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11/09/2003
-
10h24
CLAUDIO B. RECCO
da Folha de S.Paulo
Em seu sentido original, "reforma" era o termo que significava o movimento interno da Igreja Católica de renovação e purificação da fé cristã. Esse movimento teve início da Baixa Idade Média, quando surgiram diversas ordens monásticas que defendiam o afastamento do clero das atividades mundanas e, ao mesmo tempo, pretendiam limitar as influências políticas no interior da igreja.
Na Idade Moderna, o sentido do termo "reforma" sofre uma alteração e passa a designar os movimentos que criaram novas doutrinas, rompendo a unidade do cristianismo ocidental.
A consolidação do absolutismo na Inglaterra esteve diretamente associada ao processo reformista. No entanto é equivocado imaginar que tenha surgido uma nova doutrina religiosa no país. Em um primeiro momento, a criação de uma nova igreja esteve relacionada às ambições do rei.
A Igreja Anglicana nasceu como um instrumento político, subordinada diretamente ao Estado e reconhecida pelo Parlamento por meio do Ato de Supremacia em 1534. A partir desse momento, costuma-se considerar que, na Inglaterra, "existe absolutismo de fato, mas não de direito".
Em tese, era o Parlamento quem devia dar a palavra final; era assim desde o século 13, quando foi imposta a Magna Carta ao rei João sem terra, porém, na prática, essa instituição era subordinada ao rei. Henrique 8º consolidou o absolutismo no país.
A maior parte da nobreza inglesa, enfraquecida desde a Guerra das Duas Rosas, passou a depender dos cargos políticos e militares. Por isso restou-lhe apoiar a centralização. À burguesia interessava um Estado forte, que garantisse a paz interna e criasse as condições para o desenvolvimento do comércio interno e externo. Era necessário "correr atrás do prejuízo", pois a Espanha e Portugal tomavam conta das terras descobertas na América.
Nas décadas seguintes, os setores sociais desvinculados do poder de Estado mantiveram-se distantes da nova igreja. Alguns conservaram a religião tradicional, católica, enquanto outros aderiram ao calvinismo, sendo o grupo mais importante o dos puritanos.
Dica: Procure perceber de que maneira a religião está vinculada ao poder ou à organização da oposição política.
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
História: A Reforma religiosa na Inglaterra
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da Folha de S.Paulo
Em seu sentido original, "reforma" era o termo que significava o movimento interno da Igreja Católica de renovação e purificação da fé cristã. Esse movimento teve início da Baixa Idade Média, quando surgiram diversas ordens monásticas que defendiam o afastamento do clero das atividades mundanas e, ao mesmo tempo, pretendiam limitar as influências políticas no interior da igreja.
Na Idade Moderna, o sentido do termo "reforma" sofre uma alteração e passa a designar os movimentos que criaram novas doutrinas, rompendo a unidade do cristianismo ocidental.
A consolidação do absolutismo na Inglaterra esteve diretamente associada ao processo reformista. No entanto é equivocado imaginar que tenha surgido uma nova doutrina religiosa no país. Em um primeiro momento, a criação de uma nova igreja esteve relacionada às ambições do rei.
A Igreja Anglicana nasceu como um instrumento político, subordinada diretamente ao Estado e reconhecida pelo Parlamento por meio do Ato de Supremacia em 1534. A partir desse momento, costuma-se considerar que, na Inglaterra, "existe absolutismo de fato, mas não de direito".
Em tese, era o Parlamento quem devia dar a palavra final; era assim desde o século 13, quando foi imposta a Magna Carta ao rei João sem terra, porém, na prática, essa instituição era subordinada ao rei. Henrique 8º consolidou o absolutismo no país.
A maior parte da nobreza inglesa, enfraquecida desde a Guerra das Duas Rosas, passou a depender dos cargos políticos e militares. Por isso restou-lhe apoiar a centralização. À burguesia interessava um Estado forte, que garantisse a paz interna e criasse as condições para o desenvolvimento do comércio interno e externo. Era necessário "correr atrás do prejuízo", pois a Espanha e Portugal tomavam conta das terras descobertas na América.
Nas décadas seguintes, os setores sociais desvinculados do poder de Estado mantiveram-se distantes da nova igreja. Alguns conservaram a religião tradicional, católica, enquanto outros aderiram ao calvinismo, sendo o grupo mais importante o dos puritanos.
Dica: Procure perceber de que maneira a religião está vinculada ao poder ou à organização da oposição política.
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
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