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Conheça os principais métodos pedagógicos que existem no Brasil

  • Pedagogia Waldorf (antroposofia)

    - TEORIA
    Método de ensino baseado nas conferências que o filósofo alemão Rudolf Steiner (1861-1925) deu a partir de 1919, trabalha em conjunto três âmbitos do desenvolvimento da criança: físico, social e individual. Os alunos são divididos em faixas etárias e não em séries, pois Steiner acreditava que cada idade tem necessidades específicas a serem atendidas. O aluno waldorfiano estuda com a mesma turma dos 7 aos 14 anos. Como o ritmo biológico não pode ser alterado, não há repetência. O método dá igual importância às formações ética, estética e acadêmica. Chama-se Waldorf pois os primeiros alunos de Rudolf Steiner foram funcionários da fábrica Waldorf Astoria, na Alemanha.

    - APLICAÇÃO
    A pioneira da pedagogia Waldorf no Brasil é a escola Waldorf Rudolf Steiner, de tradição alemã, fundada em 1956. Há outras três escolas em São Paulo que adotam a mesma metodologia.

  • Maria Montessori

    - TEORIA
    Com Piaget, Maria Montessori (1870-1952) elaborou uma teoria científica do desenvolvimento infantil. Ao contrário deste, seu trabalho concentrou-se na elaboração de uma proposta pedagógica.
    Para Montessori, o ensino deve ser ativo. A criança desenvolve um senso de responsabilidade por seu próprio aprendizado. A pedagogia montessoriana enfatiza a concentração individual por meio da manipulação de objetos. Na sala de aula, a atenção do aluno é desviada do professor para as tarefas a serem cumpridas. O professor é um "guia" que remove obstáculos à aprendizagem e isola as dificuldades da criança.

    - APLICAÇÃO
    Disposição circular da sala de aula, prateleiras com jogos pedagógicos acessíveis aos alunos, cubos lógicos de madeira para o ensino de matemática são algumas das inovações do método montessoriano usadas até hoje nas escolas.

  • Construtivismo/estruturalismo de Jean Piaget

    - TEORIA
    O filósofo Jean Piaget (1896-1980) estudou os modos com que a criança entende o mundo espontaneamente por assimilação -organizando os dados do exterior de uma maneira própria- e por acomodação, isto é, "deformando" essa organização para poder compreender a realidade.
    Para Piaget, a inteligência lógica tem um mecanismo auto-regulador evolutivo. Certas noções, como quantidade, proporção, sequência, causalidade, volume etc. surgem espontaneamente em momentos diferentes do desenvolvimento da criança em sua interação com o meio.
    As idéias de Piaget garantiram aos psicólogos que havia um mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem se prender a um currículo rígido.
    O russo Lev Vygotsky, contemporâneo de Piaget, desenvolveu uma psicologia também chamada construtivista, mas considerando as atividades interpessoais da criança e a história social.

    - APLICAÇÃO
    No Brasil, o construtivismo começou a ser aplicado sistematicamente na primeira Escola Novo Horizonte e depois na Escola da Vila, em São Paulo.

  • Pragmatismo

    - TEORIA
    Elaborado no início do século pelo educador norte-americano John Dewey (1859-1952), o pragmatismo ou instrumentalismo baseia-se na idéia de que a inteligência é um instrumento. Privilegia a resolução de problemas e a ciência aplicada.
    É um modelo de educação que se opõe ao ensino europeu clássico, mais abstrato e concentrado nas humanidades e na filosofia.

    - APLICAÇÃO
    Na década de 20, influenciou o movimento da Escola Nova, que, no Brasil, tentou a reforma do ensino introduzindo métodos ativos de participação dos alunos na sala de aula.

  • Construtivismo pós-piagetiano

    - TEORIA
    A Argentina Emilia Ferreiro, aluna de Jean Piaget, expandiu as idéias de seu mestre para o campo da escrita e da leitura. Concluiu que a criança descobre as regras da língua escrita (ler da esquerda para a direita, entender que as letras reproduzem a fala) antes mesmo de ir à escola.
    Grande parte das crianças se alfabetiza sozinha, desde que imersa num ambiente alfabetizante.
    Ferreiro e Ana Teberosky descobriram que toda criança passa pelas mesma fases ao aprender a ler e escrever e que essas fases determinaram o tipo de erro que cometem.
    Essas descobertas vêm revolucionando as formas mais tradicionais de alfabetização, baseadas em cartilhas que apresentam apenas fragmentos da língua escrita.

    - APLICAÇÃO
    Generalizada. A grande maioria das escolas brasileiras, incluindo as da rede pública, recorre hoje à teoriado construtivismo e às idéias dos teóricos pós-piagetianos. Mudam os materiais didáticos e a organização da aula.

  • Ensino tradicional

    - TEORIA
    O que se chama ensino tradicional vem de inúmeras vertentes. Nas escolas laicas, o que predomina é uma tradição conteudista centrada no professor, que é um transmissor de cultura. O sistema de avaliação procura aferir a quantidade de informação absorvida pelo aluno. Esse modelo de ensino foi difundido pelas escolas públicas francesas a partir do Iluminismo (séc. 18). Pretendiam universalizar o acesso ao conhecimento para formar cidadãos.

    - APLICAÇÃO
    A tradição conteudista, tida como ultrapassada e acrítica durante as décadas de 60 e 70, volta a ter prestígio hoje, mesmo nas escolas que já foram construtivistas. Crê-se que não há como formar um aluno crítico e questionador sem uma base sólida de informação.
  •  FRASES
    "A tendência é investir cada vez mais em formação. As crianças recebem muita informação fora da sala de aula"
    (Sylvio Gomide, presideten do Grupo - associação de escolas particulares)

    "Escola forte ou fraca não existe. O que existe são escolas que priorizam o conteúdo e escolas que privilegiam atividades que estiumulam o pensamento autônomo"
    (Glaura Fernandes, psicopedagoga)

    "Guiar-se pela objetividade e praticidade do mundo moderno e escolher uma escola pela localização é um equívoco"
    (Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha)

    "Até a 4ª série uma escola competente instrumentaliza o aluno a ler e entender e, depois, a expressar-se. Depois, na 5ª série, os professores ensinam o conteúdo de cada matéria"
    (Aércio Lombardi, diretor do Colégio Rousseau)




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