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29/09/2004 - 15h16

Medicina e engenharia já formam profissionais com a EAD

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

Se no começo da educação a distância eram usadas cartas para ensinar agricultores, hoje médicos podem utilizá-la em sua formação e até mesmo em pós-graduação. Nessa trajetória de cerca de 150 anos da EAD (educação a distância), até mesmo engenheiros já são formados no Brasil por meio de videoconferências e fóruns na internet.

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mais conhecida como Escola Paulista de Medicina --centro de excelência de formação de profissionais da área da saúde-- oferece a disciplina Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, do curso regular de graduação, via internet. Os próprios alunos, em debate com professores, optaram pelas aulas ministradas desse modo. A universidade também oferece, a distância, aulas de Especialização em Dependência Química e Nutrição em Saúde Pública (cursos de pós-graduação lato sensu).

O de Nutrição existe desde 1997 e, nesse tempo, já formou 60 pessoas. "As classes são pequenas porque a seleção é muito rigorosa. O interessado precisa ser nutricionista. Ele é aprovado após análise do currículo e uma carta de intenções", explica Mônica Parente Ramos, responsável pelo laboratório de EAD do Departamento de Informática da Unifesp. Segundo ela, nos seis meses de aulas, ocorre apenas um encontro presencial, ao final do curso. Já a pós em Dependência Química, por durar 12 meses, é marcado por dois encontros. Desde 2001, quando foi implantada, já formou 150 pessoas.

Nos dois cursos, a principal ferramenta de comunicação é a internet, meio pelo qual são enviados exercícios propostos e mantidas as discussões das atividades das apostilas. "Quase tudo é mandado aos alunos em CD-Room. As dúvidas são tiradas por e-mail, pelos chats (salas de bate-papo) e listas de discussão", afirma Ramos. De acordo com ela, a cada semana os estudantes definem os horários das aulas conjuntas ministradas pela web.

Também é a internet a vedete da aula de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental ministrada aos alunos do 3º ano do curso de Medicina. "A matéria é essencialmente prática. Assim, com a teoria discutida virtualmente, sobra mais tempo para os alunos colocarem a mão na massa", explica Ramos.

Engenharia

Outro exemplo em que a prática é fundamental e, mesmo assim, a graduação é feita a distância, é a faculdade de engenharia química. O único curso existente no país é resultado de uma parceria entre a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e a empresa petroquímica Braskem. As aulas teriam capacidade para atender a 250 alunos (uma sala de aula normal tem capacidade para 60 pessoas), porém, a PUC preferiu não arriscar. Nessa primeira experiência, 30 pessoas são treinadas.

"Todos os alunos são funcionários da Brasken. Mas estudamos para, num futuro breve, ampliar o benefício para outros interessados", afirma a diretora de educação a distância da PUC-RS, Marilú Fontoura de Medeiro. Segundo ela, o currículo é o mesmo do curso normal (dura quarto anos), com pequenas modificações para atender a um público específico. "Tudo foi discutido em muitas reuniões com a categoria, em reuniões regionais e nacionais", diz.

No dia-a-dia, todas as aulas são apresentadas por videoconferência. Depois disso, o conteúdo vai para a internet. "Por semana, são quatro horas de vídeos e obrigação de estudar por mais seis horas pela internet. Eles têm, a cada bloco, uma série de atividades e exercícios para entregar. Há horários específicos em que o monitor fica no chat (bate-papo e fóruns). Fora isso, as dúvidas podem ser sanadas por e-mails e até pelo telefone", explica Medeiro. Outra parte, a laboratorial, é feita no próprio campus da PUC.

No caso da PUC, e outras universidades privadas, além da liberdade de horários, conta a favor da EAD o custo. "A mensalidade de um curso de engenharia tradicional é R$ 700. Na aula a distância, essa mensalidade cai pela metade", diz Medeiro. Isso porque existe, na prática, apenas o gasto com o material didático e o custo com sua produção, que pode ser dividido por um número maior de alunos. Além disso, também não se usa a estrutura da faculdade (papel, luz, água, itens de laboratório).

Segundo ela, a perspectiva é que cada vez mais pessoas procurem a modalidade para incrementar os estudos. "As aulas da pós graduação e dos cursos das áreas tecnológicos (com duração de dois anos), por exemplo, começaram em 1999 com 480 alunos. Hoje, são mais de 10 mil. Por ano, o volume duplica", declara a professora.

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