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05/12/2000 - 08h47

Passear pela cidade ajuda a refletir sobre arquitetura

da Folha de S.Paulo

Domingo. Se você está pensando em estudar arquitetura, esse talvez seja o melhor dia para você refletir sobre o assunto. Aqui vão duas dicas para serem usadas num domingo qualquer.

A primeira é um passeio por locais arquitetonicamente sugestivos da sua cidade. Em São Paulo, duas boas referências são o Teatro Municipal (de estilo francês) _a praça onde está localizado (centro) tem o nome do arquiteto que o projetou, Ramos de Azevedo (1851-1928)_ e o Memorial da América Latina (de estilo moderno), na Barra Funda (zona noroeste), que foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

A segunda dica é da vice-diretora da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Sheila Walbe Ornstein: ler o clássico "Saber Ver a Arquitetura" (Martins Fontes), livro do autor Bruno Zevi. Segundo Sheila, porém, isso não é suficiente. "Sugiro que o estudante tente conhecer algumas escolas da área e entrar em contato com profissionais ligados ao assunto." Para ela, o fascínio da profissão está na interdisciplinariedade entre o desenho (ou seja, a arte), a sociologia e a técnica (próxima da engenharia civil).

Na faculdade

Apesar de ser uma questão difícil para muitos, a escolha do curso para Sandra Stefania Rocha Fernandes, 23, não foi problemática. Ela, que está terminando o 4º ano de arquitetura na Universidade Mackenzie, diz que aos 13 anos já estava interessada na área. "Quando tinha 16 anos fui assistir a uma palestra sobre o assunto e decidi que era isso o que eu queria", afirma a estudante.

Sobre o curso, Sandra diz que ele é bastante puxado. "Os trabalhos demandam muito tempo. O estudante tem de ter disposição."

Esse é um dos motivos pelos quais ela diz ter feito apenas um estágio até agora. "É muito complicado por causa do pouco tempo de sobra, mas é importante", diz Sandra, que pretende fazer novo estágio em 2001.

A estudante é direta quando o assunto é dica para quem vai prestar vestibular para arquitetura: "O estudante precisa ter uma boa formação cultural, ler muito, visitar exposições e não deixar para fazer os trabalhos na última hora", diz. E acrescenta: "Técnica é importante, e você aprende, mas, além disso, precisa ter uma maneira de olhar".

No mercado

Embora seja a veia principal do curso, o projeto arquitetônico de edifícios, de parques e até de cidades inteiras (como são os casos de Brasília e Belo Horizonte) não é o único campo de trabalho para quem quer entrar na área. O arquiteto também pode atuar como cenógrafo, restaurador, designer (também em sites para a Internet) e "arquiteto industrial".

Arquitetura industrial, segundo a arquiteta Elisabetta Romano, 51, é um dos campos que mais crescem atualmente. "É um trabalho cujo objetivo final é melhorar a qualidade de vida nos ambientes de trabalho", afirma ela, que possui um escritório especializado no assunto e atualmente trabalha na revitalização (interna e externa) de um conjunto de edifícios da empresa Voith, em São Paulo.

Há 15 anos trabalhando na área de "arquitetura industrial", Elisabetta garante que, ao menos nas grande corporações, há um mercado amplo para os arquitetos. "Não é um trabalho só estético. Temos de levar em consideração o conforto e a produtividade dos funcionários, por exemplo."
Como dica final, Elisabetta sugere: "A criatividade continua fundamental, mas é preciso dominar todos os recursos da informática".

O salário médio inicial é de R$ 820.

(ALESSANDRO TARSO)
 

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