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29/09/2004 - 16h08

Faculdade On-line UVB oferece apenas cursos a distância

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

Falta de tempo para freqüentar as aulas e indisponibilidade de horários no dia-a-dia não impediram o advogado Sérgio Arantes de Almeida, 38 anos, de cursar uma segunda faculdade. Morador de Araraquara, interior de São Paulo, onde tem uma empresa de consultoria, Sérgio é um dos 300 alunos hoje matriculados na Faculdade On-line UVB (Universidade Virtual Brasileira), com sede em São Paulo.

Enquanto poucas universidades e faculdades brasileiras oferecem cursos a distância, a UVB está em situação oposta: possui apenas cursos não presenciais. A universidade é composta por dez instituições de ensino superior, em forma de consórcio, que atuam em oito Estados e se uniram com o objetivo de promover aulas essencialmente pela internet. Trata-se da maior entidade credenciada pelo MEC (Ministério da Educação) para ofertar cursos de graduação pela web.

A UVB nasceu em maio de 2000, quando começou a oferecer aulas de extensão. Até hoje, dez mil pessoas passaram pelos cursos, segundo o diretor geral da entidade, Karl Albert Diniz de Souza. Foi só no começo de 2003 que a UVB conseguiu autorização do MEC para lançar quatro disciplinas de graduação universitária: administração, marketing, secretariado executivo e ciências econômicas. Ao lado do curso de engenharia química da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e de administração da Faculdade de Brasília, são as únicas não voltadas para a área educação.

"Não tinha todas as manhãs ou todas as noites livres para ir à faculdade. Às vezes tenho uma ou outra. Então procurei no MEC alguma universidade com curso a distância em graduação em administração", diz Sérgio Almeida. O advogado explica que, há cerca de três anos, chegou até a procurar um curso oferecido por uma universidade norte-americana, mas como o certificado não tinha validade para o MEC, desistiu da idéia. "Quando a UVB foi credenciada, eles [MEC] me avisaram, fiz o vestibular e comecei a estudar", lembra.

Perfil

Segundo levantamento feito pela UVB, a maior parte dos alunos tem mais de 25 anos. Do total de estudantes, 42% já iniciou algum curso superior e não terminou --apenas 4% possui alguma faculdade anterior. A maior fatia, 47%, cursou apenas o ensino médio.

Entre as exceções está Alessandro Cáceres Ortunho, 19, que terminou o ensino médio em 2002 e atualmente cursa o segundo semestre de marketing na UVB. "Meus amigos não conhecem. Quando falo sobre isso dão risada, acham que é fácil, coisa de quem não gosta de estudar", conta Ortunho, que chegou a cursar um semestre de publicidade e propaganda em uma faculdade de São José do Rio Preto, cidade do interior paulista onde mora.

"Sempre critiquei o ensino tradicional, o tipo de prova, o jeito das aula. Quando fui para a faculdade, procurei alguma coisa diferente. Encontrei a UVB e explicações sobre a educação a distância no site do MEC", diz Ortunho. Em agosto ele começou a cursar também, em Rio Preto, a faculdade de direito. Segundo o estudante, as coisas agora estão mais "puxadas", porque o curso virtual está exigindo cada vez mais. "Recebo e-mails pedindo para entrar mais nos fóruns, entregar as tarefas, essas coisas", conta.

Pela metodologia da universidade, o aluno deve acessar o site da instituição diariamente e participar dos chats (salas de bate-papo) e fóruns de discussão. "Os horários que o professor vai estar na sala e falar com você online são combinados. Fora isso, os alunos que cursam a mesma disciplina podem se encontrar em outros momentos, conversar sobre a matéria, tirar dúvidas", afirma o advogado Sérgio Almeida. Semanalmente, ao final de um tema estudado, é preciso enviar um exercício para o professor corrigir.

"Até fiquei de DP (dependência, um tipo de recuperação) de uma matéria. Tive que fazer uma aula presencial extra, discutir um trabalho. Aí passei. Vou ver como ficam minhas notas agora para saber se continuo ou não. É um curso difícil como outro qualquer", explica Ortunho.

Estrutura

Os cursos da UVB têm quatro anos de duração, assim como os tradicionais. A cada dois meses, aproximadamente, os matriculados se dirigem à sede de uma das universidades parceiras para cumprir a parcela de aula presencial (seminários, workshops) exigida por lei e as provas. Normalmente, o dia escolhido é o sábado, quando as aulas são em período integral.

"Me ofereceram a opção de ir à Anhembi Morumbi, em São Paulo, ou a uma faculdade em Santos", explica Elisabeth Virag Garcia, 43 anos, que cursa sua segunda faculdade (secretariado). Formada em Letras, a secretária bilíngüe optou pela aula virtual também por conta da flexibilidade de horários. "Estudo de uma a duas horas por dia. Faço os exercícios exigidos. De fim de semana, quando não dá para ler, compenso de segunda a sexta", continua ela.

Tanto Elisabeth como Alessandro Ortunho e Sérgio Almeida têm acesso à internet pela banda larga, ou seja, não usam a internet discada, com custo alto. Apesar de recomendável, a banda larga não é pré-requisito para ingressar na UVB. O computador do aluno deve ser, no mínimo, um Pentium II ou equivalente de 44 MHz, com 6 GB de HD, 64 MB de memória, placa de som e vídeo.

A primeira turma de cada disciplina iniciou os estudos em maio e, a segunda, em agosto. No começo do ano que vem se forma a terceira leva. "A cada vestibular oferecemos 600 vagas para cada um dos quatro cursos. Mas não precisam todas serem preenchidas", explica o diretor geral da UVB, professor Karl. Segundo ele, as oito classes, hoje, têm juntas 300 estudantes.

O curso mais procurado é o de administração, seguido pelo de marketing, ciências econômicas e secretariado. O processo seletivo é semelhante ao de um vestibular tradicional, havendo inclusive a opção de usar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para elevar a pontuação. Pela internet, o candidato preenche a ficha de inscrição e paga a taxa de R$ 30. Então, ele escolhe um dia e um dos endereços da UVB para fazer a prova. "São vários tipos de provas diferentes. O candidato recebe uma senha e um login e vai a um dos nossos laboratórios no horário indicado", explica Karl.

Seis universidades e quatro centros universitários formam o Instituto UVB: Monte Serrat (SP), Universidade Potiguar (RN), Universidade do Estado e da Região do Pantanal (MS), Centro Newton Paiva (MG), Universidade Anhembi Morumbi (SP), Centro do Triângulo (MG), Centro Vila Velha (ES), Universidade da Amazônia (PA), Universidade do Sul de Santa Catarina (SC) e Universidade Veiga de Almeida (RJ).

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