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03/07/2003
-
12h10
da Folha de S.Paulo
A formação da sociedade medieval foi um processo longo e complexo, que reuniu durante séculos características de origem romana e bárbaro-germânica.
Na Alta Idade Média, ocorreu um acentuado processo de ruralização, fruto da desagregação do Império Romano, da sedentarização de diversos povos "bárbaros" e da continuidade das invasões, o que fortaleceu o processo de isolamento, a economia voltada para a subsistência e o militarismo.
A crise, marcada por invasões e guerras, reforçou o militarismo, porém com outras características, estabelecendo novas relações sociais e influenciando a reordenação das relações de produção. Em troca de "proteção" e de um pequeno lote de terra, o camponês passava a servir a um proprietário, o senhor da terra, o dono do feudo. Essa servidão era permanente, e o camponês e seus descendentes estavam presos à terra.
A necessidade de garantir o controle sobre a terra, somada às características da cultura secular dos povos bárbaros, fez com que os senhores feudais tivessem grande preocupação com a guerra e, dessa maneira, estabelecessem acordos entre si, desenvolvendo as relações de suserania e vassalagem, num sistema de interdependência, ao mesmo tempo que toda sua formação cultural se voltava para o militarismo.
Ser "guerreiro" tornava-se uma questão de honra para o nobre, que era treinado desde cedo. A dimensão das guerras obrigou a Igreja Católica a interferir algumas vezes e a decretar leis para garantir a ordem socioeconômica.
No decorrer dessas lutas, ocorreu a decomposição do poder real, mediante usurpações ou concessões, como as imunidades, que ampliavam a autonomia política dos feudos.
No século 9º, o Império Carolíngeo se esfacelou, e o poder passou para as mãos de marqueses, duques e barões, representando o fortalecimento do poder local. Na península Ibérica, o domínio muçulmano serviu de pretexto para o início de uma "guerra santa", a Reconquista, que possibilitou a lenta expansão dos domínios senhoriais.
Toda essa belicosidade garantia à elite vastos domínios territoriais e o poder político --visto como descentralizado. E só foi possível explicar a sociedade feudal pela exploração do trabalho servil, o que justifica o uso da expressão "uns combatem, alguns rezam, outros trabalham".
Dica: Procure explicar o motivo pelo qual a nobreza valorizava o ócio, em detrimento do trabalho.
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
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Atualidades: Iranianos "em chamas" protestam na Europa
Geografia: O movimento do Sol e o solstício
Português: Arte moderna convida à reflexão
História: A organização da sociedade medieval
CLAUDIO B. RECCOda Folha de S.Paulo
A formação da sociedade medieval foi um processo longo e complexo, que reuniu durante séculos características de origem romana e bárbaro-germânica.
Na Alta Idade Média, ocorreu um acentuado processo de ruralização, fruto da desagregação do Império Romano, da sedentarização de diversos povos "bárbaros" e da continuidade das invasões, o que fortaleceu o processo de isolamento, a economia voltada para a subsistência e o militarismo.
A crise, marcada por invasões e guerras, reforçou o militarismo, porém com outras características, estabelecendo novas relações sociais e influenciando a reordenação das relações de produção. Em troca de "proteção" e de um pequeno lote de terra, o camponês passava a servir a um proprietário, o senhor da terra, o dono do feudo. Essa servidão era permanente, e o camponês e seus descendentes estavam presos à terra.
A necessidade de garantir o controle sobre a terra, somada às características da cultura secular dos povos bárbaros, fez com que os senhores feudais tivessem grande preocupação com a guerra e, dessa maneira, estabelecessem acordos entre si, desenvolvendo as relações de suserania e vassalagem, num sistema de interdependência, ao mesmo tempo que toda sua formação cultural se voltava para o militarismo.
Ser "guerreiro" tornava-se uma questão de honra para o nobre, que era treinado desde cedo. A dimensão das guerras obrigou a Igreja Católica a interferir algumas vezes e a decretar leis para garantir a ordem socioeconômica.
No decorrer dessas lutas, ocorreu a decomposição do poder real, mediante usurpações ou concessões, como as imunidades, que ampliavam a autonomia política dos feudos.
No século 9º, o Império Carolíngeo se esfacelou, e o poder passou para as mãos de marqueses, duques e barões, representando o fortalecimento do poder local. Na península Ibérica, o domínio muçulmano serviu de pretexto para o início de uma "guerra santa", a Reconquista, que possibilitou a lenta expansão dos domínios senhoriais.
Toda essa belicosidade garantia à elite vastos domínios territoriais e o poder político --visto como descentralizado. E só foi possível explicar a sociedade feudal pela exploração do trabalho servil, o que justifica o uso da expressão "uns combatem, alguns rezam, outros trabalham".
Dica: Procure explicar o motivo pelo qual a nobreza valorizava o ócio, em detrimento do trabalho.
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
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