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22/09/2005 - 10h58

Em crise, Unesp deixa campi à meia-luz

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RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto

Os corredores e bibliotecas estão na penumbra. As janelas e portas abertas são o único refresco para o calor de até 30C. Os jardins estão sem água. O telefone foi substituído por um programa da internet que faz as ligações a um custo menor. Viagens foram reduzidas pela metade.

Esse é o cenário atual das unidades da Unesp (Universidade Estadual Paulista) da região de Ribeirão Preto devido à ordem de economizar determinada pelo reitor Marcos Macari em 10 de agosto. O corte previsto, de R$ 10 milhões, equivale a 10% da verba de custeio. Cada unidade tem a meta de cortar 15% das despesas. O orçamento total é de R$ 948,5 milhões.

Isso porque a universidade está ameaçada de receber menos recursos do que previa para custear suas 33 unidades. Macari decidiu cortar desde horas extras até ligações para celulares e interurbanos, "exceto em casos especiais".

A medida se deve à expectativa de que a arrecadação do ICMS, do qual sai a verba destinada às universidades estaduais, seja menor do que o previsto neste ano.

A Folha conferiu os detalhes do arrocho em seis unidades da região de Ribeirão. Os cortes estão focados, principalmente, na conta de luz: praticamente metade das lâmpadas de corredores e salas de apoio foi desligada.

O maior deles, a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, com 828,9 hectares (1.076 campos de futebol), é exemplo emblemático: o ar-condicionado está restrito ao período da tarde e as lâmpadas dos corredores ficam apagadas de dia.

Além disso, está proibido usar o complexo poliesportivo à noite. Na biblioteca, os telefonemas passaram a ser feitos por meio da tecnologia VoIP (Voz sobre IP), que transforma programas de computador em ligações a custo baixo. "Estamos fazendo de tudo para economizar", diz o diretor administrativo Airton Camplesi.

Jardim a seco

O corte inclui a suspensão de obras previstas. A manutenção foi afetada pelo corte e foi suspenso o uso de água nos jardins. Viagens de professores e alunos a congressos foram cortadas pela metade.

Em Franca, a Faculdade de Direito, História e Serviço Social fechou o campus aos domingos, quando alunos costumavam promover eventos.

Do próprio bolso

Durante a semana, a unidade agora fecha às 23h30. "Os alunos sempre ficavam até 2h ou 3h, principalmente os grupos de extensão. Não pode mais", afirmou José Carlos Rezende, diretor de serviços. A iniciativa faz parte da meta do campus de economizar 30% da conta de energia.

A Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara estabeleceu uma espécie de carona nas viagens a São Paulo: funcionários e professores passaram a dividir o mesmo carro. "Procuramos concentrar viagens e não ceder um carro por docente", diz Sandro Valentini, vice-diretor.

No Instituto de Química, também em Araraquara, segundo a diretora Maysa Furlan, diárias de viagens de pós-graduandos estão sendo pagas pelos próprios alunos. "Um pesquisador que precisa do carro e tem financiamento de órgãos de pesquisa paga a diária do motorista", disse.
As demais unidades de Araraquara (Faculdade de Odontologia e Faculdade de Ciências e Letras) restringiram a economia à iluminação e ao ar-condicionado.

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