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18/04/2006 - 09h14

Ensino superior tem metade das vagas ociosas

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da Folha de S.Paulo

Uma das regras básicas de mercado explica a dificuldade do setor privado: a oferta está maior do que a demanda. O Censo da Educação Superior 2004 (último disponível) aponta que o número de ingressantes nas instituições particulares cresceu 2% em relação ao ano anterior. No mesmo período, o número de vagas oferecidas aumentou 16,8%.

Assim, cresceu o número de vagas ociosas, que chegou a 49,5 % do total; em 1998, era de 20,2 %.

A queda no volume de calouros, porém, não significa que o potencial de crescimento do setor tenha acabado --só 17,3% da população brasileira entre 18 e 24 anos está matriculada no terceiro grau.

Para especialistas, as instituições não estão atraindo um novo perfil de alunos. Um dado exemplifica isso: 27,7% de todas as matrículas do país são feitas em curso de administração e de direito.

"Quando havia um mercado em expansão, as instituições podiam criar os cursos que quisessem. Agora não é mais assim", diz Paulo Renato Souza, ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso, atualmente consultor da área. Ele foi responsável por flexibilizar a legislação para abertura de vagas, provocando a expansão do ensino superior.

"Foi uma verdadeira corrida do ouro, todo mundo achava que poderia ganhar dinheiro com faculdade", diz o consultor Ryon Braga. "Muitas universidades que surgiram na época da fartura são incompetentes tanto na questão educacional quanto na gestão."

Braga estima que 400 das atuais 2.013 instituições desaparecerão. "Isso ocorreu em outros países. Nos EUA, cerca de 360 instituições fecharam entre 1960 e 1990 pelas mesmas razões", diz o ex-reitor da USP Roberto Lobo, também consultor da área.

Segmentação

Para sobreviver nos próximos anos, as faculdades terão de buscar um segmento. A avaliação é analistas da área e até mesmo do ministério. Segundo o coordenador-geral de acreditação de cursos e instituições do ministério, Orlando Pilate, "muitas das instituições deverão se adequar, fundir, e uma ou outra será extinta".

Uma opção, segundo ele, é a especialização. "Quando uma instituição abre cinco, seis cursos, sem diferencial, não faz com que o aluno opte por ela", diz Hermes Ferreira Figueiredo, presidente do Semesp (sindicato das mantenedoras de instituições de ensino superior). Outra possibilidade, segundo o consultor Carlos Monteiro, são cursos de curta duração (de dois ou três anos).

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