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15/09/2003
-
06h00
CAROL FREDERICO
da Folha de S.Paulo
Atualmente, quando perguntamos a uma pessoa por que ela trabalha, a resposta costuma ser: "Para pagar as contas".
Para muitas pessoas, a palavra trabalho está relacionada a algo penoso. Lembrar daquele trabalho de escola, o dever, ou do trabalho da aula de física, o relacionado à força, desagrada a muita gente...
Agora pense em fazer uma visita à galeria de arte para apreciar os trabalhos de Pablo Picasso ou de Rodin. Não importa o que eles expressam, se dor ou alegria, nem o esforço que custaram para serem feitos... eles constituem uma obra.
Da mesma forma, escolher uma profissão deve levar em conta o que o trabalho significa para você e que tipo de obra quer realizar durante a sua vida profissional. Optar por uma carreira também é escolher um projeto de vida.
Decisão
Se optar sempre é difícil, escolher um trabalho, então, não é nada fácil. Já houve um tempo em que o homem não tinha que se preocupar com esse tipo de dilema. Ele herdava a função de seu pai e pronto. Nascia sapateiro e morria sapateiro.
Agora, todos têm uma "certa" possibilidade de escolha. Isso porque escolher também passa a ser cada vez mais pesado e difícil. O mundo exige trabalhos mais especializados, e as formações vão ficando mais complexas. Aí aquela "certa" liberdade de escolha, que poderia ser solução, torna-se um problema.
"Tenho de escolher certo, de primeira, tenho que 'ganhar a vida'", pensam os vestibulandos.
Para Rosane Levenfur, psicóloga e sócia-fundadora da Abop (Associação Brasileira de Orientadores Profissionais), na hora da escolha, tudo se baseia muito naquilo que "os outros vão pensar". "Muitas vezes, esse é um dos fatores que mais contam. Mais do que o desejo e a vontade", explica.
Fico na dúvida, porque a profissão que eu gosto não é a mais popular do vestibular. O que os outros vão pensar?
"Uma saída interessante é tentar cruzar aquilo que se deseja com as possibilidades da vida real. Nesse cruzamento, pode-se desenvolver um projeto de vida que vai se transformando e acontecendo gradativamente. O projeto de vida nunca está pronto e nem por começar", propõe Liomar Quinto de Andrade, 54, psicólogo e professor de orientação vocacional do Instituto Sedes Sapientiae.
Para ajudar na escolha, é válido falar com familiares e amigos, mas o mais importante é informar-se. Quanto mais dados reunir sobre uma determinada profissão, mais fácil ficará saber se ela tem tudo a ver com os seus desejos. Visite a faculdade que você pretende cursar e converse com pessoas que já seguem as carreiras que chamam a sua atenção.
Para escolher, avalie o mercado de trabalho, mas não direcione sua vida apenas em função dele. Perceba qual a importância na sociedade daquilo que você decidiu fazer. Não veja o trabalho só como uma obrigação "para pagar as contas", mas como uma obra que você tem a realizar.
Especial
Leia mais no especial Guia das Profissões
Desejos e possibilidades devem ser estudados na escolha da profissão
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da Folha de S.Paulo
Atualmente, quando perguntamos a uma pessoa por que ela trabalha, a resposta costuma ser: "Para pagar as contas".
Para muitas pessoas, a palavra trabalho está relacionada a algo penoso. Lembrar daquele trabalho de escola, o dever, ou do trabalho da aula de física, o relacionado à força, desagrada a muita gente...
Agora pense em fazer uma visita à galeria de arte para apreciar os trabalhos de Pablo Picasso ou de Rodin. Não importa o que eles expressam, se dor ou alegria, nem o esforço que custaram para serem feitos... eles constituem uma obra.
Da mesma forma, escolher uma profissão deve levar em conta o que o trabalho significa para você e que tipo de obra quer realizar durante a sua vida profissional. Optar por uma carreira também é escolher um projeto de vida.
Decisão
Se optar sempre é difícil, escolher um trabalho, então, não é nada fácil. Já houve um tempo em que o homem não tinha que se preocupar com esse tipo de dilema. Ele herdava a função de seu pai e pronto. Nascia sapateiro e morria sapateiro.
Agora, todos têm uma "certa" possibilidade de escolha. Isso porque escolher também passa a ser cada vez mais pesado e difícil. O mundo exige trabalhos mais especializados, e as formações vão ficando mais complexas. Aí aquela "certa" liberdade de escolha, que poderia ser solução, torna-se um problema.
"Tenho de escolher certo, de primeira, tenho que 'ganhar a vida'", pensam os vestibulandos.
Para Rosane Levenfur, psicóloga e sócia-fundadora da Abop (Associação Brasileira de Orientadores Profissionais), na hora da escolha, tudo se baseia muito naquilo que "os outros vão pensar". "Muitas vezes, esse é um dos fatores que mais contam. Mais do que o desejo e a vontade", explica.
Fico na dúvida, porque a profissão que eu gosto não é a mais popular do vestibular. O que os outros vão pensar?
"Uma saída interessante é tentar cruzar aquilo que se deseja com as possibilidades da vida real. Nesse cruzamento, pode-se desenvolver um projeto de vida que vai se transformando e acontecendo gradativamente. O projeto de vida nunca está pronto e nem por começar", propõe Liomar Quinto de Andrade, 54, psicólogo e professor de orientação vocacional do Instituto Sedes Sapientiae.
Para ajudar na escolha, é válido falar com familiares e amigos, mas o mais importante é informar-se. Quanto mais dados reunir sobre uma determinada profissão, mais fácil ficará saber se ela tem tudo a ver com os seus desejos. Visite a faculdade que você pretende cursar e converse com pessoas que já seguem as carreiras que chamam a sua atenção.
Para escolher, avalie o mercado de trabalho, mas não direcione sua vida apenas em função dele. Perceba qual a importância na sociedade daquilo que você decidiu fazer. Não veja o trabalho só como uma obrigação "para pagar as contas", mas como uma obra que você tem a realizar.
Especial
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