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05/09/2002
-
14h38
da Folha de S.Paulo
É interessante notar que muitos livros didáticos tratam da "conquista do oeste americano" como se o território fosse dos Estados Unidos e faltasse apenas promover a ocupação.
Quando do movimento de independência das 13 colônias, formou-se um único país, republicano e federalista, com 13 Estados-membros. As 13 colônias então livres se uniram na América. Daí o nome: Estados Unidos da América. Nasceu assim o primeiro país livre do continente, oficialmente em 1776. A partir de então, os norte-americanos iniciaram um processo de expansão em direção às terras localizadas a oeste do país. A vasta região da Louisiana foi comprada da França, porém nesse território viviam centenas de tribos indígenas, que vieram a conhecer o progresso americano por meio da pólvora.
Além do massacre impingido aos índios, os norte-americanos invadiram o México -com o pretexto de que na região do Texas viviam cidadãos norte-americanos-, contribuíram para a separação desse Estado e promoveram posteriormente sua anexação. A guerra travada entre os dois países (1846-48) foi responsável por uma das maiores anexações territoriais já vistas na história, fazendo com que o México perdesse metade de seu território. O México hoje corresponde à metade do que fora até a guerra. Do Texas à Califórnia, as terras eram mexicanas.
Todo esse processo de expansão e guerras foi apoiado militarmente e juridicamente pelo Estado e encontrou respaldo na sociedade, fato explicado pela cultura social que se desenvolveu no país, conhecida como teoria do "destino manifesto". Segundo a crença da maioria dessa sociedade, de origem calvinista, cabia ao povo norte-americano levar adiante o progresso e, se necessário, impô-lo por meio da força aos povos mais "atrasados". Era o velho etnocentrismo de origem européia presente na América "atrasada".
Podemos dizer que esse foi um dos elementos que deram origem ao imperialismo dos EUA, que se manifestou sobretudo na transição do século 19 para o século 20, denominado "big stick" e caracterizado principalmente pela intervenção na América Central e no Caribe, sobretudo pelas intervenções em Cuba e no Panamá.
Dica: compare o expansionismo dos Estados Unidos do século 19 com a expansão do século 20. Além da justificativa ideológica apresentada, quais os outros interesses envolvidos nas conquistas territoriais?
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br, professor do Objetivo e autor do livro "História em Manchete - Na Virada do Século"
Leia mais:
Atualidades: Alca, nova versão da Doutrina Monroe
Geografia: Os significados das siglas e o vestibular
Física: O afastamento das galáxias
Matemática: Descoberta sobre números primos
Português: Pronome átono nem sempre é complemento verbal
História: A conquista do norte mexicano
CLAUDIO B. RECCOda Folha de S.Paulo
É interessante notar que muitos livros didáticos tratam da "conquista do oeste americano" como se o território fosse dos Estados Unidos e faltasse apenas promover a ocupação.
Quando do movimento de independência das 13 colônias, formou-se um único país, republicano e federalista, com 13 Estados-membros. As 13 colônias então livres se uniram na América. Daí o nome: Estados Unidos da América. Nasceu assim o primeiro país livre do continente, oficialmente em 1776. A partir de então, os norte-americanos iniciaram um processo de expansão em direção às terras localizadas a oeste do país. A vasta região da Louisiana foi comprada da França, porém nesse território viviam centenas de tribos indígenas, que vieram a conhecer o progresso americano por meio da pólvora.
Além do massacre impingido aos índios, os norte-americanos invadiram o México -com o pretexto de que na região do Texas viviam cidadãos norte-americanos-, contribuíram para a separação desse Estado e promoveram posteriormente sua anexação. A guerra travada entre os dois países (1846-48) foi responsável por uma das maiores anexações territoriais já vistas na história, fazendo com que o México perdesse metade de seu território. O México hoje corresponde à metade do que fora até a guerra. Do Texas à Califórnia, as terras eram mexicanas.
Todo esse processo de expansão e guerras foi apoiado militarmente e juridicamente pelo Estado e encontrou respaldo na sociedade, fato explicado pela cultura social que se desenvolveu no país, conhecida como teoria do "destino manifesto". Segundo a crença da maioria dessa sociedade, de origem calvinista, cabia ao povo norte-americano levar adiante o progresso e, se necessário, impô-lo por meio da força aos povos mais "atrasados". Era o velho etnocentrismo de origem européia presente na América "atrasada".
Podemos dizer que esse foi um dos elementos que deram origem ao imperialismo dos EUA, que se manifestou sobretudo na transição do século 19 para o século 20, denominado "big stick" e caracterizado principalmente pela intervenção na América Central e no Caribe, sobretudo pelas intervenções em Cuba e no Panamá.
Dica: compare o expansionismo dos Estados Unidos do século 19 com a expansão do século 20. Além da justificativa ideológica apresentada, quais os outros interesses envolvidos nas conquistas territoriais?
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br, professor do Objetivo e autor do livro "História em Manchete - Na Virada do Século"
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