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09/09/2003
-
09h07
da Agência Folha
da Folha de S.Paulo
O curto prazo dos programas de alfabetização em massa de jovens e adultos e a falta de uma política de integração dos alunos à rede regular de ensino preocupam especialistas em educação, que apontam para a possibilidade da proliferação dos chamados "analfabetos funcionais" em curto espaço de tempo.
"Se não houver uma política de inserção dessas pessoas à rede de ensino regular, no último ano do governo Lula, os que participaram da primeira turma desses programas de alfabetização já serão analfabetos funcionais", disse a professora Eliane Dayse Pontes Furtado, do curso de educação da Universidade Federal do Ceará.
Os analfabetos funcionais são os que conseguem reconhecer letras e palavras, mas não chegam a interpretar textos. "Três, quatro meses é muito pouco tempo para uma pessoa compreender um texto, isso já foi comprovado."
Furtado foi uma das que assinaram um manifesto, entregue ao presidente Lula no lançamento do programa Analfabetismo Zero, em abril, em que se cobrou a ampliação do programa, de forma a prever a inclusão dos beneficiados no sistema de ensino.
"Se o aluno não usa constantemente a escrita, não desenvolve", afirma Eunice Durham, ex-secretária de políticas educacionais do Ministério da Educação. Ela destaca que boa parte da população analfabeta vive em meio rural, sem acesso a leitura.
"O problema é a continuidade [do aprendizado]. Tem de haver uma política de reposição de escolaridade. E para os que não querem a escola formal, outras alternativas", afirma Vera Masagão, coordenadora de programas da ONG paulista Ação Educativa. O ministério promete programas de apoio para o Brasil Alfabetizado, como distribuição de livros.
Segundo Esther Grossi, ex-deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul e hoje coordenadora de pesquisa do Geempa (Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação), "o problema principal é a metodologia de alfabetização".
"Se não forem usadas coisas novas da área [de educação], não há condições", diz. O Geempa é responsável pelo projeto de alfabetização de três meses implantados em cidades atendidas pelo programa de alimentação Fome Zero. "Formamos 700 alunos."
Segundo Grossi, o governo não impôs uma metodologia de alfabetização no Brasil Alfabetizado para "não brecar iniciativas". "Mas irá cobrar resultados."
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da Folha de S.Paulo
O curto prazo dos programas de alfabetização em massa de jovens e adultos e a falta de uma política de integração dos alunos à rede regular de ensino preocupam especialistas em educação, que apontam para a possibilidade da proliferação dos chamados "analfabetos funcionais" em curto espaço de tempo.
"Se não houver uma política de inserção dessas pessoas à rede de ensino regular, no último ano do governo Lula, os que participaram da primeira turma desses programas de alfabetização já serão analfabetos funcionais", disse a professora Eliane Dayse Pontes Furtado, do curso de educação da Universidade Federal do Ceará.
Os analfabetos funcionais são os que conseguem reconhecer letras e palavras, mas não chegam a interpretar textos. "Três, quatro meses é muito pouco tempo para uma pessoa compreender um texto, isso já foi comprovado."
Furtado foi uma das que assinaram um manifesto, entregue ao presidente Lula no lançamento do programa Analfabetismo Zero, em abril, em que se cobrou a ampliação do programa, de forma a prever a inclusão dos beneficiados no sistema de ensino.
"Se o aluno não usa constantemente a escrita, não desenvolve", afirma Eunice Durham, ex-secretária de políticas educacionais do Ministério da Educação. Ela destaca que boa parte da população analfabeta vive em meio rural, sem acesso a leitura.
"O problema é a continuidade [do aprendizado]. Tem de haver uma política de reposição de escolaridade. E para os que não querem a escola formal, outras alternativas", afirma Vera Masagão, coordenadora de programas da ONG paulista Ação Educativa. O ministério promete programas de apoio para o Brasil Alfabetizado, como distribuição de livros.
Segundo Esther Grossi, ex-deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul e hoje coordenadora de pesquisa do Geempa (Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação), "o problema principal é a metodologia de alfabetização".
"Se não forem usadas coisas novas da área [de educação], não há condições", diz. O Geempa é responsável pelo projeto de alfabetização de três meses implantados em cidades atendidas pelo programa de alimentação Fome Zero. "Formamos 700 alunos."
Segundo Grossi, o governo não impôs uma metodologia de alfabetização no Brasil Alfabetizado para "não brecar iniciativas". "Mas irá cobrar resultados."
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