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15/09/2003
-
06h01
da Folha de S.Paulo
"As pessoas têm de entender que acabou esse negócio de vocação. É preciso considerar o talento, o que se faz melhor do que os outros", radicaliza Waldez Luiz Ludwig, instrutor e consultor em gestão empresarial que oferece algumas dicas estratégicas para se dar bem no mercado. Isso quer dizer que, se a pessoa tem facilidade para falar em público, ela pode seguir várias carreiras, e não apenas direito. A gama de possibilidades fica muito maior.
No que se refere ao mercado, é preciso levá-lo em consideração, mas com a consciência de que, em uma área, podem haver muitos profissionais, mas nem todos são bons. "Fazer curso de comunicação virou moda. Há muitos profissionais no mercado, mas quantos são craques? Certamente poucos", analisa Ludwig.
Cada vez que as profissões ampliam o seu campo de atuação e ficam mais complexas, surge uma tendência interessante. "Passa a haver espaço para o ultra-especialista e o ultrageneralista. Na medicina, há hoje espaço para o médico de família, mas também para aqueles que operam só os dedos, por exemplo."
Outro fator importante é que a economia está se transformando na economia do conhecimento, da informação. "O homem mais rico do mundo não é o dono do petróleo do mundo. Enquanto o Brasil comemora a descoberta de gás, é a Finlândia, onde há só gelo, que tem qualidade de vida."
Por fim, outra dica importante: parar de investir em fraquezas e investir na fortaleza. "Naquilo que você é muito ruim, você não investe. As pessoas têm a mania de pensar: eu sou ruim nisso, vou fazer um curso."
Não é para esquecer as coisas nas quais não se é bom, mas gerenciar. "É só imitar as mulheres com o corpo: as que têm uma anatomia perfeita, estão de calça justa. As que acham que têm o pé feio, usam botinha em vez de sandália."
Para ser escolhido, ter uma formação sólida é algo interessante. "Não escolha só pela faculdade, mas pelo currículo do curso", orienta Neli Barboza Silva, 38, coordenadora de consultoria da Maneger Assessoria em Recursos Humanos.
Outro fator importante é o do diferencial. "O que eu tenho que criar a mais para que me torne mais atraente para o mercado? A questão da língua, por exemplo, todos têm de falar inglês fluente, mas não são todos que falam", explica Silva.
O mercado avalia o perfil pessoal e as competências, e apresentar no começo da carreira um certo potencial a ser desenvolvido pode mudar muita coisa.
Iniciativa e empreendimento também são fundamentais. Antes, conseguia-se um emprego em uma boa empresa e podia-se ali ficar durante toda a carreira. Hoje, a permanência por muitos anos numa mesma empresa pode ser sinônimo de acomodação e deve ser justificada. "As empresas perceberam que mudar o quadro de funcionários traz novas idéias e dá uma energia ao grupo."
A interdisciplinaridade entre as carreiras também é uma realidade, o que torna necessário saber trabalhar em grupo e ter um bom relacionamento pessoal. O novo profissional também deve ter disposição para acumular funções.
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Para entrar no mercado, mostre o que faz melhor do que os outros
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"As pessoas têm de entender que acabou esse negócio de vocação. É preciso considerar o talento, o que se faz melhor do que os outros", radicaliza Waldez Luiz Ludwig, instrutor e consultor em gestão empresarial que oferece algumas dicas estratégicas para se dar bem no mercado. Isso quer dizer que, se a pessoa tem facilidade para falar em público, ela pode seguir várias carreiras, e não apenas direito. A gama de possibilidades fica muito maior.
No que se refere ao mercado, é preciso levá-lo em consideração, mas com a consciência de que, em uma área, podem haver muitos profissionais, mas nem todos são bons. "Fazer curso de comunicação virou moda. Há muitos profissionais no mercado, mas quantos são craques? Certamente poucos", analisa Ludwig.
Cada vez que as profissões ampliam o seu campo de atuação e ficam mais complexas, surge uma tendência interessante. "Passa a haver espaço para o ultra-especialista e o ultrageneralista. Na medicina, há hoje espaço para o médico de família, mas também para aqueles que operam só os dedos, por exemplo."
Outro fator importante é que a economia está se transformando na economia do conhecimento, da informação. "O homem mais rico do mundo não é o dono do petróleo do mundo. Enquanto o Brasil comemora a descoberta de gás, é a Finlândia, onde há só gelo, que tem qualidade de vida."
Por fim, outra dica importante: parar de investir em fraquezas e investir na fortaleza. "Naquilo que você é muito ruim, você não investe. As pessoas têm a mania de pensar: eu sou ruim nisso, vou fazer um curso."
Não é para esquecer as coisas nas quais não se é bom, mas gerenciar. "É só imitar as mulheres com o corpo: as que têm uma anatomia perfeita, estão de calça justa. As que acham que têm o pé feio, usam botinha em vez de sandália."
Para ser escolhido, ter uma formação sólida é algo interessante. "Não escolha só pela faculdade, mas pelo currículo do curso", orienta Neli Barboza Silva, 38, coordenadora de consultoria da Maneger Assessoria em Recursos Humanos.
Outro fator importante é o do diferencial. "O que eu tenho que criar a mais para que me torne mais atraente para o mercado? A questão da língua, por exemplo, todos têm de falar inglês fluente, mas não são todos que falam", explica Silva.
O mercado avalia o perfil pessoal e as competências, e apresentar no começo da carreira um certo potencial a ser desenvolvido pode mudar muita coisa.
Iniciativa e empreendimento também são fundamentais. Antes, conseguia-se um emprego em uma boa empresa e podia-se ali ficar durante toda a carreira. Hoje, a permanência por muitos anos numa mesma empresa pode ser sinônimo de acomodação e deve ser justificada. "As empresas perceberam que mudar o quadro de funcionários traz novas idéias e dá uma energia ao grupo."
A interdisciplinaridade entre as carreiras também é uma realidade, o que torna necessário saber trabalhar em grupo e ter um bom relacionamento pessoal. O novo profissional também deve ter disposição para acumular funções.
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