que deve ser adotado pela Argentina para restringir a entrada de calçados brasileiros naquele país não deve prejudicar os produtores nacionais. Segundo ele, a Argentina continuará dependendo dos calçados brasileiros para abastecer seu mercado interno.
"A Argentina está nadando na praia seca. Ela não tem produção própria suficiente de calçados e precisa importar o produto de algum lugar do mundo", disse Abdala.
A Argentina quer aplicar o sistema de licenças não automáticas para restringir a importação de calçados do Brasil. O país vizinho já recorreu a esse mecanismo para barrar a entrada de máquinas lava-roupas produzidas no Brasil.
Por esse mecanismo, os importadores argentinos precisam pedir autorização para o governo toda vez que quiserem comprar o produto. No ano passado, os dois países fecharam um acordo limitando a importação de calçados brasileiros em 12 milhões de pares. Mas os argentinos acusam os brasileiros de terem descumprido o acordo, pois as exportações brasileiras atingiram 15,4 milhões de pares em 2004. No entanto, os brasileiros negam que descumpriram o acordo. Alguns alegam que do total exportado, 2 milhões eram sandálias de dedo e não entravam na cota.
Desta vez, os fabricantes argentinos de calçados conseguiram limitar a importação de produtos brasileiros em 15,4 milhões de pares --mesmo volume registrado em 2004.
Entretanto, o acordo beneficiaria ao Brasil ao impor como condição que a produção brasileira não será substituída por produtos de outros mercados, principalmente da China.
Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), houve uma queda de 9% no volume de calçados exportados no 1º semestre deste ano. O setor embarcou 103 milhões de pares de calçados contra 113 milhões de pares vendidos no mesmo período de 2004.
China
Abdala, da Francal, disse que a maior ameaça para o setor calçadista brasileiro vem da China. "A Argentina continuará dependendo do Brasil, com ou sem cotas."
Segundo ele, os produtos chineses ameaçam a produção nacional de calçados. "Além dos preços competitivos, os brasileiros ainda sofrem com a pirataria chinesa. Eles copiam tudo."
Anteontem, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) afirmou que o Brasil estuda aumentar para 35% a TEC (Tarifa Externa Comum do Mercosul) para a importação do produto.
A medida viria para atender os pedidos dos calçadistas brasileiros, que reclamam da concorrência chinesa e do real muito valorizado.
No caso dos calçados, a TEC é de 15% a 20% para os países externos ao Mercosul. Para os sócios do bloco, a tarifa é zero.
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