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19/08/2005 - 16h56

Denúncias de corrupção chegam a Palocci e dólar volta aos R$ 2,45

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IVONE PORTES
da Folha Online

A denúncia de corrupção contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, gerou nervosismo no mercado e fez o dólar fechar com a maior alta percentual desde 31 de maio de 2004. A moeda norte-americana subiu 2,94% e terminou a sexta-feira a R$ 2,45 na venda --maior cotação do mês. Ao longo do dia, atingiu alta de 4,32% e chegou a R$ 2,483. Na semana, a divisa subiu 3,2%.

A Bolsa de Valores de São Paulo, após cair 2,8%, reduziu as perdas e no final dos negócios tinha baixa de 0,95%.

O advogado e então assessor de Antonio Palocci quando ele ainda era prefeito de Ribeirão Preto (SP), Rogério Tadeu Buratti, afirmou hoje, segundo o Ministério Público Estadual, que o atual ministro da Fazenda recebia R$ 50 mil por mês das empresas de coleta de lixo da cidade.

Em nota, o ministro Antonio Palocci negou as declarações dadas por seu ex-assessor. Ainda de acordo com a nota, Palocci afirmou que recebeu recursos da Leão&Leão como contribuição a sua campanha para prefeito e que isto consta da prestação de contas que está no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Buratti --preso na última quarta-feira em Ribeirão Preto por crime de lavagem de dinheiro e tentativa de destruição de documentos-- aceitou revelar tudo o que sabe sobre irregularidades em prefeituras paulistas em troca de redução de pena em caso de condenação.

Até então, o mercado vinha mantendo uma distância da crise política, porque o nome do ministro da Fazenda ainda não estava envolvido em denúncias de corrupção. O mercado teme agora que as denúncias cheguem ao presidente Lula, o que agravaria ainda mais a crise e poderia contaminar a economia do país.

Mercados

Júlio César Vogeler, da corretora Didier Levy, considerou um "absurdo" a divulgação da denúncia contra Palocci sem a apresentação de provas.

"Eu acho uma irresponsabilidade muito grande esse tipo de notícia, pois ainda não há nada comprovado. Quem passou essa informação tem interesse político ou financeiro, pois sabia que ela ia mexer com os mercados. Deveriam investigar primeiro e depois divulgar", afirmou.

Angelo Larozi, da Souza Barros, disse que a possibilidade de envolvimento de Palocci em esquemas de corrupção aumenta a cautela do mercado acionário, mas ele não espera que haja uma "fuga" de investidores estrangeiros imediatamente.

"É lógico que a denúncia é preocupante, mas desde que surjam provas", disse.

Entretanto, no horário de maior tensão do mercado, o risco-país subiu mais de 3% e atingiu os 420 pontos.

O indicador é um termômetro do sentimento dos estrangeiros em relação ao país. Quando ele sobe, indica que a desconfiança dos investidores externos em relação ao Brasil aumentou.

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