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14/11/2003 - 06h33

Prédios da UFRJ podem desabar

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FABIANA CIMIERI
da Folha de S.Paulo, no Rio

Ontem, por causa da chuva, cerca de 60 funcionários e pacientes evacuaram o Núcleo de Saúde Coletiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) como medida "de precaução" --o prédio corre risco de desabamento.

A UFRJ, que obteve A em 40 dos 46 cursos de graduação no último provão, chegará ao final de 2003 com dívida de R$ 41,2 milhões. Há outros problemas, como falta de papel higiênico e bibliotecas fechadas por causa de mofo.

Joel Teodósio, sub-reitor de Finanças e Patrimônio, diz que o déficit acumulado será de R$ 52,2 milhões se a União não autorizar o uso de R$ 11 milhões, de quatro emendas aprovadas pelo Congresso em 2002. Mais da metade da dívida de R$ 41,2 milhões, iniciada em 2002, é de luz.

Segundo o orçamento liberado pela União, 93% dos recursos da UFRJ se destinam a pagar professores e funcionários. Mesmo assim, diz Teodósio, enquanto o número de alunos sobe, o de professores cai. "Há 20 anos, tínhamos 3.600 professores. Hoje são 3.000. Nesse período, o número de alunos aumentou cerca de 20%."

O déficit de professores e a crise financeira atingem, sobretudo, as áreas de ciências humanas e sociais. A biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, um prédio tombado no centro, está fechada desde setembro de 2002 porque, quando chove, o local inunda. Os fungos deterioram parte dos 54 mil livros do acervo.

Apesar de o sub-reitor dizer que as áreas tecnológicas e biomédicas estão melhores pois vendem projetos e têm convênios, o hospital universitário tem falhas graves de infra-estrutura. Seus dois blocos, o Núcleo de Saúde Coletiva e as faculdades de Medicina e Odontologia (ilha do Fundão, zona norte) estão parcialmente fechados por risco de desabamento.

Segundo Teodósio, a UFRJ precisaria de R$ 216,3 milhões para "obras inadiáveis". Neste ano, o orçamento prevê R$ 41 milhões para manutenção e investimento. Em 2004, ele prevê R$ 52 milhões.

O Rio tem quatro universidades federais. A Uni-Rio e a UFF (Universidade Federal Fluminense), embora endividadas, não revelaram o valor dos débitos. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro é a única sem dívidas no Estado. "Somos quase exceção no Brasil. Não temos prédios caindo e nada está estragado", disse o reitor José Antônio de Souza Veiga.
 

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