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15/04/2004 - 15h11

Chalita diz que educação precisa de "mais dinheiro e não mais provas"

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CAIO MAIA
da Folha Online

O secretário da Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, respondeu com críticas às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o sistema de progressão continuada, utilizado na escolas paulistas.

Durante a cerimônia de abertura da 18ª Bienal do Livro, em São Paulo, da qual o secretário participou, Lula classificou como "erro histórico" o sistema, e disse que já determinou ao ministro Tarso Genro que institua provas nas escolas de ensino fundamental do país.

Segundo Chalita, "o que precisa na educação no Brasil é mais dinheiro, e não mais uma prova". "O presidente está mal informado sobre a progressão continuada, o que é muito ruim. Nenhum aluno fica sem fazer prova", afirmou.

O chamado "sistema de ciclos" substitui as séries tradicionais. O aluno só pode ser reprovado ao final de duas, três ou quatro séries. Parte dos especialistas consideram um avanço por garantir a permanência e o aprendizado; outra vê como tentativa de mascarar a repetência.

O secretário paulista disse que a maior prova da eficiência do sistema é o fato de que, no último Saeb (uma espécie de Provão do ensino básico), os Estados com melhor aproveitamento forma São Paulo e Minas Gerais, que se utilizam da progressão continuada.

Ele afirmou ainda que o governo FHC marcou sua gestão na educação por avaliações, como o Provão, o Enem e o Saeb, e que não há necessidade de mais uma prova.

Bandeira petista

"O aluno não aprender não tem nada a ver com a progressão continuada", disse Chalita, que afirmou também que o sistema sempre foi uma das bandeiras petistas, tendo sido implantado em um grande número de prefeituras do partido.

"Quem trouxe esse sistema para o Brasil foi o Paulo Freire, que eu acho que o presidente conhece", disse. O educador foi secretário da Educação de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina, então no PT, e é considerado um dos maiores educadores do Brasil.

Chalita reclamou também da falta de investimentos do governo federal na educação básica e disse que o presidente precisa "sair do palanque e ir para a prática".

Sobre os motivos pelos quais o presidente teria resolvido implantar as provas, o secretário disse que "[o presidente] gosta de factóides". "A progressão continuada, embora seja hoje quase uma unanimidade entre os educadores e venha conquistando os professores, foi colocada, durante a campanha eleitoral, de uma maneira equivocada. O presidente quis aproveitar isto."

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